O tema tráfico de pessoas está em todas as rodas de conversa hoje em dia, em razão da abordagem feita pela telenovela “Salve Jorge”, da autora Glória Perez, exibida pela TV Globo em horário nobre. Na história televisiva as mulheres são “aliciadas” com promessas de bons empregos e bons salários, e levadas a países estrangeiros para fins de prostituição. Ficam presas, confinadas, com documentos retidas e em dívida com aqueles que as levaram.
A vida real é também assim. O processo de “aliciamento” é bastante parecido com o praticado aqui pelos “gatos” que arregimentam pessoas para o trabalho escravo. O tráfico de pessoas e o trabalho escravo têm íntima ligação. Depois da prostituição, esta é segunda atividade que mais recebe pessoas traficadas no mundo. As rotas tanto são daqui para fora como de outros países para cá, como os Auditores-Fiscais do Trabalho já constataram muitas vezes ao encontrar trabalhadores estrangeiros explorados na indústria da confecção.
Este tema é assunto de artigo da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) publicado hoje no jornal O Globo. Para ela, a novela cumpre o papel de jogar holofotes sobre o tema e alertar a sociedade e autoridades. Ela também cita o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito em curso na Câmara, da qual o Sinait já participou, e a defasagem da legislação. Neste ponto, o Sinait é o coordenador de um Grupo de Trabalho sobre Trabalho Estrangeiro no Brasil, no âmbito da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo – Conatrae, que articula mudanças no Estatuto do Estrangeiro e do Código Penal, além de organizar um Manual de orientação das medidas a serem tomadas diante da situação de trabalho irregular de estrangeiros.
Vanessa Grazziotin cita, em seu artigo, matéria da Revista IstoÉ, publicada em outubro deste ano, que abordou o assunto tráfico de pessoas. Clique aqui para ler.
O artigo “Quase invisível”, de Vanessa Grazziotin está publicado em nossa área de MÍDIA – ARTIGOS EXTERNOS.