Viram réus empregadores que escravizaram trabalhadora doméstica por 72 anos. Fiscalização resgatou a vítima em 2022

O caso foi recontado pelo Fantástico no programa deste domingo, 10 de março. Na ação acatada pela Justiça do Rio de Janeiro, MPF pede R$ 1,413 milhão de verbas trabalhistas e mais R$ 1 milhão por danos morais individuais


Por: Dâmares Vaz
Edição: Andrea Bochi
12/03/2024



A Justiça do Rio de Janeiro tornou réus Yonne Mattos Maia e André Luiz Mattos Maia Neumann, mãe e filho, pelo crime de redução a trabalho análogo à escravidão e coação contra a trabalhadora doméstica Maria de Moura. A vítima foi resgatada aos 84 anos em março de 2022 pela fiscalização do trabalho, em uma residência na Zona Norte da capital fluminense. 

Maria de Moura foi escravizada por 72 anos, período que se constitui o maior tempo de submissão ao trabalho escravo contemporâneo já visto pela Inspeção do Trabalho desde 1995, quando teve início a política de combate ao trabalho escravo no país. 

Yonne e André Luiz também vão responder por se apropriar do cartão do INSS da idosa. Dona Maria era aposentada, mas não tinha acesso aos seus proventos, além de nunca ter recebido salário ao longo dos 72 anos de escravização. 

Na ação, o Ministério Público Federal pede R$ 1,413 milhão de verbas trabalhistas e mais R$ 1 milhão por danos morais individuais. 

Hoje com 87 anos, d. Maria de Moura vive com familiares. Praticamente cega, recebe a aposentadoria e mais um salário-mínimo da família que a escravizou. 

O caso foi recontado pelo Fantástico no programa deste domingo, 10 de março – assista aqui à reportagem. 

Veja aqui matéria do SINAIT sobre o caso.

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