126 anos depois da declaração da extinção da escravidão no Brasil, pela Princesa Izabel, a servidão continua a existir. Com outra roupagem, os escravos atuais não são apenas negros. A escravidão “moderna” não faz distinção de cor e os escravos são descartáveis: custam muito barato e são facilmente substituídos. Muitos nem se acham escravos. A maioria vai por vontade própria, iludidos por promessas que somente depois se revelam falsas.
A caracterização da escravidão contemporânea tem um contorno bem definido hoje em dia, apesar da contestação de alguns. Auditores-Fiscais do Trabalho, há quase 19 anos enfrentam as situações em que seres humanos são tratados de forma inaceitável, submetidos a condições muito piores do que os animais de criação dos patrões. Direitos trabalhistas e humanos são negados, muitos trabalhadores morrem de exaustão devido a longas e pesadas jornadas de trabalho ou por doenças sem tratamento, em localidades distantes, das quais são impedidos de sair, seja pela dificuldade de acesso, seja porque estão endividados com os empregadores.
Porque a escravidão não acabou no Brasil, esta data de 13 de Maio não é comemorada pela comunidade negra do país, que elegeu o dia 20 de novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares – como o Dia da Consciência Negra. 13 de Maio é, então, mais uma data para protestos, reivindicações e reflexões sobre uma escravidão que ainda precisa ser abolida no país.
O Sinait, como representante dos agentes públicos que estão na linha de frente ao combate ao trabalho escravo no país, se alia às entidades, movimentos e instituições que militam pela erradicação da escravidão, sob quaisquer formas em que se apresente, por entender que o trabalho deve dignificar o homem, ser fonte de sustento, e não ser instrumento de tortura e humilhação. O Brasil é um país livre, os direitos trabalhistas estão consolidados e todo trabalhador deve ter acesso a eles. Para isso atuam os Auditores-Fiscais do Trabalho, no campo e na cidade.