Cerca de mil pessoas que foram à Praia de Botafogo nesta manhã de 11 de junho, no Rio de Janeiro, participaram da construção de um mosaico humano que formou a figura de um catavento, símbolo universal da luta contra o trabalho infantil. A atividade, organizada pelo Fórum Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil – FNPETI e parceiros, entre eles o Sinait, faz parte do lançamento mundial da campanha “Todos Juntos contra o Trabalho Infantil”.
Este ano, em razão da abertura dos jogos da Copa do Mundo marcada para esta quinta-feira, 12 de junho, o evento foi antecipado. 12 de junho é a data instituída pela Organização Internacional do Trabalho – OIT para marcar o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. Também em razão dos jogos, o Cartão Vermelho foi, mais uma vez, o símbolo escolhido para dar visibilidade à campanha.
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11-6-2014 – Agência Brasil (reproduzido pelo jornal Correio Braziliense e diversos outros veículos)
Cerca de mil pessoas fizeram desenho de um catavento Praia de Botafogo
Cerca de mil pessoas formaram o desenho de um catavento nesta quarta-feira (11/6), na Praia de Botafogo, zona sul do Rio, símbolo de combate ao trabalho infantil em todo o mundo. A ação faz parte da campanha mundial da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e recebeu o apoio da prefeitura do Rio e de várias instituições que desenvolvem trabalhos sociais com crianças e adolescentes.
A coordenadora do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (Ipec) da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Maria Cláudia Falcão, explicou que o Brasil foi escolhido para sediar a campanha por ser o anfitrião da Copa da Mundo. “É um momento especial, pois temos grande quantidade de turistas aqui. E, por uma coincidência muito grande, o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil é dia 12 de junho, dia da abertura da Copa, então antecipamos a campanha para chamar a atenção para esse problema que acontece em todo o mundo”, comentou ela.
Maria explicou que a ideia do catavento como luta contra a exploração de crianças surgiu a partir de uma campanha da OIT do Brasil que acabou sendo adotada pelos demais países. “É um brinquedo, o movimento dele gera energia que simboliza nossa luta contra o trabalho infantil e, além disso, esse catavento tem cinco cores que representam a diversidade de raça, de gênero e todos os continentes.”
O estudante Pedro Gabriel Rodrigues Duarte, 14 anos, foi um dos voluntários que ajudaram a criar a forma do catavento. Para ele, nenhuma criança deveria trabalhar sem antes completar os estudos. “A criança deixa de fazer o presente dela para trabalhar antecipadamente e acaba lá na frente não tendo base nos estudos nem um bom emprego”, comentou ele.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílios (Pnad) de 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia no Brasil 3,5 milhões crianças entre 5 anos e 17 anos em situação de trabalho infantil. A legislação brasileira permite o trabalho de adolescentes maiores de 16 anos ou a partir dos 14 anos, em situação de aprendiz.
“O problema aqui no Brasil é que mais de 80% das crianças que trabalham têm mais de 14 anos, mas a maioria não está trabalhando de maneira formalizada como aprendizes. Precisamos de um esforço maior para que essas crianças possam ser inseridas no mercado de trabalho de maneira formal e com todos os seus direitos assegurados”, explicou a coordenadora. Ela ressaltou, entretanto, que o Brasil é reconhecido internacionalmente por ter conseguido reduzir em 58% o número de crianças em situação de trabalho infantil em 20 anos.
11-6-2014 – Agência France Presse
Os "mercadores da morte" e os traficantes de pessoas "terão que prestar contas um dia diante de Deus", afirmou nesta quarta-feira (11) o Papa Francisco na praça São Pedro, onde também defendeu a luta contra o trabalho infantil.
"Os mercadores da morte não vêm à praça de São Pedro!" disse Francisco durante a tradicional audiência geral de quarta.
"Acreditam que os corruptos, os que traficam com pessoas e os traficantes de armas estão realmente contentes? Não, porque sabem que mais adiante terão que prestar contas a Deus. Não levarão com eles nem o dinheiro, nem o poder e nem o orgulho. Um dia tudo termina", disse o papa.
Francisco também fez um apelo contra o trabalho infantil diante das 40 mil pessoas reunidas na praça, por ocasião do Dia Mundial de Combate à Exploração do Trabalho Infantil, que será celebrado na quinta-feira.
"Dezenas de milhões de crianças, escutem bem, dezenas de milhões de crianças, estão obrigadas a trabalhar em condições degradantes, expostos a formas de escravidão e exploração, assim como aos abusos, maus-tratos e discriminação', recordou o papa.
"Espero sinceramente que a comunidade internacional possa ampliar a proteção social dos menores para erradicar este flagelo. Renovemos todo nosso empenho, em particular as famílias, para garantir a cada menino e menina a salvaguarda de sua dignidade e a possibilidade de um crescimento saudável", completou.
Em um dia especialmente quente, o papa aconselhou as pessoas mais velhas presentes na praça que permanecessem à sombra sombra e acompanhassem suas palavras pelo telão.