Mais um acidente de trabalho cuja causa suspeita é a falta de equipamentos de proteção que seriam obrigatórios. No Rio Grande do Sul, um pintor caiu no fosso do elevador da obra em que trabalhava e morreu. A polícia suspeita que não havia tapumes de proteção no vão do elevador e o operário não usava qualquer Equipamento de Proteção Individual – EPI.
Tapumes e avisos para alertar sobre o fosso de elevadores em obras são obrigatórios, segundo a Norma Regulamentadora – NR 18, sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil. O anexo 18.13 é específico sobre Medidas de Proteção contra Quedas de Alturas e diz:
18.13.3 Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório de, no mínimo, 1,20m (um metro e vinte centímetros) de altura, constituído de material resistente e seguramente fixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas. Também o anexo 18.27, sobre Sinalização de Segurança, determina: “e) advertir quanto a risco de queda;”.
É mais um trabalhador que morre, segundo suspeita-se, por negligência com condições de segurança em uma obra de construção civil. Esta foi noticiada. Seguramente, muitas outras ocorrências foram registradas sem publicidade, mas com consequências nefastas para a vida de trabalhadores e suas famílias.
A Auditoria-Fiscal do Trabalho quer mudar esse quadro, mas precisa que o governo se sensibilize, seja convencido de que é necessário ampliar a capacidade da fiscalização, e isso se faz contratando mais Auditores-Fiscais do Trabalho.
Leia a notícia, triste, da morte do operário:
8-11-2012 – Diário de Canoas (RS)
Homem morre ao cair em fosso de elevador em São Leopoldo
São Leopoldo/RS- O pintor Laudi Araujo da Rosa, 51 anos, morreu após cair no fosso de um elevador de um prédio em que estava trabalhando na esquina da Rua Júlio de Castilho com a Rua Pinheiro Machado. Segundo a Brigada Militar, o ocorrido foi informado por volta das 15h40 desta quinta-feira (8).
O delegado Alencar Carraro afirma que o caso foi registrado como homicídio culposo por não haver tapumes de proteção no vão do elevador. "Aparentemente ele estava sem equipamentos de proteção. Cabe agora a perícia verificar. O caso será apurado pela 1ª Delegacia de Polícia.
Ao que tudo indica houve uma negligência por parte de quem o contratou", explica. Carraro também conta que quem encontrou o corpo foi um possível responsável pela obra, pois neste dia o pintor estaria trabalhando sozinho no local. "Era um prédio bastante alto e não temos como definir de qual andar ele caiu. Vão ser ouvidos o dono da obra e os responsáveis por ela", relata.
De acordo com a esposa de Laudi, Fátima Ismael de Oliveira, 49 anos, que estava casada com ele há quase 32 anos, o filho participa das pinturas com o pai, mas teria saído para fazer a compra de tintas e quando retornou encontrou o corpo do pai no fosso. "Ele estava todo quebrado", ressalta em prantos. Fátima relata que tentou ligar várias vezes para o marido, não sendo atendida em nenhuma. "Quando eu comecei a ligar e ele não atendeu eu sabia que algo muito ruim tinha acontecido. Ele sempre atendia o celular onde estivesse", conta. Até a noite de ontem não havia sido identificada a empresa responsável pela obra.