Campanha Salarial - Servidores do Ministério do Trabalho e diversas categorias entram em greve


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
19/06/2012



Nesta segunda-feira, seis ministérios aderiram à paralisação, além de funcionários da Funasa, do Incra e do Arquivo Nacional. A fiscalização trabalhista também está em Estado de Mobilização   


No primeiro dia de greve por tempo indeterminado do Executivo, nesta segunda-feira 18 de junho, servidores de seis ministérios aderiram à paralisação: Trabalho, Previdência, Saúde, Justiça, Desenvolvimento Agrário e Relações Exteriores.

 

Além dos ministérios, também cruzaram os braços funcionários da Funasa, do Incra e do Arquivo Nacional.

 

Nos ministérios do Trabalho e da Saúde houve manifestação na portaria, com faixas e caixas de som. No prédio que abriga o Ministério do Trabalho e o Ministério da Previdência, os sindicalistas chegaram a fechar a portaria, impedindo a entrada de servidores.

 

Servidores do Ministério das Relações Exteriores também cruzaram os braços por tempo indeterminado.

As centrais sindicais garantem que, nos próximos dias, o movimento irá se espalhar por todos os órgãos. Segundo a Condsef, muitos sindicatos ainda estão adotando as determinações legais, como aviso da paralisação com 72 horas de antecedência e formalização de assembleias com publicação do resultado em jornais de grande circulação.

 

Após os protestos desta segunda-feira a Condsef afirmou que o governo marcou para a quinta-feira, 21 de junho, uma nova reunião para negociar o reajuste dos servidores.

 

Uma análise feita pelo Blog do Servidor, do jornal “Correio Braziliense”, informa que diante desse cenário, as centrais sindicais já aceitaram flexibilizar a demanda. A nova proposta é para desmembrar o reajuste. Assim, eles querem uma correção de 10,58%, percentual equivalente à reposição inflacionária acumulada entre abril de 2010 e fevereiro de 2012, para todas as carreiras.

 

Segundo o Blog, a promessa de greve geral para a semana que vem, que incluirá até o Judiciário, pode fazer com que o governo recue, pois  não vai conseguir “peitar” todo o funcionalismo ao mesmo tempo.  A análise finaliza com o entendimento de que “é quase certo que a campanha salarial caminhará para uma situação em que os aumentos virão no grito: só vão levar a sua parte os que fizerem mais barulho”.

 

Fiscalização trabalhista

Os Auditores- Fiscais do Trabalho também iniciaram, nesta segunda-feira, uma paralisação dos Plantões Fiscais, dos atendimentos às empresas e das mesas de entendimento nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego de vários Estados (veja matérias em nosso site). A ação faz parte da Campanha Salarial 2012 por melhores condições de trabalho e reajuste, entre outras reivindicações, e está programada para ocorrer semanalmente, até que o governo sinalize com uma contraproposta às reivindicações da categoria.

 

Balanço de São Paulo

Os serviços de emissão de carteira do trabalho e do seguro-desemprego, além de outros tipos de atendimento ao público, feito pelos servidores administrativos do MTE foram suspensos nesta terça-feira, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, na capital paulista. A paralisação, que envolve servidores de 13 Estados, é por tempo indeterminado e conta com a adesão de 700 dos cerca de mil funcionários do ministério em São Paulo.

 

Mais informações sobre a mobilização dos servidores públicos nas matérias a seguir:

 

19-6-2012 – Correio Braziliense

Seis ministérios entram em greve

 

GUSTAVO HENRIQUE BRAGA

Mobilização dos servidores tem adesão parcial no primeiro dia, mas paralisação deve se alastrar, afirmam dirigentes sindicais

 

Servidores de seis ministérios aderiram à greve geral dos funcionários do Executivo durante o primeiro dia da mobilização por tempo indeterminado: Saúde, Previdência, Trabalho, Justiça, Relações Exteriores e Desenvolvimento Agrário (MDA). Além desses, também cruzaram os braços funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Arquivo Nacional. As informações são preliminares, pois, até o fechamento desta edição, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) ainda não havia contabilizado os números oficiais da paralisação nacional.

 

O movimento foi mais forte no Ministério da Saúde. Logo pela manhã, a entrada do edifício, na Esplanada, foi bloqueada pelos manifestantes com faixas e caixas de som. Segundo os sindicalistas, a adesão na Saúde foi de 100%. A portaria do edifício que abriga os ministérios do Trabalho e da Previdência também foi ocupada pelos grevistas, que chegaram a impedir a entrada de funcionários. Segundo os sindicalistas, a adesão na Previdência foi apenas parcial. Por volta das 12h, foi a vez de os funcionários do Ministério da Justiça cruzarem os braços, atitude seguida pelos trabalhadores do MDA.

