25 de março – 100 anos do incêndio na Triangle Shirtwaist Factory


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
25/03/2011



Acidente marcou o início das mudanças nas normas de Saúde e Segurança do Trabalho


Nesta sexta-feira, 25 de março, faz 100 anos do incêndio na Triangle Shirtwaist Factory, ocorrido em Nova Iorque, quando morreram 146 trabalhadores têxteis.

 

Foi preciso ocorrer um grande acidente para que as normas de Saúde e Segurança do Trabalho começassem a mudar e abrir espaço para a discussão acerca dos direitos dos trabalhadores como sindicalização, limites da jornada de trabalho, proteção ao salário, trabalho forçado, entre outros.

 

Erroneamente, muitos atribuem a celebração do Dia Internacional da Mulher a este ocorrido, mas o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio, só que era celebrado em datas variadas a cada ano.

 

Incêndios são comuns no setor têxtil e revelam a precariedade existente nesses ambientes de trabalho, onde boa parte dos operários atua na clandestinidade.  No Brasil a maioria é de trabalhadores migrantes flagrados pela fiscalização trabalhista em situações de trabalho análogo ao escravo.

O incêndio de maior proporção, ocorrido mais recentemente, aconteceu no ano passado, em uma fábrica em que os empregados trabalhavam para a sueca H&M, em Bangladesh, e vitimou centenas de trabalhadores.

Ainda em 2010, outro incêndio ocorrido em uma oficina de costura irregular de bolivianos, em São Paulo/SP, matou duas crianças.

Em 2006, um incêndio ocorrido em Buenos Aires, matou seis pessoas da mesma família, todos bolivianos.

Histórico - A Triangle Company ocupava os três últimos andares do edifício Asch, de dez andares, que fazia esquina entre as ruas Greene Street e Washington Place, e empregava cerca de 600 trabalhadores, a maioria constituída por mulheres jovens imigrantes que trabalhavam 14 horas por dia, em semanas de trabalho de 60-72 horas, costurando vestuário por modestos salários entre os 6 e 10 dólares por semana.

 

As condições da fábrica não eram das melhores, com têxteis inflamáveis guardados em toda a fábrica, iluminação a gás e ausência de extintores, sem falar que no local era liberado fumar.

 

Com o alerta do incêndio, a maioria dos operários do décimo e oitavo andares conseguiu se salvar. Mas os operários do nono andar só perceberam o incêndio quando o edifício estava a arder. Este andar tinha apenas duas saídas, e a escadaria estava cheia de fumo e em chamas. A outra porta estava fechada para evitar que as operárias roubassem materiais ou fizessem pausas.

 

A única saída de emergência, exterior, foi abaixo com o peso das operárias que tentavam escapar. O elevador também estragou, eliminando a possibilidade de fuga. Quando perceberam que estavam sem saída, e devido ao calor intenso, algumas trabalhadoras lançaram-se das janelas, a uma altura de nove andares. Outras forçaram as portas do elevador, lançando-se pela conduta de ascensão. Poucas sobreviveram a estas quedas. As restantes esperaram até que o fogo as consumisse.

 

No prédio onde ficava a Triangle Shirtwaist Company, hoje funciona a Faculdade de Química da Universidade de Nova York.

 

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