Dia Internacional da Mulher – Pesquisa revela pensamento de mulheres e homens


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
08/03/2011



Uma pesquisa intitulada “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”, realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Sesc, revela dados curiosos do pensamento de mulheres e homens brasileiros sobre vários assuntos, como feminismo e machismo; divisão sexual do trabalho e tempo livre; corpo, mídia e sexualidade; saúde reprod utiva e aborto; violência doméstica; e democracia, mulher e política.


 

Um dos resultados é a constatação de que a violência contra a mulher está muito presente no dia a dia das pessoas – a cada dois minutos uma mulher é agredida no Brasil, segundo o estudo. A violência atinge, inclusive, mulheres na hora do parto: uma em cada quatro, tanto nas redes pública como privada, sofreram algum tipo de agressão. A pesquisa revela, também, um certo conservadorismo quando o assunto é cuidar de filhos. Muitas mulheres não trabalham fora de casa ou deixam o trabalho para cuidar dos filhos.

 

A pesquisa completa pode ser acessada pelo link


 

Leia, a seguir um resumo da Fundação Perseu Abramo – www.fpabramo.org.br:

 

2-3-2011 – Fundação Perseu Abramo

Fundação Perseu Abramo divulga pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”



A pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado” realizada em agosto de 2010 e divulgada no final de fevereiro pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, traz o recorte de gênero como novidade. Para a realização do estudo, foram ouvidos 1.181 homens em todo o país, além de 2.365 mulheres, em 25 estados. Os principais temas abordados são: feminismo e machismo; divisão sexual do trabalho e tempo livre; corpo, mídia e sexualidade; saúde reprodutiva e aborto; violência doméstica; e democracia, mulher e política. A margem de erro da pesquisa é de dois a quatro pontos percentuais.



O estudo mostra que a cada dois minutos, cinco mulheres são agredida s violentamente no Brasil. Para chegar a essa estimativa, os pesquisadores projetaram, com base em sua amostra, que 7,2 milhões de mulheres com mais de 15 anos já sofreram agressões - 1,3 milhão delas nos doze meses que antecederam a pesquisa.  O aspecto positivo dos dados é que eles caíram. Há 10 anos, eram oito as mulheres agredidas a cada dois minutos. 



A pequena diminuição do número de mulheres agredidas entre 2001 e 2010 pode ser atribuída, em parte, à Lei Maria da Penha. Entre os pesquisados, 80% aprovam a nova legislação. Mesmo entre os 11% que são críticos, a principal ressalva é ao fato de que a lei é insuficiente. 



Esta edição também traz dados inéditos sobre o que os homens pensam sobre a violência contra mulheres. Enquanto 8% do total admitem ter batido na mulher, 48% dizem ter um amigo ou conhecido que batem na mulher e 25% têm parentes que agridem as companheiras. No total de homens, 2% declaram que “tem mulher que só aprende apanhando bastante”. Além disso, entre os 8% que assumem praticar violência, 14% acreditam ter agido bem e 15% declaram que bateriam de novo. Isso indica um padrão de comportamento e não uma exceção. 



Respostas sobre agressões sofridas ainda na infância reforçam a ideia de que a violência pode fazer parte de uma cultura familiar. No total, 78% das mulheres e 57% dos homens que apanharam na infância acreditam que dar tapas nos filhos de vez em quando é necessário. 



Parto - Uma em cada quatro mulheres afirma ter sofrido maus-tratos durante o parto. Os dados referem-se tanto a hospitais públicos quanto a privados e foram colhidos de 25 unidades em 176 municípios espalhados pelo Brasil. Ao menos 23% das entrevistadas ouviram frases humilhantes, como "Não chora não que ano que vem você está aqui de novo" (15%) ou, "Na hora de fazer não cho rou. Não chamou a mamãe, por que está chorando agora?" (14%), ou ainda "Se ficar gritando, vai fazer mal para o seu neném. Seu neném vai nascer surdo".



Cerca de 25% das mulheres também reclamaram de terem sofrido algum tipo de violência durante o atendimento. As queixas mais comuns são: fez exame de toque de forma dolorosa (10%); negativas ou não oferecimento de algum tipo de alívio para a dor (10%); ouviram gritos (9%); não receberam informações sobre algum procedimento (9%); tiveram atendimento negado (8%); e ouviram xingamentos ou foram humilhadas (7%).



Divisão sexual do trabalho - Em famílias com filhos pequenos, o homem deve trabalhar e a mulher deve ficar em casa cuidando das crianças. Isso é o que pensa a maioria dos brasileiros. Entre as entrevistadas, 75% concordam com essa ideia. Entre os homens, 79%. Esse é, segundo o estudo, o principal motivo par a as mulheres nunca terem trabalhado ou terem largado o emprego em 2010. Enquanto 28% dizem que nunca trabalharam por essa razão, 30% largaram os empregos porque ficaram grávidas ou para se dedicar às crianças.

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