Acidentes de Trabalho – Operários escapam por milagre


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
27/08/2012



O operário Everson do Espírito Santo, de 30 anos, escapou com vida após cair de uma altura de 36 metros em Curitiba. A queda ocorreu no fosso do elevador da obra e foi amortecida por um andaime. A Fiscalização do Trabalho já foi acionada para visitar a obra e verificar se há irregularidades.


O trabalhador teve apenas escoriações no rosto e já saiu do hospital. A Fiscalização do Trabalho irá investigar as condições de segurança e saúde dos trabalhadores da obra e se a empresa possui o Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho, obrigatório para a Construção Civil.

 

Em Recife, outro operário despencou de altura equivalente a quatro andares, mas não sobreviveu. Ele trabalhava na construção de salas de cinema em um shopping. As causas do acidente são desconhecidas. O Sindicato da Construção Civil de Pernambuco, que já havia denunciado a morte de mais dois operários no mesmo local, pediu ao Ministério do Trabalho e Emprego que investigue o caso.

 

Vergalhão - No Rio de Janeiro, continuam as investigações sobre o acidente com o operário Eduardo Leite, que foi atingido na cabeça por um vergalhão e sobreviveu sem sequelas. De acordo com fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) a peça que despencou não estava suficientemente amarrada quando foi içada.

 

Quase todos os dias o Sinait noticia graves acidentes na Construção Civil, muitos deles com mortes. Isso evidencia que os operários estão desprotegidos e correndo riscos diariamente de não retornarem para suas casas e famílias.

 

A Campanha Institucional 2012 do Sinait aponta para a necessidade de mais Auditores-Fiscais do Trabalho como medida de prevenção aos acidentes de trabalho, não só na Construção Civil como em outros setores.

 

22-8-2012 – Jornal de Brasília

ACIDENTES NA CONSTRUÇÃO - Milagres com operários

 

Everson considerou o fato de escapar com vida ao seu nome: "O Espírito Santo me salvou, só podia ser"

O que caiu de 36 metros teve alta. O atingido por vergalhão deixou CTI

 

Depois de provocar uma situação inusitada na segunda-feira, quando despencou de uma altura de 36 metros em uma obra na Rua Euclides da Cunha, no bairro Bigorrilho, em Curitiba, e sobreviver, o pedreiro Everson do Espírito Santo, de 30 anos, deixou o Hospital Evangélico caminhando, sem ferimentos graves e apenas escoriações no rosto.

 

A queda aconteceu entre o 21º e o 8º andar da construção, pelo fosso do elevador. Um dos fatores que podem ter colaborado para a sobrevivência foram andaimes que amorteceram a queda. Depois do o acidente, a obra passará por uma vistoria. Segundo testemunhas, o trabalhador não utilizava equipamentos de segurança.

 

Everson atravessou por cima do fosso do elevador, mas a proteção quebrou e começou a cair. "Só senti na hora em que parei naquele (andaime) que não quebrou, que me segurou. Aí eu saí e, nessa hora, ainda meio tonto, veio um pedreiro que me ajudou", afirmou. Ele considerou o fato um milagre creditado ao seu nome. "O Espírito Santo me salvou, só podia ser."

 

O cabo Neves, do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), que prestou os primeiros atendimentos ao pedreiro, também falou do caso como um possível milagre. “Everson Espírito Santo, é verdade, talvez seja isso. Podemos considerar um milagre”, destacou o militar.

 

O Ministério do Trabalho deve visitar a obra para investigar as condições dos trabalhadores e a segurança no local. Além disso, será questionado se a empresa possui o Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho, que é obrigatório para o setor.

 

OUTRO SOBREVIVENTE

O operário Eduardo Leite, de 24 anos, que teve o crânio atravessado por um vergalhão em um acidente de trabalho, deixou Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O acidente aconteceu na semana passada. Leite foi transferido para um quarto normal e continua se recuperando.

 

Ele teve a cabeça atravessada pela barra de ferro da grossura de um dedo polegar, mas, segundo os médicos, o acidente não ocasionou sequelas. O operário relatou que trabalhava num prédio em construção quando o vergalhão, de cerca de três metros, caiu do quarto andar. Fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) que fizeram vistoria na obra na segunda-feira, constataram que a peça não estava bem amarrada quando foi içada.

 

A barra de ferro entrou pela parte posterior do crânio do operário e saiu entre os olhos. Ele permaneceu consciente após o impacto e foi operado no Hospital Municipal Getúlio Vargas para a retirada do vergalhão, numa cirurgia de cerca de três horas. Houve ainda reconstituição da base do crânio furada pela barra.

 

Não teve mesma sorte

Se os operários do Paraná e do Rio de Janeiro conseguiram sobreviver, um outro, em Pernambuco, não teve a mesma sorte dos colegas de profissão. O trabalhador, de 34 anos, cujo nome não foi revelado, caiu de uma altura equivalente a quatro andares no canteiro de construção dos cinemas da rede Cinemark, no Shopping RioMar, no Pina, Zona Sul do Recife, segundo o Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Marreta). As causas do acidente ainda eram desconhecidas.

 

A vítima foi levada ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife, por uma ambulância que fica na obra, para emergências. Segundo a unidade de saúde, o homem chegou já sem vida.

 

INVESTIGAÇÃO

O Marreta esteve no local do acidente e acionou o Ministério do Trabalho para embargar a obra, enquanto investiga a causa da tragédia. O diretor do Marreta, José Augusto, quer ter a certeza de que o operário acidentado estava usando ou não o equipamento de proteção individual, conforme preveem as normas de segurança na construção civil e denunciou outras duas mortes de trabalhadores no local.

 

Segundo o Shopping RioMar, o operário era contratado da construtora Sérgio Porto, de São Paulo, responsável pelas obras no local.

 

SAIBA +

O operário Eduardo Leite, que teve o crânio perfurado pela barra de ferro, ainda pode apresentar alterações de humor como sequela do acidente. O alerta foi feito pelo chefe do setor de neurocirurgia do Hospital Miguel Couto, Ruy Monteiro.

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.