 

Nos demais ministérios, o expediente foi normal. Sérgio Ronaldo, secretário de comunicação da Condsef, explicou que muitos sindicatos ainda estão adotando as determinações legais, como aviso da paralisação com 72 horas de antecedência e formalização de assembleias com publicação do resultado em jornais de grande circulação. “É um movimento crescente. Nos próximos dias, ocorrerá um efeito dominó a partir das grandes capitais até que todos os órgãos façam parte da mobilização”, declarou. “As paralisações de hoje (ontem) foram o primeiro passo de um movimento que vai se espalhar por todo o funcionalismo”, complementou Oton Pereira Neto, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal.

 

Após os protestos de ontem, a Condsef afirmou que o governo marcou para a próxima quinta-feira uma nova reunião para negociar o reajuste dos servidores. Procurada pelo Correio, a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento, não confirmou o encontro. A SRT informou ainda que a reunião marcada para hoje, com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), foi adiada. Nela, seria apresentada uma proposta de reajuste aos professores, em greve há mais de um mês. Ainda não foi definida nova data. O motivo do adiamento foi a dificuldade para reunir os representantes do governo, pois muitos estão no Rio de Janeiro, participando da Rio+20.

 

 

‘9-6-2012 - Agência Brasil

Servidores federais do Ministério do Trabalho entram em greve em São Paulo

 

Brasília - Os serviços de emissão de carteira do trabalho e do seguro-desemprego, além de outros tipos de atendimento ao público, foram suspensos nesta terça-feira, na Delegacia Regional do Trabalho, na capital paulista, por causa da greve dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego, ao qual está vinculada a DRT.

 

A paralisação, que envolve servidores de 13 estados, é por tempo indeterminado e conta com a adesão de 700 dos cerca de mil funcionários do ministério em São Paulo, segundo informou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado de São Paulo (Sindsef-SP), Carlos Daniel Gomes Toni. De acordo com Toni, a greve foi decidida depois que foram suspensas as negociações da pauta de reivindicações dos trabalhadores, que vinham ocorrendo desde fevereiro. Os servidores pedem a implantação imediata do Plano de Carreira Específico dos Servidores; a regulamentação da jornada de 30 horas semanais, com dois turnos de seis horas e diárias para que possam melhorar o atendimento à população. Eles querem ainda melhores condições de trabalho, paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas e aumento do número de vagas para contratação dos remanescentes do último concurso.

 

Entre as queixas, Carlos Daniel destacou o valor do vale-refeição, de R$ 6,54 por dia, considerado insuficiente para cobrir as despesas com a alimentação. Além disso, afirmou que os funcionários em cargos de comissão são mais valorizados no emprego público, tendo obtido reajuste salarial de 160%. "O governo ampliou a contratação dos cargos comissionados em 4 mil, passando a contar com 14 mil", informou ele. Os servidores farão assembleia na próxima segunda-feira, às 13h, para decidir os rumos do movimento.

 

 

19-6-2012 - Agência Brasil

Governo cancela reunião com professores grevistas

 

O governo federal cancelou a reunião desta terça-feira com os sindicatos dos professores universitários para discutir a greve que começou no dia 17 de maio e atinge 55 instituições públicas de ensino superior no país. Para a presidenta da Andes (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), Marina Barbosa, a atitude demonstra a "incapacidade" do governo em lidar com o conflito. A data tinha sido marcada terça-feira passada (12), no último encontro entre representantes do governo e dos professores.

 

"A única justificativa, dada por telefone, sem nada por escrito, era que a reunião seria suspensa porque não há proposta para apresentar amanhã. Essa é uma atitude grave do governo, que se comprometeu a apresentar uma proposta concreta em 20 dias e não cumpre os prazos que ele mesmo [governo] estipulou", disse Marina. Os professores reivindicam a reestruturação das carreiras dos docentes e protestam contra a falta de infraestrutura nas universidades.

 

Segundo técnicos do governo, antes de apresentar uma proposta definitiva, é preciso haver um encontro entre a membros da junta econômica do governo, que inclui a Casa Civil e os ministérios do Planejamento e da Fazenda. No entanto, a reunião ainda não ocorreu. De acordo com os técnicos, trata-se de uma questão indefinida, e não é possível fazer uma reunião antes dessa conversa.

