Auditores-Fiscais do Trabalho interditaram nesta quarta-feira, 29 de julho, a Gerência do Trabalho e Emprego - GRTE de Arapiraca e as Agências do Trabalho e Emprego de Maragogi, Palmeiras dos Índios e União dos Palmeiras, todas no Estado de Alagoas. Os prédios apresentam problemas nos sistemas hidráulico e elétrico, além de graves infiltrações e rachaduras.
De acordo com o Auditor-Fiscal Leandro Andrade, os locais já estavam em péssimas condições, que vieram se acumulando ao longo de anos e se agravaram com o período de chuvas na região. “O teto e as paredes estão com infiltrações e provocaram a proliferação de mofo. A estrutura física está comprometida com fissuras e o reboco está caindo. É um risco para quem trabalha e para o público atendido”.
Ele afirma que o auditório da Agência de Maragogi está destruído. “O forro caiu e há proliferação de morcegos”. Leandro completa que o Corpo de Bombeiros constatou as irregularidades em setembro de 2014 e as providências não foram tomadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. “No relatório dos Bombeiros há inclusive menção a um princípio de incêndio em 2008”.
Na GRTE de Arapiraca não há água para uso sanitário, o prédio atende 110 pessoas por dia e possui dois banheiros, um para o público e outro para os servidores. “É uma situação insustentável. As pessoas usam balde para lavar as mãos e dar descarga. Além disso, as louças estão quebradas. A Gerência cheira a dejetos humanos. É uma triste realidade”, lamenta Leandro.
Com o aumento do volume de chuvas, os riscos de choques elétricos também aumentaram. “O sistema de escoamento comprometido pode fazer com que a água encontre o quadro de eletricidade dos prédios”, explica o Auditor-Fiscal.
Nesta quinta-feira, uma equipe irá vistoriar a Agência de Belmiro Gouvêa, que também apresenta problemas semelhantes, para uma possível interdição.
Até agora, 12 prédios do MTE foram interditados por Auditores-Fiscais do Trabalho no país por riscos à segurança e saúde dos Auditores-Fiscais, dos Servidores Administrativos e do público. O Sinait cobra insistentemente do MTE providências em relação à estrutura física e condições de trabalho nas sedes, mas pouca coisa tem sido feita, apesar de as autoridades afirmarem que existe verba para a recuperação dos imóveis.
O Sinait considera que foi uma atitude de muita coragem dos Auditores-Fiscais do Trabalo de Alagoas a interdição de quatro imóveis de uma só vez. Mas o problema se arrasta há anos, sem solução, e é preciso mostrar a insatisfação, chamar a atenção de autoridades e da sociedade para a situação precária e proteger as pessoas que trabalham e frequentam os locais.
Atendimento
Em entrevista ao Portal G1, o superintendente do Trabalho e Emprego de Alagoas, Israel Lessa, admitiu que há muitos problemas nos prédios e que precisavam ser interditados. Ele chamou a atenção para o fato de os próprios Auditores-Fiscais terem realizado as interdições. “A interdição demonstra que não estamos somente fiscalizando a casa do vizinho, mas também a nossa própria”, afirmou.
Lessa também disse que as reformas dos prédios devem começar em setembro e que já está em contato com as prefeituras dos municípios para deslocar o atendimento para outros lugares. Os prédios ficarão fechados enquanto as reformas não forem concluídas.
Leia a matéria completa do G1 Alagoas.
A interdição também foi noticiada pelo Portal Gazeta Web de Alagoas. e replicada em vários sites de notícias.