Acidentes de trabalho – Construção civil continua fazendo vítimas

Acidentes de trabalho em obras de construção civil continuam acontecendo em todo o país. Operários feridos ou mortos são o saldo de graves acidentes, quase todos com quedas de grandes alturas. Outros setores também registram acidentes, como o de transportes, cujas notícias de mortos e feridos ocupam os telejornais diariamente. Os acidentes têm consequências humanas, econômicas, sociais e trabalhistas. Não são um fenômeno inevitável e, muitas vezes, são previsíveis, dadas as condições dos ambientes de trabalho e o descumprimento das normas de segurança e saúde.

Na construção civil, especificamente, as Normas Regulamentadoras – NRs 18 e 35, respectivamente, sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Trabalho em Altura, detalham os procedimentos a serem adotados para prevenir acidentes. As NRs exigem treinamento, adoção de proteção coletiva, equipamentos especiais, e, ainda assim, muitos itens não são cumpridos pelos empregadores, colocando a vida dos operários em risco.

Auditores-Fiscais do Trabalho, mesmo em pequeno número, especialmente na área de Segurança e Saúde no Trabalho, realizam milhares de ações fiscais, embargos e interdições anualmente, procurando evitar a ocorrência de acidentes. Encontram situações perigosas nos canteiros de obras, na construção de estradas e hidrelétricas, que exigem a tomada de providências que não podem esperar. Por isso interditam e embargam até que as condições mínimas de segurança sejam restabelecidas. O rigor é em favor da vida.

Ainda assim, os acidentes continuam acontecendo, pois o pequeno número de Auditores-Fiscais impede que a fiscalização chegue a todos os locais onde deveria estar presente. É o retrato do descaso do governo com a vida dos trabalhadores que constroem o país. E é, por outro lado, fator de adoecimento também dos agentes públicos, que têm que se desdobrar para atender as denúncias, urgências e emergências diárias. Um Auditor-Fiscal, atualmente, faz o trabalho de muitos, prejudicando sua saúde física e mental. Não por acaso há vários Auditores-Fiscais afastados para tratamentos de saúde.

O investimento em contratação de pessoal é urgente. O Sinait bate nesta tecla e vai continuar denunciando, reivindicando, demonstrando a necessidade de recomposição e ampliação do quadro. A carreira tem 3.640 cargos criados, dos quais 842 estão vagos. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, em estudo realizado em 2012, estimou que a carreira precisa de oito mil Auditores-Fiscais do Trabalho. A defasagem é muito grande e de conhecimento das autoridades. Pior cego é o que não quer ver.

Veja notícias recentes de acidentes de trabalho. O horror, o sofrimento.

20-5-2014 – G1 Centro-Oeste MG

Perícia vistoria igreja após acidente com morte em Carmo do Cajuru

Dois caíram de quase 40m e foram atingidos por estrutura na segunda (19). Construtora disse que ferido está recebendo assistência da empresa.

A perícia esteve na manhã desta terça-feira (20), na Igreja Nossa Senhora do Líbano em Carmo do Cajuru, local onde um jovem de 23 anos morreu e um homem de 38 anos ficou ferido enquanto trabalhavam na construção de uma cúpula na tarde desta segunda-feira (19), após caírem de uma altura de quase 40 metros e serem atingidos pela estrutura metálica da cúpula. O laudo técnico deve ficar pronto em 30 dias. A paróquia emitiu uma nota na qual lamentou o acidente e informou aguardar os laudos técnicos. A construtora responsável pela obra também lamentou e informou que o funcionário ferido tem recebido assistência.

O funcionário de 48 anos foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis, com fratura exposta nas duas pernas. Ele foi transferido para o Hospital João XXIII em Belo Horizonte.

O delegado da Polícia Civil, Domingos Sávio Calixto, acompanhou o trabalho do perito. Eles fotografaram a estrutura que desabou e conversaram com os operários que estavam no local no momento do acidente.

Entenda o caso

A estrutura metálica da cúpula da Igreja Nossa Senhora do Líbano estava em construção. Segundo a Polícia Militar (PM), um jovem de 23 anos e um homem de 48 que estavam na cúpula, caíram de uma altura de cerca de 38 metros e foram atingidos pelos escombros nesta segunda-feira (19). O jovem não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O homem foi encaminhado para a UPA em Divinópolis e depois para o Hospital João XXIII em Belo Horizonte. 

De acordo com a PM, sete funcionários trabalhavam na construção da cúpula quando a estrutura cedeu. O responsável pela paróquia, frei José Raimundo, informou que a igreja começou a ser construída há 12 anos e, mesmo sem a obra ter sido concluída, missas eram realizadas no local.

19-5-2014 – G1 Campinas e Região

Bombeiros acham operários mortos após acidente em obra do Iguatemi

Estrutura de 125 m² caiu sobre 2 trabalhadores da expansão do shopping.

<iframe src="https://s-static.ak.facebook.com/connect/xd_arbiter/dgdTycPTSRj.js?version=41#channel=fde73624563704&amp;origin=http%3A%2F%2Fg1.globo.com" style='border-bottom-style:none;border-bottom-width:medium;border-left-style: none;border-left-width:medium;border-right-style:none;border-right-width: medium;border-top-style:none;border-top-width:medium' tabindex=-1 title="Facebook Cross Domain Communication Frame" aria-hidden=true id="fb_xdm_frame_https" scrolling=no allowtransparency=true name="fb_xdm_frame_https" frameborder=0> Os dois operários que estavam desaparecidos após o desabamento nas obras de ampliação do shopping Iguatemi, em Campinas (SP), foram encontrados mortos na noite desta segunda-feira (19). Segundo o Corpo de Bombeiros, eles foram soterrados por uma estrutura de concreto de 125 metros quadrados, que caiu de uma altura de seis metros sobre os trabalhadores. A responsável pela obra é a construtora Método.

O acidente ocorreu, segundo o tenente Éder Mortatti do Corpo de Bombeiros, por volta de 19h e as buscam se estenderam até as 22h25, quando os corpos foram encontrados. De acordo com o oficial, foram utilizadas retroescavadeiras, que removeram a parte mais pesada da estrutura para facilitar o acesso ao local onde eles trabalhavam no momento da queda.

Resgate

Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar foram deslocadas para o local. Não houve outras vítimas, além das duas fatais. A perícia técnica da Polícia Civil foi acionada e o caso, segundo a PM, deve ser registrado no 4º distrito policial, que vai apurar as causas e responsabilidades no acidente.

Os bombeiros informaram que as vítimas não tinham sido identificadas até as 22h40 e que a Método Construtora faria esta identificação posteriormente. Por meio de nota, a empreiteira afirmou que vai apurar as causas do acidente e que prestará todo o auxílio necessário aos familiares dos empregados. A empresa também se colocou à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários.

Testemunhas Funcionários de lojas do shopping que ficam próximas à área do acidente relataram à equipe da EPTV que ouviram um estrondo e o barulho do desabamento. Operários que trabalham durante o dia no setor da obra em que ocorreu o acidente estiveram no local e afirmaram que temem voltar ao trabalho após o acidente. "Deus me livre acontecer algo assim de novo", disse um deles, que preferiu não se identificar.

Histórico

As obras de ampliação do shopping chegaram a ficar por pelo menos uma semana parcialmente interditadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto do ano passado, quando o órgão identificou problemas nas instalações elétricas e máquinas, além de falta de proteção para funcionários. Na época, segundo a empreiteira responsável pela obra, ao menos 100 homens trabalhavam no local.

Shopping

O Shopping Iguatemi divulgou nota na qual afirma que lamenta o ocorrido e afirmou que acompanhará a apuração da construtora contratada. O centro de compras também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação das mortes.

15-5-2014 – G1 Goiás – TV Anhanguera

Operário morre ao cair de shopping em construção, em Rio Verde, GO

Segundo colegas, vítima estava em seu primeiro dia de trabalho na obra. Colegas dizem que ele não usava EPIs, mas empresa nega; MPT apura caso.

Um operário de 24 anos morreu nesta quinta-feira (15) após cair de um shopping que ele ajudava a construir, em Rio Verde, região sudoeste de Goiás. Segundo colegas, era o primeiro dia de trabalho da vítima no local. Eles disseram ainda que o rapaz não usava equipamentos de segurança quando caiu de uma altura de 12 metros. A empresa nega.

Imagens feitas por um celular mostram uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tentando socorrer o operário (veja vídeo acima). No entanto, ele morreu no local. Peritos do Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local. Por conta do acidente, todos os funcionários foram dispensados.

Quando caiu, o operário jovem estava instalando parte da cobertura do shopping. Um trabalhador, que não quis se identificar, informou que o colega não estava devidamente equipado para atuar no local e reclamou das condições de segurança do local.

“Ele estava no telhado e lá não tem onde segurar, não tem nenhum cabo de aço. Acho que é muito pouco técnico de segurança para o tamanho da obra", afirmou.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que vai instaurar inquérito para apurar as responsabilidades da construtora e do shopping no caso. "Talvez [o operário] não teve nem treinamento, não tenha sido orientado, o que ele devia fazer. Será que ele recebeu os EPIs [equipamentos de segurança individual], sabia qual era a função dele, tinha experiência? É preciso investigar isso", afirma o procurador Alpiniano do Prado.

A empresa para qual a vítima trabalhava informou que o operário usava EPI no momento do acidente, mas o cinto de proteção não estava preso. Ainda segundo a companhia, o funcionário participou de uma palestra sobre segurança.

Sobre as declarações dos funcionários que não há poucos técnicos de segurança do trabalho, a empresa não quis se pronunciar.

16-5-2014 – G1 Centro-Oeste de Minas

Morre pedreiro que caiu de construção no Centro de Divinópolis

 Ele despencou de uma altura entre quatro e seis metros, dizem bombeiros. Colegas não souberam informar o que provocou a queda.

Morreu, após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, o pedreiro de 32 anos que caiu de uma construção no Centro de Divinópolis no início da tarde desta sexta-feira (16). A informação foi confirmada pela UPA.

De acordo com a unidade, o homem teve traumatismo craniano e chegou a ser atendido, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo o Corpo de Bombeiros, a vítima trabalhava em uma construção quando despencou de uma altura entre quatro e seis metros.

Ainda segundo os bombeiros, ainda não se sabe o que pode ter levado a queda. Os colegas de trabalho da vítima informaram que só viram o corpo já caído.

17-5-2014 – JC on line

Construção - Técnica de segurança morre depois de cair de obra da fábrica da Fiat em Goiana

Geisiane Lourenço de Almeida, 26 anos, despencou de uma altura de 15 metros no fim da tarde da sexta-feira

Uma técnica em segurança do trabalho morreu na madrugada deste sábado (17) depois de ter caído de um prédio em construção da fábrica da Fiat, em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Geisiane Lourenço de Almeida, 26 anos, despencou de uma altura de 15 metros no fim da tarde da sexta-feira (16) enquanto trabalhava.

A técnica em segurança foi socorrida para o Memorial de Goiana, sendo depois transferida para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, Centro do Recife, no início da noite. Geiciane chegou a ser submetida a uma cirurgia, mas acabou falecendo em consequência da gravidade dos ferimentos por volta da 1h deste sábado.

A jovem era funcionária da empresa Consórcio Construcap Walbridge (CCW) nas obras da fábrica da Fiat há cerca de dois anos. Segundo a família, testemunhas do acidente disseram que o cinto de segurança que ela usava estava folgado, o que pode ter causado a queda. A construtora informou que, a princípio, a obra não deve ser interrompida, a menos que as autoridades solicitem a interrupção.

O corpo de Geisiane está no HR, onde aguarda a presença de um parente de primeiro grau para ser liberado e levado ao Instituto de Medicina Legal (IML). A família da técnica de segurança, que estava em Goiana, já está a caminho.

Confira a nota da empresa responsável pela nora na íntegra:

O Consórcio Construcap Walbridge, construtor do polo automotivo de Goiana, confirma a ocorrência do óbito de sua colaboradora Geisiane Lourenco de Almeida, técnica de segurança, ocorrido na madrugada deste sábado (17), em decorrência de acidente na véspera.

O consórcio acionou imediatamente seu plano de emergências, que atende a todas as normas, encaminhando a colaboradora ao Hospital HR em Recife, instituição de referência em traumas no Nordeste, no qual ela faleceu.

O consórcio está dando integral apoio à família da colaboradora e reitera que cumpre rigorosamente as normas de segurança e medicina do trabalho.

As causas do acidente estão sendo apuradas.

16-5-2014 – Catve.com (PR)

Pneu de caminhão explode e arremessa jovem a cerca de 8 metros

Vítima foi atendida por equipe do Siate com ferimentos considerados graves

Um jovem de 18 anos ficou gravemente ferido com a explosão do pneu de um caminhão na manhã desta sexta-feira (16). O acidente aconteceu em uma borracharia na Linha Verde, no bairro Pinheirinho, em Curitiba. Jonathan Gomes foi arremessado a uma distância de 8 metros e pode ter sofrido traumatismo craniano. O garoto trabalhava na borracharia do pai dele e, agachado, enchia o pneu traseiro do caminhão quando aconteceu a explosão. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o pneu do caminhão pode ter algum defeito. Os socorristas encaminharam o jovem ao Hospital do Trabalhador. O estado de saúde dele é grave e exames vão detectar fraturas ou outras contusões mais graves que possam ter acontecido.