Por decisão judicial, o Centro de Atendimento Integral à Saúde - Cais do Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, será interditado a partir das 18 horas desta quinta-feira, 30 de abril. Outras três unidades vão receber os pacientes antes atendidos pelo Centro.
A desativação do Cais Garavelo deveria ter ocorrido desde setembro de 2014, depois que Auditores-Fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás - SRTE/GO constataram várias irregularidades na unidade. Mas a prefeitura recorreu e conseguiu um novo prazo, alegando que uma nova unidade seria construída, no caso, a Unidade de Pronto Atendimento - UPA do Setor Buriti Sereno. A obra está 90% pronta e deve ser entregue no final de maio.
Apesar de a interdição ser determinada por Auditores-Fiscais do Trabalho em setembro de 2014, o Cais Garavelo continuou funcionando parcialmente, em condições precárias. Em razão disso, em ação inédita, os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho se uniram e apresentaram ação civil pública pedindo a interdição judicial do local.
A operação de fiscalização foi coordenada pela Auditora-Fiscal do Trabalho da SRTE/GO, Jacqueline Carrijo, e contou ainda com a participação de representantes do Conselho Regional de Enfermagem, Ministério Público do Trabalho e Advocacia Geral da União.
A interdição do Centro de Saúde foi determinada pela Fiscalização do Trabalho após operação que durou cerca de três meses e constatou as péssimas condições sanitárias e de estrutura da unidade.
De acordo com os Auditores-Fiscais do Trabalho que participaram da ação, o prédio sofre com infestação de formigas e baratas, tem infiltração e mofos nas paredes e equipamentos enferrujados. No armário destinado para o armazenamento de máscaras eles encontraram fezes de ratos. Na pia reservada para a higienização das mãos dos médicos, antes de cirurgias, as funcionárias da limpeza lavavam os panos de chão. Além disso, as Instalações elétricas e hidráulicas eram improvisadas e estavam em péssimo estado de conservação.
A fiscalização ainda encontrou os banheiros dos trabalhadores e pacientes extremamente sujos, exalando mau cheiro nos ambientes de trabalho. A fossa transbordava, segundo os Auditores-Fiscais. Para diminuir o mau cheiro, os trabalhadores utilizavam papel e esparadrapos para tapar os ralos e, assim, conseguir trabalhar no consultório odontológico.
A falta de Equipamentos de Proteção Individual - EPIs também foi outra negligência apontada pelos Auditores-Fiscais do Trabalho, em descumprimento às normas de Segurança e Saúde do Trabalho.
Veja, abaixo, as matérias publicadas no site do Sinait sobre este assunto:
https://www.sinait.org.br/noticia/9937/go-operacao-interdita-cais-garavelo-em-aparecida-de-goiania
https://www.sinait.org.br/noticia/9944/bom-dia-brasilfiscalizacao-interdita-posto-de-saude-de-goias