Filme sobre D. Pedro Casaldáliga tem pré-estreia em São Félix do Araguaia


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
04/12/2014



O filme “Descalço sobre a Terra Vermelha”, que retrata a vida do bispo emérito de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga, teve pré-estreia nesta terça-feira, 2 de dezembro, no Centro Comitário do município, com a presença do bispo. Vários moradores de São Félix do Araguaia participaram do filme como figurantes e se emocionaram ao assistir o filme. 


O filme é uma coprodução da TV Brasil com a televisão espanhola TVE e a catalã TVC, e será exibida no canal brasileiro em três episódios nos dias 13, 20 e 27 de dezembro, às 22h30. 


A história foi baseada no livro homônimo de Francesc Escribano e dirigida pelo cineasta catalão Oriol Ferrer. Ganhou vários prêmios como o de melhor ator para Eduard Fernández, que interpreta dom Pedro, e melhor trilha sonora original na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais na França. O filme também foi premiado no New York International TV & Film Awards. 


Dom Pedro Casaldáliga nasceu em 1928, na Espanha, e veio para o Brasil em 1968. Na década de 1970 foi o primeiro a denunciar a existência de trabalho escravo no país. Suas denúncias fizeram com que na década de 1990, o país reconhecesse perante a comunidade internacional que havia trabalhadores submetidos à escravidão no Brasil. Por sua luta pelos mais pobres, pelos indígenas e contra a escravidão, foi perseguido e ameaçado de morte. Hoje continua em São Félix do Araguaia e está acometido do Mal de Parkinson. 


Assista o trailler do filme.  


Leia as matérias publicadas na Agência Brasil. 


2-12-2014 – Agência Brasil


História de dom Pedro Casaldáliga é retratada em filme 


Michelle Canes 


Uma trajetória intensa. É assim que pessoas que convivem com o bispo emérito de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga, definem a vida do homem que se dedicou a lutar para que a população mais pobre e os indígenas tivessem consciência de seus direitos e lutassem por eles. 


Nesta terça-feira (2), os moradores da cidade mato-grossense na qual Casaldáliga vive até hoje participarão do pré-lançamento do filme Descalço sobre a Terra Vermelha. A obra, baseada no livro que leva o mesmo nome e de autoria de Francesc Escribano, conta a história do bispo e é uma coprodução da TV Brasil com mais duas televisões públicas, a espanhola TVE e a catalã TVC. A produção será exibida no canal brasileiro em três episódios nos dias 13, 20 e 27 deste mês. O filme foi dirigido pelo cineasta catalão Oriol Ferrer.


Em 2014, a produção ganhou os prêmios de melhor ator (Eduard Fernández que interpreta dom Pedro) e melhor trilha sonora original na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais (Fipa), na França. O filme também foi premiado no New York International TV & Film Awards. 


Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, na província catalã de Barcelona, em 1928, e veio para o Brasil aos 40 anos, como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Na região, preocupou-se com a saúde, a educação e a assistência à população. A equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) visitou o bispo que, mesmo debilitado pelo mal de Parkinson, falou sobre os problemas da região na época em que chegou: uma terra sem lei, marcada pela violência e pelos conflitos entre posseiros e latifundiários.   


Na luta pelo reconhecimento dos direitos indígenas, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na década de 70. Egydio Schwade, que também foi um dos fundadores da instituição, é hoje coordenador do Comitê da Memória, Verdade e Justiça do Amazonas e relembra o trabalho ao lado do bispo. “Dom Pedro estava já muito engajado na questão indígena em Mato Grosso, na região do Araguaia, e eu, no noroeste do estado. A gente logo se entrosou”, conta. 


Na época, eram promovidos encontros para reunir as lideranças indígenas e foi a partir da criação do Cimi que, segundo Schwade, essa população começou a se organizar e a ser protagonista de sua própria luta, travando embates históricos por questões como a demarcação de terras. O colega de trabalho define o bispo como uma pessoa que trazia ânimo para as reuniões. “Presença humilde, simples, escutando os indígenas”. Na descrição de Egydio, dom Pedro era destemido e não tinha medo de enfrentar a ditadura militar para defender aquilo em que acreditava. 


O secretário da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Canuto, trabalhou com o bispo em São Félix. Eles se conheceram no período em que dom Pedro chegou ao Brasil. Canuto conta que São Félix do Araguaia tinha uma estrutura muito precária em diversas áreas, o que levou o religioso a procurar a ajuda de colegas missionários para trabalhar nos povoados da região. “Ali faziam todo um trabalho de alfabetização de adultos, com as crianças também em termos de escolarização,o atendimento à saúde, a orientação para a saúde, e o padre fazia o trabalho pastoral”. 


