Nesta segunda-feira, 28 de abril, a Organização Internacional do Trabalho - OIT celebra o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho - SST, e o tema escolhido para 2014 foi a “Segurança e a saúde no uso de produtos químicos no trabalho”.
Com a finalidade de chamar a atenção para os riscos causados pelas explosões e por contaminação com esses produtos - que causam morte lenta quando as pessoas se contaminam aos poucos e sem perceber – a OIT produziu um relatório sobre o assunto. O documento analisa a situação atual do uso de produtos químicos e seu impacto no local de trabalho e no meio ambiente. Destaca, ainda, os esforços regionais e internacionais para lidar com o problema.
O relatório também apresenta os programas da Instituição para ajudar a garantir a boa gestão dos produtos químicos no trabalho pelo mundo. A OIT afirma que os produtos químicos possuem “efeitos potencialmente adversos, desde os riscos para a saúde tal como a carcinogenicidade e os riscos físicos como a inflamabilidade, até os riscos ambientais, como a contaminação generalizada e a toxicidade na vida aquática. Além de incêndios, explosões e outros desastres que resultam do controle inadequado de seus riscos físicos”.
Estimativas da OIT revelam que 2,34 milhões de pessoas morrem devido a acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e cerca de 160 milhões adoecem anualmente por causa do trabalho. Aproximadamente 4% do Produto Interno Bruto - PIB mundial, cerca de 2,8 bilhões de dólares, são gastos por causa desses acidentes e doenças, de forma direta e indireta.
28 de abril
Na data de 28 de abril é também celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. O Sinait organiza atividades em Brasília e em todos os Estados para marcar a data.
Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2012, ocorreram 705.239 acidentes do trabalho e morreram 2.731 trabalhadores no Brasil. Os dados consideram apenas aqueles que possuem registro em Carteira de Trabalho e abrangem 49,2% da População Economicamente Ativa – PEA.
São números de uma verdadeira epidemia que precisa ser contida. O cenário poderia ser bastante diferente caso a Auditoria-Fiscal do Trabalho tivesse um quadro suficiente para atender às demandas do mundo laboral. Menos de 2.750 Auditores-Fiscais do Trabalho, praticamente um terço do que seria ideal, segundo apurado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea em estudo realizado em 2012. O estudo foi enviado a autoridades do governo que, entretanto, ainda não se sensibilizaram com a situação. Os efeitos negativos da defasagem na carreira se fazem sentir em muitos aspectos, sendo, um deles, o vergonhoso 4º lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho.
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