Auditores-Fiscais do Trabalho interditaram nesta sexta-feira, 26, o setor de escavação da obra de um prédio, em São Carlos – SP, onde um operário morreu soterrado. O acidente ocorreu na quinta-feira, 25 de julho. O trabalhador tinha 35 anos e era seu primeiro dia de serviço no local. Ele estava cavando um buraco de três metros de profundidade até que a terra cedeu e o soterrou. O outro colega que estava junto foi soterrado, mas conseguiu sair sem ferimentos.
Segundo o Auditor-Fiscal do Trabalho Antônio Valério Morillas Júnior, gerente regional do Trabalho e Emprego em São Carlos, as informações preliminares da fiscalização são de que o elevador da obra também foi interditado. “Há vários itens de Segurança e Saúde, em relação ao trabalho em confinamento, não cumpridos, que serão alvos de autos de infração”, ele acrescenta. O serviço de escavação e fundação da obra era terceirizado.
Os Auditores-Fiscais também constataram que os empregados não usavam Equipamentos de Proteção Individual – EPI. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a terra havia cedido por causa das chuvas.
Antônio Valério informou que outra obra, ao lado do local onde ocorreu o acidente, que pertence a outra empresa, foi interditada por apresentar os mesmos problemas. O Sinait está em contato com a GRTE/São Carlos e divulgará mais informações na semana que vem.
Leia matéria abaixo sobre o mesmo acidente.
G1 São Carlos e Araraquara – 26/07/2013
São Carlos/SP - Um operário de 35 anos morreu após ser soterrado quando trabalhava na construção de um prédio no Jardim Gibertoni, em São Carlos (SP), na tarde de quinta-feira (25). O local foi interditado. A Construções Complano, responsável pela obra, informou na sexta-feira (26) que uma empresa terceirizada, especializada em escavações e fundações, foi contratada para executar os serviços.
De acordo com os bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 14h na Rua Salesianos do Brasil e ainda tem causas desconhecidas. Dois homens trabalhavam na escavação de um buraco de três metros de profundidade quando a terra cedeu e os soterrou. Um deles conseguiu sair sozinho e sem ferimentos, mas o outro, Juraci Aparecido Teixeira, ficou preso e morreu no local. Esse era o primeiro dia de trabalho dele, segundo colegas de trabalho.
Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros Rangel Gregório, a obra será interditada pela Defesa Civil, pois ainda há risco. A terra teria cedido devido às chuvas dos últimos dias. A Perícia Técnica está no local para analisar a causa do acidente.
Um funcionário informou ao G1 que o local tem cerca de 50 homens trabalhando. De acordo com o gerente regional do Ministério do Trabalho, Antônio Valério Morillas Júnior, a princípio os funcionários não usavam equipamentos de segurança, mas ainda será feita uma fiscalização na sexta-feira (26).
"A obra vai ser interditada para cumprir as exigências de escoramento do poço. A construtora será multada com certeza, mas ainda não dá para precisar o valor da multa sem a fiscalização. O laudo de interdição já está sendo feito", disse.
Empresa terceirizada
A Construções Complano esclarece que os serviços da cortina periférica vinham sendo executados onde deverá ser a garagem do prédio. Neste local, os taludes já estavam escavados há mais de dez anos. Uma empresa terceirizada, especializada em escavações e fundações deste tipo de obra, foi contratada para executar os serviços.
Nesta fase da obra, estavam sendo iniciadas as cortinas de contenção na parte periférica, onde faz divisa com a Rua Salesianos do Brasil. A empresa preparava os taludes para contenção por meio de escoramento, quando ocorreu o desmoronamento, ocasionando o acidente.
A empresa diz ainda que, assessores de segurança do trabalho vistoriaram as obras e sinalizaram positivamente as operações. "Ressaltamos também que, ao contrário do noticiado, a obra não está embargada e sim interditada apenas na área onde ocorreu à fatalidade, devendo a empresa dar continuidade em suas atividades", diz a nota.
Por fim, a empresa diz lamentar o fato e informa que presta toda a assistência e suporte necessários aos familiares da vítima.