Em seu discurso de posse Dilma Rousseff disse que seu principal compromisso é eliminar a pobreza absoluta no País
Ao tomar posse, em primeiro de janeiro de 2011, a economista Dilma Vana Rousseff, se tornou a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado, e também de governo, em toda a História do Brasil.
Em seu discurso de posse Dilma disse que seu principal compromisso é eliminar a pobreza absoluta no País. “A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos", afirmou.
Ela avaliou, no entanto, que a pobreza não pode ser eliminada de forma isolada e, por isso, pediu o apoio das "instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem. De acordo com a presidenta a superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. “É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações", afirmou.
Dilma Rousseff também assumiu o compromisso de combater o crime organizado, promover a política tecnológica, a liberdade de imprensa, melhorar as condições dos aeroportos brasileiros, enfim, atuar em defesa de todos os brasileiros, em especial dos mais pobres, entre outras iniciativas.
Os termos, “qualidade”, “investimento”, “política”, “força”, “governo” e “crescimento” estão entre as palavras mais citadas por ela. O anúncio de que o Brasil deve mudar a maneira de tratar países acusados de violação dos direitos humanos, passando a discutir caso a caso, também fez parte do discurso.
O início dos trabalhos como presidenta começou logo no domingo 2, quando Dilma recebeu presidentes internacionais no Palácio do Planalto, príncipes, entre outras autoridades.
Nesta primeira segunda-feira de trabalho, Dilma Rousseff recebeu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia e no fim do dia reuniu pela primeira vez a coordenação do seu governo.
Trajetória - Natural de Belo Horizonte e nascida em família de classe média alta, Dilma Rousseff, de 62 anos, iniciou sua militância política aos 16 anos, na capital mineira, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de tortura, e, posteriormente, no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Teve também seus direitos políticos cassados por dezoito anos.
Em 1967, em Minas Gerais, Dilma casou-se com Claudio Galeno. O jornalista, cinco anos mais velho, era integrante do movimento Política Operária (Polop). O casamento não durou em meio à luta armada e Dilma casou-se novamente, em 1969, com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, que conheceu nas reuniões do Comando da Libertação Nacional (Colina). Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para Porto Alegre, em 1972 e reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde exerceu vários cargos políticos. Em 1976, nasceu Paula Rousseff Araújo, sua única filha.
Durante a campanha presidencial de 2002, que levou Lula ao Palácio do Planalto, Dilma ganhou destaque na equipe responsável por formular o plano de governo na área energética. Foi convidada então a ocupar a pasta de Minas e Energia em 2003. Dilma permaneceu à frente do ministério até junho de 2005.
Ela substituiu o ex-ministro José Dirceu, acusado de operar o esquema do mensalão. Em abril de 2009, revelou que estava se submetendo a tratamento contra um linfoma descoberto em um exame de rotina. Após sessões de radioterapia e quimioterapia, Dilma diz estar curada do câncer. Em junho deste ano, o PT oficializou a candidatura de Dilma à presidência da República nas eleições 2010.
Recuperada do tratamento contra o câncer, Dilma comandou uma extensa campanha pelo País, tendo o presidente Lula como seu maior cabo eleitoral. Viu a corrida ser levada ao segundo turno, em meio a denúncias envolvendo sua antiga auxiliar e então ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Na segunda etapa de votação, entretanto, Dilma confirmou o favoritismo e saiu vitoriosa das urnas.
Em 2009, foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes do ano, pela Revista Época e, em novembro do ano seguinte, a Revista Forbes classificou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo.