Já são nove os operários mortos em obras de estádios da Copa 2014


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
09/05/2014



Nove mortes já são contabilizadas em obras de estádios da Copa. Nesta quinta-feira, 8 de maio, o operário Mohamed Ali Maciel Afonso, de 32 anos, morreu na Arena Pantanal, estádio que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá (MT). O operário foi vítima de uma descarga elétrica, recebeu atendimento no local na tentativa de reanimá-lo, mas não resistiu. 


Mohamed trabalhava para a empresa do  consórcio responsável por telecomunicações no estádio. Ele sofreu a descarga quando instalava uma luminária no corredor de acesso aos camarotes. A repercussão que a morte vai ter ainda depende do resultado da perícia. 


Faltando apenas 35 dias para o início da Copa do Mundo, a Arena Pantanal, está com 98% da obra concluída. Falta instalar três mil cadeiras e uma série de ajustes de pequeno porte para a conclusão do estádio – a parte elétrica, por exemplo. 


Descaso e descumprimento


Além da falta de equipamentos de segurança, outra causa dos acidentes ocorridos em obras de estádios da Copa tem sido a falta de treinamento. No caso deste acidente, as causas ainda estão sendo apuradas, mas o operário exercia uma atividade que exige o uso de equipamentos de proteção e treinamento específico, por se tratar de atividade de risco. Muitos operários, por exemplo, não sabem manusear o medidor de tensão, equipamento essencial para executar os serviços com cabos de alta tensão e outros desta área. 


Assim como treinamento e uso de equipamentos de segurança, outras medidas são cobradas pela Auditoria-Fiscal do Trabalho ao fiscalizar obras da construção civil e, no caso específico dos estádios da Copa, consideradas grandes obras. O Grupo Móvel de Condições de Trabalho e Obras de Infraestrutura – GMAI é o responsável pela inspeção. Os Auditores-Fiscais se orientam por Normas Regulamentadoras – NRs, especialmente a NR 18 – sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção –, que detalham as situações de risco para trabalhadores de acordo com a atividade que exercem. 


Outros acidentes fatais


Em 11 de junho de 2012, o ajudante de carpinteiro José Afonso de Oliveira Rodrigues, 21 anos, caiu de uma laje no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Em 27 de novembro de 2013, dois trabalhadores morreram após a queda do guindaste que levantava uma peça da cobertura do estádio corintiano: o operador Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44. 


O primeiro óbito em Manaus aconteceu em 28 de março de 2013, quando o corpo do pedreiro Raimundo Nonato Lima Costa, de 49 anos, foi encontrado por trabalhadores do turno noturno da obra. Segundo testemunhas, Costa caiu enquanto caminhava sobre uma viga a 4 metros de altura. 


Outros dois acidentes aconteceram no Amazonas em 14 de dezembro. Marcleudo de Melo Ferreira, 22 anos, que trabalhava na instalação dos refletores do estádio no turno da madrugada também sofreu uma queda e morreu. Horas depois, o operário José Antônio da Silva Nascimento, de 49 anos, que trabalhava no serviço de limpeza e terraplanagem, teve um infarto enquanto trabalhava. 


A lista de mortes em obras da Copa ainda tem Antônio José Pita Martins, que trabalhava na desmontagem de um guindaste em terreno vizinho à Arena da Amazônia, e Fabio Hamilton Cruz, que caiu enquanto montava plataformas na estrutura móvel do Itaquerão.


 

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.