 

Para a presidenta da Andes, essa conversa interna da equipe econômica já devia ter ocorrido. "Não nos mobilizamos na semana passada. O movimento vem ocorrendo há meses, e ainda não houve reunião com a junta econômica. É um absurdo o governo ainda não ter uma proposta concreta para apresentar à categoria e cancelar a reunião na véspera da data que eles mesmos escolheram", reclamou Marina.

A previsão é que a reunião ocorra na próxima semana, mas ainda não há data, nem horário definidos.

 

 

19-6-2012 – Jornal de Brasília

Coluna Ponto do Servidor - ONDA DE GREVE

 

Os servidores dos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Agrário (MDA), do Trabalho e Emprego (MTE), da Previdência Social (MPS), Funasa, Incra e Arquivo Nacional estão em greve. Servidores do Ministério da Justiça também aderiram à greve nacional. Ao longo desta semana, servidores de outros órgãos devem se reunir para aderir ao movimento, que tem como mote reajuste salarial ainda este ano. Também estão de braços cruzados os professores das universidades federais, servidores de apoio e também os funcionários das escolas e institutos técnicos federais.

 

PARALISAÇÃO PODE CHEGAR A 90%

O movimento grevista dos servidores públicos federais deve chegar ao auge por volta do dia 26, com a paralisação de 90% dos trabalhadores. A informação é do diretor-executivo da CUT, Pedro Armengol, coordenador do setor público na central sindical e dirigente também da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Na opinião do sindicalista, a decisão da categoria por greve geral é reflexo de “desgaste” na negociação com o governo. “É preocupante a qualidade da interlocução com o Governo Federal”, afirmou. A greve foi aprovada no início do mês por mais de 300 representantes sindicais de 20 estados, durante assembleia da categoria em Brasília. Após 120 dias de negociações, sem avanços, Armengol critica exigências dos representantes do governo de não negociar durante a greve.

 

REAJUSTE, CONCURSOS, DATA-BASE...

Além de reajuste salarial, os servidores públicos federais de diversos setores cobram a reestruturação das carreiras antes da realização de novos concursos públicos e protestam contra a Medida Provisória 568, de 2012, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe mudança no cálculo dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, além de alterar a carga horária de médicos e outras categorias que possuem jornada estabelecida em lei. A categoria reclama ainda a falta de definição de uma data-base.

 

SÓ EM 2014

O governo, por sua vez, aponta o baixo crescimento da economia e as distorções entre as carreiras como justificativa para a injustiça contra setores do funcionalismo público. Já concluiu que não haverá recursos no Orçamento de 2013 para bancar aumentos generalizados, como o esperado e, por isso, pretende empurrar os reajustes para 2014, uma vez que uma das prioridades da proposta orçamentária em elaboração é aumentar os investimentos públicos para fazer rodar a economia mais rapidamente.

 

ITAMARATY CRUZA OS BRAÇOS

Os servidores do Itamaraty aderiram à greve. Ontem a categoria fez paralisação de 24 horas e, a partir de hoje, cruza os braços por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), funcionários de ao menos 50 postos no exterior participaram, por meio de redes sociais, da assembleia que decidiu pela primeira greve do Itamaraty. De acordo com o Sinditamaraty, a categoria pede, entre outras coisas, equiparação salarial de assistentes e oficiais de chancelaria a carreiras correlatas. O salário inicial de um oficial de chancelaria é R$ 6.299 e de um técnico de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), carreira correlata, de R$ 11.941, segundo o sindicato.

 

RECOMPOSIÇÃO DE PERDAS

Já um assistente de chancelaria recebe R$ 3.134 e sua carreira correlata na Abin, R$ 4.914. O salário dos diplomatas (R$ 12.962) já está equiparado ao de oficial de inteligência da Abin, mas mesmo assim representantes participam da paralisação. A revisão salarial, segundo nota do sindicato, é para “recompor perdas dos últimos 25 anos, além da valorização das atividades exercidas pela categoria, com garantias efetivas e equivalentes às dadas para as demais carreiras consideradas típicas de Estado". Segundo o Sinditamaraty, os funcionários do Ministério que atuam na Rio+20 não paralisarão suas atividades. Já as atividades consulares e das embaixadas pelo mundo devem ser afetadas.

