Artigo - Questão de justiça, só isso: Eliane Cantanhêde, da FSP


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
09/03/2012



O artigo “Questão de justiça, só isso” da jornalista Eliane Cantanhêde foi publicado no jornal a Folha de São Paulo, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, apresenta proposições em tramitação no Congresso Nacional que beneficiarão mulheres trabalhadoras.


Para Eliane Cantanhêde, são justas reivindicações que tratam da equiparação salarial entre mulheres e homens, que exercem o mesmo cargo, quando foi constatado um aumento da participação da mulher no mercado de trabalho de 22% no Brasil desde 1980. Além da ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias.


Segundo a jornalista Cantanhêde, essas e outras reivindicações são demandas salutares numa economia que pretende chegar ao patamar da quinta do mundo. Afinal, são etapas para se constituir um país mais moderno e justo.


Lei abaixo o artigo na integra veiculado na Folha de São Paulo.


8/3/2012 – Folha de São Paulo


Questão de justiça, só isso


Eliane Cantanhêde


Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, que é hoje, o Congresso resolveu brindar as trabalhadoras nesta semana com leis de ampla repercussão na minha, na sua e na nossa vida. E na deles - dos nossos companheiros, companheiras, filhos e filhas.


A primeira estabelece multas para patrões que pagarem remunerações diferentes para mulheres e homens que exerçam as mesmas funções.


De acordo com o Banco Mundial, a participação da mulher no mercado de trabalho aumentou 22% no Brasil desde 1980, mas há uma defasagem entre os salários: a trabalhadora ganha em torno de 27% a menos que o trabalhador em cargos iguais.


Com a lei, a mulher que se sentir discriminada pode entrar na Justiça e reivindicar o pagamento de uma multa de cinco vezes a diferença entre os salários, durante todo o tempo em que ela estiver empregada.


Só não vale, claro, usar a lei para tirar vantagem indevida, alegando discriminação por gênero, quando, na verdade, há diferenças de qualificação profissional, de qualidade técnica do trabalho, de produtividade, de empenho. Fazer isso é trabalhar contra a mulher, não a favor dela.


Dilma não apenas decidiu que vai sancionar a lei, assim que for definitivamente aprovada, como irá pessoalmente ao Congresso para formalizar a sanção. A simbologia é boa.


Outros dois projetos têm o objetivo de aumentar a licença maternidade de 120 para 180 dias. Nada mais justo. Ah, se já houvesse essa regra quando minhas filhas eram bebês...


Para setores patronais, projetos assim são "demagógicos", penalizam as empresas e vão dificultar a contratação de mulheres. É chororô de derrotados. Deixe para lá.


Nós queremos ser a quinta economia do mundo só para inglês ver? Ou queremos ser, de fato, um país mais moderno, mais justo, mais igual?

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.