Trabalho escravo – Zara admitiu, pela primeira vez, escravidão em sua cadeia produtiva


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
22/05/2014



CPI do Trabalho Escravo na Assembleia Legislativa de São Paulo questiona empresa sobre descumprimento de TAC firmado com MPT. Zara mantém ação judicial contra a “Lista Suja” 


O Diretor-Geral da Zara no Brasil, João Pedro Fernandes de Castro Braga, admitiu ontem, 21 de maio, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa de São Paulo, que a empresa não tinha controle sobre sua cadeia de produção em 2011, quando oficinas que confeccionavam roupas para a marca foram flagradas explorando trabalhadores em condições análogas às de escravos. Foi a primeira vez que a rede de lojas internacional fez tal declaração.


O Executivo da Zara foi convocado pela CPI para dar explicações sobre o descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta – TAC firmado com o Ministério Público do Trabalho – MPT. Apesar de declarar que a empresa é veementemente contrária à prática do trabalho escravo, a Zara mantém uma ação judicial questionando a legalidade da “Lista Suja”, cadastro que lista as empresas e empregadores flagrados na prática de submeter trabalhadores à escravidão. Essa iniciativa teve como consequência a exclusão da empresa multinacional do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. 


Durante a audiência, o deputado Carlos Bezerra (PSDB), presidente da CPI, foi duro com o representante da Zara. Afirmou que a empresa não cumpriu os termos do TAC e que tem duas faces distintas – uma de marketing, para o público, afirmando que monitora sua cadeia produtiva e repudia o trabalho escravo, e outra face interna, com uma poderosa máquina jurídica para desconstruir um dos principais instrumentos contra o trabalho escravo que é a Lista Suja. 


Leia a matéria Zara admite que houve escravidão na produção de suas roupas em 2011, da Repórter Brasil, que acompanhou a audiência da CPI na ALESP. 


O Auditor-Fiscal do Trabalho Luís Alexandre de Faria, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo – SRTE/SP, que participou das ações fiscais que flagraram situações de escravidão na cadeia produtiva da Zara em 2011, esteve presente à audiência pública. 


Leia matéria do Sinait sobre o caso: SP: AFTs encontram mais trabalhadores estrangeiros em situação de escravidão 


 

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