Auditores-Fiscais da Gerência Regional do Trabalho em Caxias do Sul - GRT/Caxias do Sul interditaram no dia 8 de fevereiro as atividades de uma das unidades da empresa Tomé S/A Indústria de Auto Peças, localizada em Caxias do Sul, a 128 quilômetros da capital Porto Alegre, por causa de grave e iminente risco à saúde dos trabalhadores. Na ocasião, a fábrica antiga, incluindo cinco fornos de indução e diversos vasos de pressão, tiveram as atividades paralisadas. A empresa é uma das maiores fundições de ferro do Rio Grande do Sul e uma das principais fabricantes de tambores de freios no mundo.
Os Auditores-Fiscais do Trabalho iniciaram a operação no mês de janeiro. Eles verificaram durante a ação fiscal a inexistência ou inadequação de equipamentos de proteção coletiva na totalidade dos setores inspecionados, além do não fornecimento dos equipamentos de proteção individuais adequados aos empregados. Atualmente, a empresa conta com 200 trabalhadores e está em processo de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 40 milhões.
De acordo com o gerente da GRTE/Caxias do Sul, o Auditor-Fiscal do Trabalho Vanius Corte, a ausência dos equipamentos de proteção resultou em um elevado número de acidentes de trabalho, ultrapassando a marca de 160 acidentes nos últimos cinco anos. “Infelizmente, os acidentes são oriundos do descumprimento de determinações feitas em operações anteriores pelas equipes de fiscalização”.
Vanius Corte explicou que a interdição será por tempo indeterminado e só será revogada quando a empresa adotar as medidas necessárias para se adequar às previsões legais. “No período da interdição a empresa deverá arcar com o pagamento integral dos salários e os demais direitos”.
O gerente disse ainda que agora os Auditores-Fiscais do Trabalho irão verificar a regularidade do pagamento dos salários e dos demais direitos trabalhistas dos empregados da empresa. Em 2014, cerca de 60 empregados foram demitidos e reclamaram não ter recebido o salário do mês e a rescisão trabalhista. No início do ano, os empregados também reclamaram de salários atrasados.
Segundo Vanius Corte, os Auditores-Fiscais estarão vigilantes para que as normas trabalhistas sejam respeitadas. “Estaremos atentos para que os direitos dos trabalhadores sejam preservados”.