RS: Esquema de corrupção é desbaratado pela PF

PF revelou plano de atentado contra a vida de Auditor-Fiscal do Trabalho

O Sinait tomou conhecimento, na quinta-feira passada, 31 de outubro, da prisão de um Auditor-Fiscal do Trabalho e de um agente administrativo na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul – SRTE/RS, além de um empresário, por envolvimento em esquema de fraudes e corrupção. Também há indícios de envolvimento do Superintendente Regional, embora não tenha sido preso.

Segundo as primeiras informações, a Polícia Federal estaria monitorando os passos dos envolvidos há cerca de dois anos e teria intensificado a investigação a partir de julho deste ano. A ação da Polícia Federal, batizada de Operação W, foi deflagrada antecipadamente em razão da descoberta de um plano de atentar contra a vida de um outro Auditor-Fiscal do Trabalho, que estaria “atrapalhando” o esquema de corrupção. Ele sofreria um “acidente de trânsito” no caminho para Gravataí, para onde iria fazer uma fiscalização no dia 1º de novembro.

Imediatamente, a presidente do Sindicato, Rosângela Rassy, que se encontrava em São Paulo para participar de audiência pública sobre a Proposta de Emenda à Constituição – PEC 186, comunicou-se com o secretário de Inspeção do Trabalho Paulo Sérgio de Almeida em busca de detalhes e entrou em contato com a Polícia Federal. O pedido da Secretaria de Inspeção do Trabalho foi de que nada fosse divulgado no momento, razão pela qual o Sindicato não publicou notícias sobre a prisão.

O Sinait comunicou-se com Auditores-Fiscais no Rio Grande do Sul e obteve mais informações sobre o caso. A presidente solicitou aos interlocutores que fizessem chegar ao colega ameaçado – que não teve seu nome publicado por questões de segurança – o apoio do Sinait para tudo o que for necessário.

O Sinait enviou à Polícia Federal o pedido de informações sobre a investigação, de proteção ao Auditor-Fiscal ameaçado e de punição exemplar dos envolvidos. As investigações, segundo a PF, continuam.

O caso deixou perplexos os Auditores-Fiscais do Trabalho em todo o Brasil, e em especial os colegas do Rio Grande do Sul. O Sinait entende que o caso é muito grave, porém, acredita que seja um comportamento isolado e pontual, percepção que é confirmada pela categoria no Estado gaúcho.

Rosângela Rassy comenta que “é sempre muito ruim a repercussão de casos como esses. Mas o que temos que defender e exigir é que a investigação vá em frente e que os envolvidos sejam exemplarmente punidos. Não há tolerância com a corrupção”. A presidente diz também que é prejudicial à categoria, no quotidiano, que a atividade de fiscalização seja ligada a um esquema de corrupção, especialmente aos atos de embargos e interdições, pois o Sindicato está lutando para garantir a competência e a autonomia dos Auditores-Fiscais do Trabalho nestes atributos. Ela também ressalta que é um alívio saber que nada aconteceu com o colega Auditor-Fiscal que seria vítima de atentado. “Não queremos nunca mais ter qualquer episódio parecido com o que aconteceu em Unaí”, diz a presidente.

O Sinait está acompanhando o caso e a divulgação de informações será cautelosa a fim de não prejudicar as investigações.