 

AUDITORES EM OPERAÇÃO PADRÃO

Outro foco de descontentamento está entre os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil. A categoria iniciou uma operação padrão, o que pode afetar o ritmo em aeroportos e portos, entre outros setores. Os servidores da Receita pedem reajuste de 30,19% nos salários. A categoria já havia feito uma primeira mobilização de advertência, nos dias 9 e 30 de maio passados e outra nos dias 12 e 13 da semana passada. Mas, segundo o sindicato, o governo "manteve silêncio em relação aos pleitos apresentados". A Receita Federal, por meio da assessoria de imprensa, informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

 

JUDICIÁRIO PARA POR 24 HORAS

Quem também cruza os braços essa semana é o pessoal do Judiciário. Amanhã, fazem paralisação de 24 horas. Querem a aprovação do PL 6.613, que desde 2009 está no Congresso Nacional à espera de aprovação. De acordo com o projeto, o vencimento básico do analista judiciário no início de carreira será de R$ 6.855,73 e, no final de carreira, de R$ 10.883,07. A esse valor é acrescida a Gratificação Judiciária (GAJ), que corresponde a 50% do vencimento básico do servidor, além de vantagens pecuniárias. Somadas as gratificações, a remuneração inicial do analista judiciário passará dos atuais R$ 6 mil para cerca de R$ 10 mil. A remuneração do mesmo cargo em final de carreira vai de R$ 10 mil para cerca de R$ 16 mil.

 

NEGOCIAÇÃO SUSPENSA

O Governo Federal cancelou a reunião agendada para hoje entre representantes do Ministério do Planejamento, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e outros representantes dos professores de universidades federais. Uma nova data deve ser divulgada pelo governo. De acordo com o Andes, os representantes do Governo Federal alegaram que ainda não tiveram tempo para elaborar uma nova proposta que atenda às demandas dos professores. A previsão é que a reunião seja realizada na próxima semana. A greve dos professores foi deflagrada no dia 17 de maio, com adesão de 29 instituições. De acordo com o último balanço do sindicato, o número já chega a 55. Eles reivindicam um plano de reestruturação da carreira docente, que teria sido prometido pelo governo para março deste ano. Isso inclui o estabelecimento de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso para a carreira de R$ 2.329,35 referente a 20 horas semanais de trabalho (hoje, o valor é R$ 1.597,92).

 

 

19-6-2012 – O Estado de São Paulo

Greve afetará 60 postos do Brasil no exterior

 

LISANDRA PARAGUASSU / GUSTAVO CHACRA

 

Paralisação hoje atinge algumas das principais representações diplomáticas do País, incluindo Paris, Roma, Londres, Nova York e Washington

 

Pela primeira vez em sua história, o Itamaraty enfrenta, a partir de hoje, uma greve de servidores. Oficiais e assistentes de chancelaria e até alguns diplomatas, de acordo com o sindicato da categoria, decidiram pela paralisação ontem. A assembleia, realizada em Brasília, contou com a participação, via redes sociais, de funcionários de fora do País.

 

Pelo menos 60 postos no exterior, incluindo os de Paris, Roma, Londres, Nova York, Los Angeles e Washington, serão afetados. Às vésperas das férias de julho, o problema pode atingir diretamente milhares de brasileiros que devem viajar para o exterior e os estrangeiros que desejam vir ao Brasil. Uma das poucas atividades que não serão prejudicadas pela greve é a organização da Conferência Rio +20, conforme decisão tomada na assembleia.

 

Em comunicado no site, o Consulado do Brasil em Nova York, considerado o de maior movimento no mundo, já adiantou "não ter condições de prever o prazo de entrega dos pedidos de documentos apresentados a partir de 19 de junho". Tampouco "poderá receber pedidos de visto, exceto para a Rio+20, que serão processados normalmente".

 

Os oficiais e os assistentes de chancelaria são, normalmente, os responsáveis pelas funções administrativas de embaixadas e consulados. Esse trabalho inclui o atendimento direto ao público, o serviço telefônico das unidades consulares e até mesmo a emissão de novos passaportes - que, apesar de ser autorizada pelos diplomatas, passa pelas mãos dos oficiais. O Itamaraty admite que, durante o período da greve, o trabalho poderá ficar mais lento.

 

Em carta enviada no dia 14 ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, os servidores informavam sobre a possibilidade de greve e destacavam suas reivindicações, que estão sendo negociadas com o Ministério do Planejamento. Até agora, no entanto, não houve nenhum sinal positivo. Os servidores já haviam feito uma paralisação no dia 30 de maio e mandaram uma carta para a presidente Dilma Rousseff, mas as negociações não avançaram. A greve é por tempo indeterminado e nova assembleia foi marcada para sexta.

