Por Andrea Bochi, com informações do G1 Grande Minas e GRT/Montes Claros
Edição: Nilza Murari
Durante operações de fiscalização em fábricas de extração de óleo de eucalipto no Vale do Jequitinhonha (MG), o Auditor-Fiscal do Trabalho Hélio Ferreira Magalhães, da Gerência Regional do Trabalho de Montes Claros, interditou onze caldeiras e quatro vasos de pressão de treze fábricas de extração de eucalipto. Os locais não seguiam as medidas de segurança e ofereciam riscos para os trabalhadores.
As interdições foram necessárias, em razão das graves irregularidades com risco de explosão. Também foram emitidas onze Notificações para regularização de itens de Segurança e Saúde no Trabalho – SST.
As fiscalizações foram realizadas de 15 a 19 de junho e de 29 de junho a 3 de julho nos municípios de Taiobeiras, São João do Paraíso, Ninheira, Berizal, Montezuma e Águas Vermelhas, no Norte de Minas. Além do Auditor-Fiscal Hélio, participaram da operação, um servidor administrativo para apoio e dois Policiais Militares da Polícia Militar de Meio Ambiente de Taiobeiras.
Os Termos de Interdição relativas às fiscalizações realizadas entre 29 de junho a 3 de julho estão sendo elaborados. Foram fiscalizadas seis empresas, das quais serão interditadas quatro caldeiras e dois vasos de pressão. Além disso, serão emitidas seis Notificações, que também estão sendo finalizadas, segundo informações de Hélio Magalhães.
“Constatamos que havia risco grave de explosão, choque elétrico e queda em altura. As caldeiras eram usadas para gerar calor e desidratar as folhas de eucalipto, e os dispositivos de segurança, obrigatórios por Lei para o funcionamento, não estavam sendo seguidos. A manutenção anual de segurança também não era feita adequadamente”, explicou o Auditor-Fiscal do Trabalho.
Ele ressalta que a maioria das caldeiras não tinha profissionais capacitados para a operação, o que também é obrigatório. De acordo com Hélio, o operador de caldeira precisa fazer um treinamento teórico de 40 horas, além de aulas práticas supervisionadas por profissional habilitado. “As empresas devem regularizar de acordo com as orientações repassadas e podem solicitar a suspensão da interdição, que será analisada pelos Auditores-Fiscais, após nova vistoria” informou.
As ações continuam na região e fazem parte do projeto piloto “Caldeiras e vasos de pressão”, desenvolvido em Minas Gerais com o objetivo de levar segurança para os trabalhadores do setor.
Entre as irregularidades, foram verificados o bloqueio de dispositivos de segurança de caldeiras sem a devida justificativa técnica, utilização de caldeiras sem sistema automático de controle do nível de água com intertravamento que evite o superaquecimento por alimentação deficiente.
O Registro de Segurança das caldeiras, em alguns casos, não existiam, não estavam disponíveis no estabelecimento ou estavam desatualizados. Os comandos de partida ou acionamento de máquinas e/ou equipamentos estacionários eram mantidos sem dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizadas.