Um ensacador morreu dois dias após ser esmagado contra uma coluna durante manobra de caminhão dentro de terminal de contêineres em Guarujá, no litoral paulista.
O acidente aconteceu na quarta-feira, dia 11 de julho, e o operário foi socorrido e levado ao Hospital Santo Amaro, quando seguiu para a Unidade de Tratamento Intensivo – UTI, vindo a falecer na sexta-feira, dia 13 de julho.
No sábado, dia 14 de julho, trabalhadores da área de ensacamento fizeram um protesto reivindicando melhores condições de segurança durante o trabalho. Eles são trabalhadores independentes e recebem por produtividade. Segundo depoimentos dos ensacadores que participaram do protesto, a empresa não fornece equipamentos de segurança para as operações dentro do terminal.
A Campanha Institucional 2012 do Sinait reflete a preocupação e a luta da Instituição no combate aos acidentes de trabalho pelo Brasil e continua a reivindicação pelo aumento do número de Auditores-Fiscais no país.
Segundo os números do Anuário Estatístico da Previdência Social 2011 são mais de 700 mil acidentes de trabalho registrados. São números que podem ser superados, já que apenas nos cinco primeiros meses deste ano, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS já registrou 638.628 de casos acidentários ocorridos em ambiente de trabalho.
Veja notícia sobre o acidente:
16-7-2012 - Sintrammar
Sintrammar apura acidente de trabalho fatal no Guarujá
Movimentador de mercadoria foi prensado em pilastra, por bitrem, na quarta-feira, e morreu na sexta-feira
O acidente de trabalho fatal com o saqueiro Joaquim Aparecido de Souza, no terminal da transportadora Cortês, em Vicente de Carvalho, Guarujá, poderia ter sido evitado se a área de estufagem fosse maior.
O ensacador, de 49 anos, residente no Itapema, foi prensado numa pilastra, às 15:40 de quarta-feira (11), por uma carreta tipo bitrem, quando fechava sua porta traseira, após descarga de 760 sacas de açúcar.
Ele foi levado para o Hospital Santo Amaro, onde ficou na unidade de tratamento intensivo (uti) até as 17h40 de sexta-feira (13), quando faleceu, deixando três filhos, um de sete anos e dois adultos.
A opinião sobre o tamanho da área de estufagem é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias (Sintrammar), Francisco Erivan Pereira.
Segundo ele, o bitrem, com aproximadamente 20 metros de comprimento, é seguidamente manobrado pelo motorista durante a operação de descarga ou embarque.
Motorista às cegas
Erivan explica que o motorista "fica às cegas durante as manobras, guiando-se pelas orientações, aos gritos, dos trabalhadores ao redor do veículo", formado por dois semirreboques acoplados.
O sindicalista não sabe especificar a metragem da área onde ocorreu o acidente, mas diz que “é muito pequena, capacitada para armazenar de três a seis contêineres de 40 pés”.
“É impossível descarregar a sacaria com a carreta bitrem parada”, revela o presidente do Sintrammar, que diz ter alertado a empresa várias vezes sobre o perigo de acidentes.
Nesta segunda-feira (16), às 8 horas, Erivan estará no terminal, com o técnico de segurança do sindicato, para debater com representantes da empresa as causas do acidente.
O sindicalista passou a semana no interior paulista, exercendo atividades de diretor da federação estadual dos movimentadores de mercadorias, e retornou ao Itapema, onde mora, neste domingo (15).
MPT e MTE
No mesmo dia do acidente, diretores do sindicato participaram de audiência, no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Santos, sobre abertura e fechamento de portas de carretas pela categoria.
Há anos, segundo Erivan, o sindicato defende que a função não cabe aos ensacadores. Na campanha salarial deste ano, o Sintrammar reivindicou adicional para a tarefa, que ficou pendente.
Diante do impasse, o sindicato requereu mediação do MPT e da gerência regional do Ministério do Trabalho e Emprego, onde também já houve mesa-redonda.
A próxima audiência no MPT está marcada para 30 de junho, com presença do Sindicato dos Armazéns e das Empresas de Movimentação de Mercadorias no Estado de São Paulo (Sagesp).