 

De acordo com o SindItamaraty, que representa todas as categorias de servidores do chamado Serviço Exterior, o que os funcionários querem é a equiparação com os salários mais altos das carreiras de Estado, além de outras reivindicações trabalhistas. Os maiores aumentos seriam para os oficiais e assistentes. Os primeiros, que hoje recebem inicialmente R$ 6,3 mil, passariam para a segunda categoria de vencimentos de nível superior do governo federal, R$ 12.960. Os assistentes passariam à primeira categoria dos cargos de ensino médio, saindo de um salário de R$ 3,1 mil para R$ 5,8 mil.

 

Circular. Uma das preocupações trabalhistas envolve circular enviada pelo Ministério das Relações Exteriores na semana passada aos Estados Unidos. Trecho fala em "revisão do número de funcionários contratados locais". Grevistas argumentam que seria o equivalente a pedir a demissão de empregados.

 



19-6-2012 – Folha Online

Greve de auditores-fiscais já atrasa cargas e processos

 

Os auditores-fiscais da Receita Federal começaram ontem a trabalhar em operações-padrão por tempo indeterminado.

 

Segundo o Sindifisco, no primeiro dia da paralisação já houve atraso na liberação de cargas e na movimentação de processos em todas as zonas primárias (áreas de carga e descarga de cargas ou embarque e desembarque de passageiros).

 

Nas mais importantes -- como Espírito Santo, Paranaguá, Santos, Manaus, Foz do Iguaçu, Uruguaiana, São Paulo, Salvador, Cumbica e Viracopos--, foram atendidas somente prioridades.

 

No aeroporto de Viracopos, em Campinas, chegou a ocorrer a paralisação total por algumas horas na manhã desta terça-feira.

 

O movimento tem adesão total dos fiscais em todo país, que somam 10.500 profissionais na ativa.

Segundo o Sindifisco, a operação não é voltada para o contribuinte pessoa física e não irá afetar as atividades da Rio +20, conferência ambiental da ONU (Organização das Nações Unidas), que acontece até sexta-feira (22).

 

Os servidores da Receita pedem reajuste de 30,19% nos salários. A categoria já havia feito uma primeira mobilização de advertência, nos dias 9 e 30 de maio e outra nos dias 12 e 13 de junho. Mas, segundo o sindicato, o governo "manteve silêncio em relação aos pleitos apresentados".

 

A Receita Federal, por meio da assessoria de imprensa, informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

 

 

19-6-2012 - Folha Online

Funcionários do Itamaraty aderem à greve de servidores federais

 

Os funcionários do Ministério de Relações Exteriores também aderiram à greve dos servidores públicos federais, iniciada ontem (18). Segundo o Sinditamaraty, é a primeira vez que o pessoal do ministério entra em greve.

 

De acordo com o Sindisep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal), aderiram à greve os funcionários dos ministérios da Justiça, da Saúde, do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho e Emprego, da Previdência Social, da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e do Arquivo Nacional, além de professores de universidades federais e auditores fiscais da Receita Federal, que, segundo o sindicato da categoria, não pararam, mas decidiram fazer uma operação padrão.

 

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão informou que não tem um levantamento dos órgãos que estão com atividades paralisadas e que os dados sobre a greve são de responsabilidade de cada órgão. Na Receita Federal, a informação é que ninguém do órgão falará sobre o movimento dos auditores.

 

Os servidores públicos federais reclamam que não existe uma contraproposta do governo para as reivindicações da categoria enviadas ao governo em janeiro, entre as quais um reajuste de salários, que inclui no cálculo a inflação e a variação do PIB (Produto Interno Bruto), segundo informou José Milton Costa, da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).

 

Os auditores fiscais estão usando duas formas de manifestação. Uma é uma operação padrão, que faz com que os servidores vejam "com lupa" cada produto que entra no país. A tática deles é atrasar a liberação de produtos e insumos destinados à produção. Os auditores ressaltam que ficam de fora da operação apenas os produtos perecíveis.

 

A outra forma dos auditores fiscais se manifestarem é por meio do que eles chamam de "crédito zero". Ou seja, as informações sobre o recolhimento de impostos e multas, por exemplo, não serão transferidas para os computadores da Receita ficarão retidas nos equipamentos dos auditores, o que pode criar problemas para a contabilização da arrecadação.

 

A pauta dos auditores é extensa, mas eles pedem reajuste salarial de 30,18%, pois alegam que não recebem reajuste há mais de três anos, e a recomposição dos quadros de auditores fiscais, pois consideram que o quadro está defasado ante o aumento do comércio exterior brasileiro. Outro pedido é um adicional para os que trabalham em área de fronteira e em localidades inóspitas. O Sindifisco reclama que o governo não deu retorno a nenhuma das reivindicações.

 

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