Auditores-Fiscais interditam caldeira de frigorífico em Brasília, por risco de explosão; interdição paralisou toda a produção

Fiscalização também constatou diversas irregularidades trabalhistas, com informações da SRT/DF


Por: Lourdes Marinho
Edição: Andrea Bochi
12/04/2024



Auditores Fiscais do Trabalho (AFT), vinculados à Superintendência Regional do Trabalho no Distrito Federal, interditaram uma caldeira, por risco de explosão, em um frigorífico de abate de aves, em Samambaia, em Brasília, Distrito Federal, nesta sexta-feira, 11 de abril. A interdição levou à paralisação de toda a produção do frigorífico. A ação visa garantir ambientes laborais seguros e livres de riscos aos empregados.

Ao inspecionar a casa de máquinas, a equipe constatou que a área da caldeira e o sistema de amônia apresentavam risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores. O sistema de alimentação da caldeira foi interditado, devido ao uso de correias transportadoras desprotegidas e procedimentos inadequados na limpeza das bocas de alimentação, expondo os trabalhadores ao risco de quedas e queimaduras, ou seja, em desacordo com Norma Regulamentadora NR-12.

“Além disso, a falta de relatório de inspeção de segurança da caldeira, conforme exigido pela Norma Regulamentadora NR-13, aliada a irregularidades na capacitação dos operadores e no uso de equipamentos de proteção individual, representam um potencial risco de explosão”, explicam os Auditores-Fiscais.

A empresa é responsável pelo abate e processamento de aves, com destinação tanto para o mercado interno quanto para exportação, incluindo países como o Japão.

Irregularidades trabalhistas 

A equipe de fiscalização, composta por 13 Auditores Fiscais do Trabalho, também concentrou esforços na verificação do cumprimento da legislação trabalhista. Nas instalações destinadas à produção, que incluem áreas de abate, escalda, corte/evisceração e embalagem, diversas irregularidades foram constatadas.

Entre as falhas observadas, destacam-se problemas relacionados ao mobiliário e postos de trabalho, como a falta de apoio para os pés e a presença de quinas vivas e rebarbas. Também identificaram deficiências nos pisos, ausência de sistemas de comunicação ou alarme nas câmaras frias, e lacunas nos procedimentos de trabalho, como a falta de rodízio de funcionários.

Notificação e autuação 

Os empregadores foram notificados para apresentar diversos documentos, incluindo o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que ainda será auditado. Autos de Infração serão lavrados e os empregadores serão notificados para regularizar as irregularidades identificadas durante a fiscalização.

Veja aqui matéria do G1 sobre a interdição. 

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