O Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas – Dieese e a Fundação Seade lançaram um boletim especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, abordando a inserção de mulheres no mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo. O boletim, que é na realidade uma pesquisa, traz muitos dados e recortes, com destaque para o fato de que mais mulheres têm escolaridade superior e estão conseguindo mais postos de trabalho do que os homens. Elas também estão diversificando os nichos de atuação no mercado de trabalho e disputando com os homens em setores que, até pouco tempo, eram domínio masculino.
O boletim completo está disponível no link
Veja a resenha da Fundação Seade sobre o estudo realizado:
2-3-2011 – Fundação Seade
Mulheres representam mais da metade das pessoas ocupadas com nível superior
Em virtude do Dia Internacional da Mulher, a Fundação Seade e o Dieese elaboraram o boletim Mulher&Trabalho nº 22, que traz informações sobre o mercado de trabalho feminino na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em 2010, e análise sobre a inserção das mulheres com escolaridade superior.
O desempenho do mercado de trabalho, em 2010, implicou melhor inserção produtiva de homens e mulheres. Nesse contexto, a taxa de desemprego total feminina diminuiu pelo sétimo ano consecutivo, passando de 16,2% para 14,7%, entre 2009 e 2010. Para a população feminina foram gerados 163 mil postos de trabalho, volume suficiente para absorver as 99 mil mulheres que ingressaram na força de trabalho metropolitana e reduzir em 64 mil o contingente de desempregadas.
Em parte, o bom desempenho do mercado de trabalho, especialmente o feminino, pode ser atribuído ao crescimento da escolaridade que, no período de 2000 a 2010, deu-se em ritmo mais intenso entre as mulheres. O porcentual de pessoas com ensino superior completo na População Economicamente Ativa – PEA (soma dos ocupados mais desempregados) da RMSP passou de 11,7% para 15,0%. Na PEA feminina, essa proporção já ultrapassou os 17,0%, enquanto na masculina corresponde a 13,0%. Com isso, se em 2000 a maioria da PEA com nível superior era composta por homens (51,3%), em 2010, a vantagem pass ou a ser, claramente, das mulheres (53,6%).
Ao se comparar a evolução dos níveis de ocupação de homens e mulheres, entre 2000 e 2010, nota-se que o crescimento do número de mulheres ocupadas (32,6%) foi muito superior ao dos homens (18,0%). Dirigindo a análise para as pessoas com escolaridade superior, essa diferença acentuou-se ainda mais: aumento de 64,3% para as mulheres, contra 34,2%, para os homens. Dessa forma, se mantidos esses ritmos de crescimento, é de se esperar que, em poucos anos, as mulheres também passem a ser maioria no conjunto dos ocupados.
Além de seu crescimento quantitativo, o conteúdo dos postos de trabalho ocupados pelas mulheres tem se alterado. Ao lado dos segmentos econômicos tradicionalmente tidos como “femininos”, como educação e saúde, outras oportunidades de inserção produtiva vêm se abrindo para as mulheres mais escolarizadas. Chama a atenção, por exemplo, o aumento da participação de mulheres no segmento de serviços especializados (13,6% do total de ocupadas em 2010) – com forte presença de advogadas, contadoras, engenheiras e assemelhadas –, que passou a ser o segundo segmento com maior presença de mulheres, superando o de saúde, tradicional nicho de emprego feminino.