Projeto prevê redução do tempo de serviço para pessoas com deficiência se aposentarem


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
13/04/2010



13-4-2010 – SINAIT


 


Está na pauta da Câmara, com previsão de votação esta semana, o Projeto de Lei Complementar – PLC nº 277/2005, de autoria do ex-deputado Leonardo Mattos (PV/MG), que estabelece redução do tempo de serviço para aposentadoria de pessoas com deficiência. O ex-deputado que apresentou o PLC sabe do que está falando, pois ele próprio é cadeirante. Atualmente ocupa uma das cadeiras da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O período de redução do tempo de serviço poderá variar de três a dez anos, de acordo com a gravidade da deficiência. Segundo o relator, deputado Marcelo Ortiz (PV/SP), o projeto é consensual e deverá ser aprovado, seguindo para o Senado, onde acredita que também será aceito.


A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vem crescendo nos últimos anos, em grande parte, pela ação dos Auditores Fiscais do Trabalho que, mais do fiscalizar o cumprimento da lei de cotas, realizam um trabalho de conscientização dos empresários, com reuniões coletivas em que as exigências legais são esclarecidas.


As cotas ainda não são cumpridas integralmente e uma das dificuldades é a qualificação da mão-de-obra. Empresas interessadas fazem sua própria capacitação e também há programas de prefeituras, estados e entidades que proporcionam formação em diversas áreas.


As estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego começaram a ser feitas em 2005. Os resultados da inclusão de pessoas com deficiência pela ação fiscal crescem ano a ano. Veja os números:


2005 – 12.786


2006 – 19.978


2007 – 22.314


2008 – 25.844


2009 – 26.449


Nos dois primeiros meses de 2010 mais de três mil pessoas portadoras de deficiência conseguiram colocação no mercado via Fiscalização do Trabalho.


 


Veja matéria da Agência Brasil:


 


12-4-2010 – Agência Brasil


Pessoas com deficiência poderão ter redução no tempo de serviço para aposentadoria


Lisiane Wandscheer - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Pessoas com deficiência poderão ter redução do tempo de serviço para aposentadoria. O Projeto de Lei Complementar 277, após cinco anos tramitando na Câmara Federal, deve ser votado esta semana. A antecipação da aposentadoria será concedida de acordo com a gravidade da deficiência. Para pessoas com deficiência leve a antecipação será de três anos, deficiência moderada, seis anos e nos casos de deficiência severa, dez anos.
O projeto prevê ainda que “o segurado portador de deficiência poderá requerer, em qualquer tempo, ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) a realização de perícia e emissão de certidão que ateste o grau de sua deficiência para fins de redução da idade de aposentadoria e tempo de contribuição”.
As pessoas com síndrome de Down também serão beneficiadas com a aprovação. Segundo o diretor do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo e colaborador da Federação das Associações de Síndrome de Down, o médico Zan Mustacchia, a expectativa de vida destas pessoas aumentou em função do maior acesso à imunização, alimentação adequada e amparo à saúde, mas existem outras necessidades que devem ser atendidas.
“É importante a aprovação da lei. Em 20 anos houve um grande aumento da expectativa de vida de quem tem síndrome de Down, que passou de 30 anos nos anos 1980 para mais de 60 anos nos anos 2000. A antecipação da aposentadoria irá contribuir ainda mais para a melhoria da qualidade de vida destas pessoas”, afirmou.
De acordo com a psicopedagoga e fundadora do Instituto de Inclusão Social, Marina Almeida, o projeto beneficiará 100 mil pessoas em todo o país que não têm condições de trabalhar durante 35 anos por sofrerem um maior desgaste físico e psicológico.
“Como não há uma lei para estes casos as pessoas que trabalham hoje são aposentadas por invalidez. Esse benefício daria equidade de condições às pessoas com deficiência que estão no mercado de trabalho”.
Para Marina Almeida, o Brasil precisa trabalhar com a ideia de um projeto de vida para as pessoas com deficiência que englobe a infância, a adolescência, a vida adulta e a senilidade aos moldes do que é feitos nos países desenvolvidos.
“Países como a Islândia, Itália, Espanha, Alemanha e Austrália possuem aposentadorias e dispositivos legais que garantem um envelhecimento melhor. O Brasil necessita de ações desde o nascimento, passando pela educação, o acesso ao trabalho, a aposentadoria e para uma velhice tranquila”.
O deputado federal e relator do Projeto de Lei Complementar 277, Marcelo Ortiz (PV-SP), disse que o texto será votado nesta semana. “O texto é consensual e atende às demandas das associações de pessoas com deficiência e deve ser votado até sexta-feira (16), e certamente será aprovado rapidamente também no Senado”, disse.


 


Indústria paulista não cumpre cotas para pessoas com deficiência

Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O setor industrial paulista preenche menos da metade das vagas legalmente destinadas a pessoas com deficiência. O diretor do Departamento de Ação Regional da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), José Roberto Novaes, atribuiu o fato a dificuldades de ocupar os postos por falta de interesse dos próprios profissionais. Isso ocorreria, segundo ele, porque muitos portadores de deficiência recebem benefícios do Estado e há muitos empecilhos para trabalhar, como os problemas de deslocamento até o preconceito no local de trabalho.
Para atender integralmente a legislação que estabelece cotas para pessoas com deficiência nas empresas, a indústria paulista deveria empregar 80,8 mil pessoas nessas condições. No entanto, segundo a (Fiesp), o setor emprega apenas 35 mil profissionais deficientes. A indústria automobilística é a que tem o maior número de trabalhadores empregados nestas condições. Os ramos moveleiro, de eletricidade e de bebidas estão entre os que possuem maior dificuldade em ocupar esses postos.
As dificuldades devem ser combatidas com uma mudança de mentalidade nas empresas, segundo a avaliação do gerente de Processos de Inclusão da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), Flávio Gonzalez. “Hoje a gente fala de inclusão como uma via de mão dupla. A pessoa tem que fazer um esforço, se qualificar, tem que se preparar. Mas o meio também precisa se modificar”.
Gonzalez explica que as pessoas com deficiências mais leves e melhor capacitadas já foram absorvidas pelo mercado. Por isso, segundo ele, existe a necessidade de um esforço maior por parte dos empregadores para conseguirem preencher as cotas estipuladas na lei. “Temos que encontrar as pessoas que estão disponíveis e ajudar essa pessoa a entrar no contexto da empresa e ser produtiva, a partir de algumas mudanças na empresa”.
Entre os pontos que precisam ser trabalhados nos programas de inclusão das empresas, Gonzalez destaca o oferecimento de capacitação e facilidades de acesso. Além disso, ele aponta a importância da ousadia e criatividade para aproveitar pessoas que não são habilitadas para determinadas funções. “Todo mundo sai procurando as mesmas pessoas. Isso inflaciona o mercado para alguns tipos de deficiência. 70% das pessoas [com deficiência] têm deficiência intelectual, só que apenas 3% das vagas são para pessoas com deficiência intelectual”.

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