Mais de 100 empregadores são incluídos na Lista Suja do Trabalho Escravo

A atualização semestral da Lista Suja do Trabalho Escravo foi divulgada no dia 30 de dezembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE com a inclusão de 110 empregadores e exclusão de 17


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
07/01/2014



Empresas da construção civil e do setor têxtil integram o cadastro


A atualização semestral da Lista Suja do Trabalho Escravo foi divulgada no dia 30 de dezembro pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE com a inclusão de 110 empregadores e exclusão de 17. A lista é composta por 579 nomes, entre eles, empresas da construção civil e do ramo de confecções flagradas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho praticando trabalho escravo urbano.


A maioria dos empregadores que está no cadastro é do Pará, o equivalente a 26,08%. O Estado é, historicamente, o campeão no número de resgates de trabalhadores da escravidão contemporânea nos últimos 15 anos principalmente nos setores da pecuária, produção de madeira e em carvoarias. Em seguida vem o Mato Grosso (11,23%), Goiás (8,46%) e Minas Gerais (8,12%).


Na Lista Suja, que também é mantida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, estão os nomes dos empregadores que receberam autos de infração, lavrados pelos Auditores-Fiscais do Trabalho, durante as operações do Grupo Especial Móvel de Fiscalização. Os cadastrados podem ser excluídos após regularizarem a situação.


Os que compõem a Lista ficam impedidos de receber financiamentos de instituições bancárias públicas. As empresas que integram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo também não realizam transações comerciais com as empresas que estão no cadastro.


De acordo com o Auditor-Fiscal do Trabalho Renato Bignami (SP), ouvido pela ONG Repórter Brasil, a tendência é que número de empresas que praticam trabalho análogo a escravo nas áreas urbanas, como acontece em São Paulo nas oficinas de costura, esteja cada vez mais presente na Lista Suja. Empresas da construção civil também foram incluídas nesta última atualização. 


A Repórter Brasil destacou o caso das grifes 775 e Talita Kume, de São Paulo, incluídas na Lista, por oficinas terceirizadas terem sido flagradas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho submetendo trabalhadores estrangeiros a condições análogas à escravidão. Nos locais, não havia alojamento adequado, segurança nas instalações elétricas, entre outros problemas. Os empregados sofriam constantes ameaças e tinham que cumprir jornadas excessivas para ganhar menos de R$ 10 reais por peça produzida.


A Lista Suja é um dos instrumentos para combater o trabalho escravo e foi idealizada por Auditores-Fiscais do Trabalho que perceberam, durante as ações fiscais, que as propriedades flagradas recebiam financiamentos públicos. O aumento no número de cadastrados se deve principalmente à atuação da Inspeção do Trabalho, que mesmo diante de dificuldades como o número insuficiente no quadro efetivo, cumpre o seu papel pela dignidade e respeito ao trabalhador brasileiro.


Clique aqui para ler a matéria da Repórter Brasil e conferir a lista completa.

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