Em uma semana, três acidentes graves causaram a morte de operários em atividades diferentes, mas que convergem na falta de segurança.
Um deles, o operário de 21 anos que morreu soterrado na quarta-feira, 24 de abril, trabalhava em um canteiro de obras, caiu dentro de um contêiner onde era misturado o concreto e foi soterrado por toneladas de areia.
A segunda morte foi resultado de acidente em que o operário Alex Silva teve a perna esmagada por uma prensa hidráulica e estava internado desde o dia 18. Na ultima quarta-feira, 24, ele teve a perna amputada, mas acabou não resistindo e morrendo no dia seguinte. De acordo com o resultado de uma ressonância magnética, o rapaz estava com infecção cerebral.
Outro trabalhador morto em acidente de trabalho tinha 28 anos e trabalhava em uma mineradora no município de Jaguarari (MT). A polícia ainda não sabe as causas do acidente e a empresa de mineração informou que também não tem informações, por enquanto, sobre as causas do acidente. O acidente ocorreu na quinta-feira, 25.
Os Auditores-Fiscais do Trabalho, especialistas em segurança e saúde no trabalho, são unânimes em afirmar que a grande maioria dos acidentes poderia ser evitada. Bastaria que as empresas cumprissem as Normas Regulamentadoras - NRs do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, específicas para cada setor e atividade, respeitassem os limites legais de jornada de trabalho e que não dispensassem o uso dos equipamentos de proteção individual – EPIs, fiscalizando o uso por parte de seus empregados.
Essencial, também, é a contratação, por concurso público, de mais Auditores-Fiscais do Trabalho, pois os 2.878 em atividade (números atualizados em 26 de abril) não são suficientes para dar conta da demanda do mercado de trabalho. Hoje, são 762 cargos vagos que, mesmo preenchidos, ainda não atendem às exigências da Convenção 81 da Organização Internacional do Trabalho – OIT e ao estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, que detectou a necesidade de mais de 8 mil Auditores-Fiscais do Trabalho.
A sociedade já está sensibilizada para a urgência de investimento, reposição e ampliação do quadro de Auditores-Fiscais do Trabalho. O mesmo precisa acontecer em relação ao governo. O Sinait já enviou os estudos a ministros, parlamentares e à presidente da República. O que falta, agora, é decisão política.