Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED divulgados nesta quinta-feira 13 pelo ministro do Trabalho Carlos Lupi revelam que a geração de empregos formais no País em 2010 ultrapassou 2,550 milhões, um resultado histórico para o país. De acordo com matéria do Estadão, Lupi disse ainda que apesar da perspectiva de desaceleração da economia neste ano, a geração de empregos deve superar a marca de 3 milhões, em função dos investimentos em obras de infraestrutura e nas obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas.
Durante a divulgação desses dados, o ministro também cobrou dos empresários mais qualificação para os trabalhadores e disse que a iniciativa privada deve investir nessa qualificação de mão-de-obra uma vez que os recursos do governo não são suficientes para esta finalidade.
Os dados do Caged obtidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE resultam da atuação da Auditoria Fiscal do Trabalho, que durante as fiscalizações contabilizam o número de trabalhadores empregados e desempregados assim como o registro na CTPS.
Abaixo, matéria do Estadão.
Lupi: meta de empregos anual, de 2,5 milhões de vagas, foi superada
Autor(es): Agência O Globo : Geralda Doca e Karina Lignelli
O Globo - 14/01/2011
Ministro mantém previsão para 2011 de 3 milhões de novos postos formais
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem que a meta de criação de 2,5 milhões de empregos formais em 2010 será confirmada. Em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele afirmou que o saldo anual (contratações menos demissões) ultrapassou 2,550 milhões de vagas. Segundo Lupi, dezembro, que costuma registrar resultado negativo (em média 300 mil), teve um desempenho acima do esperado, pois entre janeiro e novembro já haviam sido criados 2,544 milhões de postos com carteira assinada.
- Em 2010, eu vou dar o balanço, nós vamos passar de 2,5 milhões (de vagas), 2,550 milhões de empregos formais gerados em um ano. É recorde na história do Brasil - afirmou.
Os números fechados de dezembro serão divulgados na próxima semana. Em dezembro de 2007, o saldo foi negativo em 319,4 mil. No ano seguinte dobrou em função da crise financeira internacional (654,9 mil) e em 2009, ficou negativo em 415 mil.
Ministro cobra de empresas qualificação de trabalhador
Apesar da desaceleração da economia em 2011, Lupi manteve a meta de geração de empregos formais em três milhões. Segundo ele, o país entrou num ciclo virtuoso, com ganhos reais de salário (mais empresas produzindo e mais pessoas comprando produtos), fundamentos macroeconômicos sólidos e controle da inflação:
- Não acredito em desaceleração da economia. O Brasil está no chamado ciclo virtuoso. Temos perspectivas de Copa do Mundo, investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e do pré-sal. Tem toda a perspectiva de um crescimento muito forte.
Perguntado sobre o problema da falta de mão de obra qualificada no Brasil, Lupi disse que o governo tem recursos limitados e cobrou uma atuação mais forte do setor privado:
- Não pode ser só o governo federal, o dinheiro tem limite. Tem que ter contribuição da iniciativa privada porque ela é a grande beneficiada.
Lupi defendeu ainda uma maior participação de prefeituras e estados nas ações e disse que o Ministério do Trabalho está improvisando nesse aspecto:
- Estamos improvisando hoje. São cursos de 240 horas em parcerias, de acordo com a vocação regional. Os empresários têm que começar a coçar o bolso - afirmou.
Indústria de SP cria 114 mil vagas. Informática cresce 11%
O ministro citou o convênio entre o ministério e a prefeitura de Anápolis (GO) para a oferta de cursos nos setores automobilístico e farmacêutico. E disse ainda que em 2010, somando todos os projetos da pasta, um milhão de trabalhadores recebeu algum tipo de treinamento.
Já a indústria paulista gerou 114 mil novos empregos em 2010, o que significou um crescimento de 4,74% ante o ano anterior, superando o número de postos criados pelo setor desde 2007, até então o melhor ano da série histórica compilada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para este ano, a previsão da entidade é de um avanço no emprego industrial de 3,4% no estado.
- Será difícil ganhar taxas de crescimento tão boas como em 2010, mas será compatível com o crescimento da indústria de transformação, que deve ser de 4,5% a 5% - disse o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini.
No ano passado, entre os 22 setores pesquisados pela Fiesp, 20 fecharam com saldo positivo de empregos, sendo que o que mais se destacou foi o de Equipamentos de Informática, que cresceu 11,5%. Segundo Francini, boa parte do crescimento do emprego em 2010 representou uma recuperação dos postos perdidos em 2009, ano da crise global.