Canuto lembra que uma das características de dom Pedro é a tomada de decisão em conjunto. Durante os trabalhos com as equipes, tudo era conversado e decidido por todos. Ele lembra também momentos marcantes que viveu ao lado de Casaldáliga, como o lançamento de uma carta pastoral no dia da ordenação de Pedro como bispo. “Ele lançou a carta pastoral Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social, documento que marcou a Igreja pela firmeza das falas e pelas denúncias dos casos de violação de direitos dos posseiros, dos índios e dos trabalhadores que vinham de fora como peões para as fazendas e que eram tratados em regime de escravidão”. 


O trabalho desenvolvido por Pedro e seus colegas fez com que muitos integrantes da equipe, e até mesmo ele, fossem ameaçados de morte ou de expulsão do país. 


Além da criação do Cimi, Casaldáliga teve participação na criação da Comissão Pastoral da Terra. “Ele e dom Tomás Balduíno são os dois pilares da criação tanto do Cimi quanto da CPT, ao lado de outros”. Com a CPT, muitos trabalhadores foram estimulados, assim como os indígenas, a se organizar. 


2-12-2014 – Agência Brasil


Filme sobre dom Pedro Casaldáliga emociona moradores de São Félix do Araguaia 


Michèlle Canes 


O Centro Comunitário de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso, foi pequeno para receber as pessoas que foram ao local a fim de assistir à pré-estreia do filme Descalço sobre a Terra Vermelha, que conta a história do bispo emérito da cidade, dom Pedro Casaldáliga, emocionou a todos. O religioso nasceu em Balsareny, na província catalã de Barcelona, em 1928, e veio para o Brasil aos 40 anos, como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Na região, preocupou-se com a saúde, a educação e a assistência à população. 


O filme, baseada no livro de Francesc Escribano que leva o mesmo nome, é uma coprodução da TV Brasil com a televisão espanhola TVE e a catalã TVC. Dirigido pelo cineasta catalão Oriol Ferrer, a produção ganhou os prêmios de melhor ator (Eduard Fernández que interpreta dom Pedro) e melhor trilha sonora original na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais (Fipa), na França. O filme também foi premiado no New York International TV & Film Awards.


O diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Eduardo Castro, disse, durante a cerimônia de pré-estreia, que o filme mostra parte do trabalho de dom Pedro Casaldáliga em favor dos necessitados e oprimidos. Ao final de seu discurso, agradeceu ao religioso. “Dom Pedro, obrigado pelo que o senhor fez pela região e pelo nosso país”. A diretora de Jornalismo da EBC, Nereide Beirão, e a diretora de Produção interina, Myriam Porto, também estavam presentes. 


O secretário nacional de Articulação Social da Presidência da República, Paulo Maldos, falou do seu orgulho com o resultado do trabalho, destacando que o filme documenta “uma história exemplar”. 


Dom Pedro Casaldáliga participou de toda a cerimônia de pré-estreia e assistiu ao filme sobre sua história. No dia anterior, em uma conversa com a equipe da EBC, disse que a produção retrata bem a realidade que encontrou ao chegar a São Félix do Araguaia, um lugar, segundo ele, de violência e ameaças. 


Muitos moradores da cidade, que trabalharam nas filmagens como figurantes, também participaram da cerimônia e reviveram a emoção que tomou conta das gravações.  O filme Descalço sobre a Terra Vermelha será exibido pela TV Brasil nos dias 13, 20 e 27 de dezembro, às 22h30, no horário de Brasília. 


Editor Aécio Amado 


3-12-2014 – Agência Brasil


Figurantes se comovem ao assistir Descalço sobre a Terra Vermelha 


Michelle Canes - Enviada Especial 


Olhos atentos. Ninguém queria perder nenhuma das cenas. Na tela, o filme Descalço sobre a Terra Vermelha conta a história da vida e da luta de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), ao lado da população da cidade, pelos direitos dos menos favorecidos. Cerca de 300 pessoas estiveram ontem (2) à noite na pré-estreia da obra. A exibição foi no centro comunitário da cidade e contou com a presença do próprio dom Pedro, o que emocionou muita gente. 


Na plateia, pessoas de todas as idades acompanhavam a narrativa. Entre elas estava o agente comunitário de saúde José Carlos Abreu que, muito emocionado, falou sobre sua presença no filme como figurante. “A gente foi criado praticamente na Prelazia. Dez irmãos, família pobre e tivemos total apoio da Prelazia. Me ver hoje gravando a cena, atirando em dom Pedro, me emocionou demais. Estou tremendo até agora e me sinto na obrigação de pedir perdão a ele pela cena que fiz”, comenta. 


A servidora pública Maria Lúcia de Souza também participou das filmagens. “Durante todo o filme, senti nossa história viva. Achei muito forte também pelo fato de Pedro estar assistindo junto”. Assim como ela, outro morador de São Félix, o agente pastoral Chico Machado, se viu pela primeira vez na produção. “A gente nem acredita que a história que se passou está sendo mostrada ali, no cinema, de maneira muito cruel e conflitiva, mas muito bonita. A juventude precisa ver isso e entender que o sonho, os ideais, a utopia estão muito presentes”. Os três fazem parte de um grupo de aproximadamente 1.300 moradores da região que trabalharam nas filmagens como figurantes.

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