Operação contra o trabalho infantil identifica 72 crianças e adolescentes explorados no RJ e GO


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
26/11/2013



Apesar do corpo franzino, meninos menores de idade fazem trabalho de gente grande. Foi o que constataram os Auditores-Fiscais do Trabalho das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro e de Goiás ao identificaram 72 menores explorados, na primeira semana de novembro, em confecções, lojas, oficinas mecânicas, lavanderias e nas Centrais de Abastecimentos - Ceasa dos dois estados.


No Rio de Janeiro foram 17 crianças e adolescentes e em Goiás 55. Eles foram flagrados carregando peso, transportando mercadorias, trabalhando em horário noturno, ou seja, em atividades e horários proibidos para menores de 18 anos.


No Rio de Janeiro, os Auditores-Fiscais atuaram na Central de Abastecimento – Ceasa, de Irajá, na zona norte da cidade. Dos 17 menores encontrados, nove estavam carregando carrinhos lotados de mercadorias.


Um adolescente de 16 anos fazia o transporte de mercadorias do galpão para os carros dos clientes em troca de gorjetas. Para realizar a tarefa, o menino pagava uma taxa de R$ 6 por dia pelo aluguel do carrinho.


Outros sete adolescentes foram encontrados transportando mercadorias. Enquanto um de 15 anos fazia o ensacamento de frutas e verduras para os clientes. Ele contou que ganha R$ 120 por semana e está juntando dinheiro para comprar uma roupa para o Natal.


Fátima Chammas, Auditora-Fiscal do Trabalho do Rio de Janeiro, informou que os adolescentes não poderiam estar trabalhando.


“Esse tipo de atividade de carregamento de peso, em horário noturno, é proibido para menores de 18 anos. Além disso a legislação só permite o trabalho para menor de 16 anos, na condição de aprendiz a partir dos 14 anos”.


Combate em Goiás


A ação em Goiás resgatou 55 menores encontrados em estabelecimentos, sendo 40 na Central de Abastecimento de Goiás – Ceasa, em Goiânia, e outras 15 em confecções de Jaraguá, a 143 quilômetros da capital.


Os Auditores-Fiscais flagraram crianças a partir de 12 anos trabalhando em serviços pesados, incompatíveis para as idades e alguns relataram que estavam fora da escola. Na Ceasa, em Goiânia, tem oito pavilhões e mais duas mil bancas de frutas e legumes, os Auditores-Fiscais do Trabalho e policiais rodoviários abordaram cada comerciante para orientar que o trabalho infantil é crime. Após a ação, foi realizada uma reunião com dirigentes da Ceasa, que se comprometeram a restringir o acesso de menores para trabalhar no local.


Em Jaraguá, cidade conhecida como pólo de confecção, foi realizada a segunda parte da operação. Na região foram localizadas 15 crianças trabalhando irregularmente. Um menino de 12 anos foi flagrado carregando uma peça de carro grande e pesada numa oficina mecânica às margens da BR-153. Segundo o proprietário, ele empregou o garoto a pedido da mãe. “Se soubesse que daria problema pra mim, não tira contratado”.


O dono da loja foi autuado pelos Auditores-Fiscais, e terá que responder a um processo administrativo. A criança foi entregue à família e o caso será acompanhando pelo Conselho Tutelar de Jaraguá. Procedimento semelhante foi adotado para todos os menores identificados nas operações nos dois estados. Eles serão encaminhados para uma ação social voltada a menores aprendizes. 


Em Goiás, a operação foi realizada pelos Auditores-Fiscais da SRTE/GO em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). 


Com informações do R7 – Balanço Geral e G1 Goiás.

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