Mapa Social – Trabalho escravo também é realidade no Sul do país


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
12/06/2012



O Sul do Brasil, mesmo sendo considerada uma região rica e menos desigual que as outras, também registra casos de trabalho análogo a escravo em segmentos econômicos como a extração de madeira (pinus), coleta de erva-mate e na produção agrícola. Os Auditores-Fiscais do Trabalho resgataram mais de 1,5 mil pessoas nessa situação, de 2005 a 2011, em 95 flagrantes no período. Esse é o tema central das matérias sobre o Sul, publicadasno Mapa Social, uma série de reportagens da ONG Repórter Brasil sobre as peculiaridades socioeconômicas de todas as regiões do país.  


A área com maior incidência é divisa do Paraná com Santa Catarina. Na última atualização da Lista Suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, de um total de 291 empregadores, 40 são do Sul. Ao longo das reportagens, o leitor se depara com a história do resgate de um pai e um filho que foram libertados do trabalho escravo na divisa entre os dois Estados, onde atuavam na cadeia de produção da erva-mate.  

 

A exposição dos trabalhadores às baixas temperaturas é uma das características de condições degradantes encontradas pelos Auditores-Fiscais na região, assim como as jornadas excessivas, falta de infraestrutura sanitária e de alojamento nas frentes de trabalho. Uma das diferenças em relação aos casos registrados em outras partes do país é o aliciamento de trabalhadores feito por meio de um tipo de terceirização ilegal.

 

Segundo uma das matérias, uma parcela dos empregadores desses segmentos tenta justificar o trabalho degradante como “dificuldades em cumprir a Norma Regulamentadora - NR 31, que define padrões de segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura”.  Os textos também relatam tentativas de readequação a partir de iniciativas do MTE e do Ministério Público do Trabalho. 

 

Alguns patrões também tentam passar a ideia de que as operações do Grupo Móvel são abusivas e se colocam como “vítimas” do rigor exercido pelos Auditores-Fiscais do Trabalho para garantir os direitos dos empregados. Decisões judiciais que determinaram a anulação de autos de infração preocupam os Auditores-Fiscais da região e geram insegurança jurídica na atuação da categoria.  

 

Para a Auditora-Fiscal do Trabalho Luize Surkamp, o grande desafio na erradicação do trabalho escravo no Sul são investimentos em educação e no combate à pobreza. Segundo ela, 70% dos trabalhadores resgatados são analfabetos funcionais e vivem em “completa vulnerabilidade”.   

 

Clique aqui para conferir a página do Mapa Social.  

 

Abaixo, os links das matérias referentes ao Sul do país.

 

Filhos “herdam” pobreza e escravidão dos pais (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=9)  

 

Trabalhadores encaram restrições e precariedades (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=440)  

Escravidão sulina apresenta traços peculiares (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=419)

 

Autoridades tentam ações conjuntas com patrões (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=446)

 

Caminhos se fecham sem investimentos sociais (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=450)

 

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