O dia 28 de janeiro ficou marcado para sempre para a categoria dos Auditores-Fiscais do Trabalho como um sinônimo de tristeza e tragédia em razão da Chacina de Unaí, crime em que foram assassinados os Auditores-Fiscais Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, em 2004. Dez anos depois, o Sinait ainda organiza manifestação para pedir que todos os envolvidos no crime sejam julgados e condenados, para que a impunidade não seja a marca deste crime que ganhou manchetes em todo o mundo.
A morte dos Auditores-Fiscais do Trabalho foi uma das razões para que o Sinait apresentasse um projeto em homenagem aos colegas que morreram no exercício de sua missão. Eles se dirigiam para uma fazenda na região rural de Unaí (MG) quando foram abordados e covardemente assassinados. A Lei nº 11.905, de 20 de janeiro de 2009, instituiu o dia 28 de janeiro como o Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho e é, ao mesmo tempo, um ato de valorização do servidor público e um momento de reflexão sobre as condições em que a categoria exerce as fiscalizações.
Em todo o país o Sinait, por meio de suas Delegacias Sindicais, realizou atos públicos, um momento de paralisação e reivindicação de segurança, melhores condições de trabalho, reforma das unidades do Ministério do Trabalho e Emprego, mais Auditores-Fiscais do Trabalho, mais servidores administrativos que atuam no apoio à fiscalização.
Rosa Jorge, presidente do Sinait, comenta que, depois de dez anos da extrema violência cometida contra a categoria na Chacina de Unaí, os Auditores-Fiscais continuam trabalhando sob tensão e sem segurança. Entre outras razões, ela aponta a impunidade dos mandantes da Chacina de Unaí como um mau exemplo que leva outros empresários a ameaçarem e agredirem os agentes públicos que defendem os direitos dos trabalhadores.
Por outro lado, ela ressalta a dedicação e o esforço da categoria para alcançar metas que se elevam a cada ano, em contraponto com o número de Auditores-Fiscais que míngua. “Só o compromisso da categoria explica os resultados positivos que a Auditoria-Fiscal do Trabalho alcança e que são reconhecidos dentro e fora do país, como a excelência no combate ao trabalho escravo. O quadro é formado por pessoas muito qualificadas, de formações diversas que se complementam e conseguem, com inteligência, extrair o máximo nas ações que empreendem. Mas, acima de tudo, é o compromisso com a defesa dos direitos básicos, da dignidade dos trabalhadores, que nos move e faz a diferença. Lidamos com gente, com brios, com sentimentos. Isso não é pouco”, diz Rosa Jorge.
Neste dia 28 de janeiro de 2014, o Sinait cumprimenta os Auditores-Fiscais do Trabalho em todo o país, ativos e aposentados, e reafirma seu compromisso de lutar por melhores condições de trabalho e por tantas outras demandas em andamento. Também não descansará enquanto todos os envolvidos na Chacina de Unaí não forem julgados e condenados, dando fim a esta luta que já dura uma década.