Dieese – quase metade dos trabalhadores no comércio são mulheres


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
25/08/2010



 


Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese mostra que o número de mulheres empregadas no setor de comércio já chega a quase 50% do total, em seis regiões metropolitanas pesquisadas – Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. Comparado ao número de mulheres ocupadas de forma geral, a parcela de trabalhadoras no comércio também é grande, chegando a 19,8% em Recife.

A empregabilidade, entretanto, continua repetindo discriminações no mercado de trabalho. As mulheres ainda têm salários menores que os homens, por jornadas de trabalho praticamente iguais.

Faz parte das atribuições dos Auditores Fiscais do Trabalho – AFTs o combate à discriminação no ambiente de trabalho. É possível fazer denúncias diretamente às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego nos estados, onde existem núcleos com servidores especializados para atender a esta demanda. A diferença salarial envolvendo questões de gênero e raça são frequentemente constatadas em pesquisas de entidades sindicais ou de instituições de caráter social e econômico. O Brasil tem obrigação de combater a prática da discriminação no trabalho, pois é signatário da Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho – OIT que trata deste assunto.

 

Veja matéria do site do Dieese.

 

Comércio: expressiva participação feminina



Estudo do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos elaborado com dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego - PED, resultante do convênio DIEESE/Seade/MTE - FAT e de parcerias regionais no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza e São Paulo mostra que é bastante expressiva a proporção mão de obra feminina no comércio em relação ao total de mulheres ocupadas.

Em 2009, nos mercados de trabalho metropolitanos pesquisados, esta proporção variou entre 13,9% da população feminina ocupada na Região Metropolitana de Belo Horizonte a 19,8%, na de Recife.

A atividade comercial se caracteriza pela singularidade do equilíbrio de gênero, se comparada aos demais setores econômicos. Enquanto os homens são maioria na construção civil e indústria e a mão de obra feminina predomina nos serviços, no comércio, a proporção de mulheres correspondia a praticamente metade dos ocupados, variando entre 43,3%, em São Paulo, e 48,5%, em Salvador.

Entre as ocupadas no comércio, cerca de 60% das mulheres eram assalariadas, forma de inserção que registra menor proporção na Região Metropolitana de Fortaleza (41,4%) e maior na de Belo Horizonte (71,3%).

Quase metade dos assalariados no comércio são mulheres, o que corresponde a cerca de 840 mil comerciárias nas regiões analisadas. Porto alegre apresenta a maior proporção de mão de obra feminina (45,6%) e Fortaleza, a menor (38,2%).



Extensas jornadas

A jornada de trabalho extensa é um dos grandes desafios a serem enfrentados pela categoria. Trabalhar nos domingos e feriados e permanecer no estabelecimento além do horário contratado para garantir a venda e, conseqüentemente, a manutenção da renda, são comuns entre os que atuam no setor.

A jornada das comerciárias, em 2009, ainda que ligeiramente inferior à dos homens, ultrapassou a jornada legal em todas as regiões pesquisadas, exceto em Belo Horizonte (43h).



Menores remunerações

Um dos fatores que revelam a desigualdade de gênero no mercado de trabalho ainda é a remuneração. Para a análise, tomou-se como referência o rendimento médio por hora trabalhada, já que as jornadas das comerciárias são ligeiramente menores que a dos comerciários.

Em 2009, com exceção de Fortaleza e Recife, as mulheres recebiam em média 88,5% do rendimento dos homens. Nota-se que a desigualdade salarial é maior no Sul e no Sudeste e menor nas regiões Norte e Nordeste. Mesmo quando há um equilíbrio nos rendimentos, situação verificada em Fortaleza (102,5%) e Recife (100%), a realidade não fica mais alentadora, visto que os rendimentos são extremamente baixos.



As muitas faces da comerciária

A maior parte das mulheres assalariadas no comércio é adulta, com idade entre 25 e 39 anos. Estas correspondem a 45,1% das trabalhadoras em São Paulo e chegam a 52,6% em Salvador. As jovens entre 16 e 24 anos também têm participação expressiva e correspondem a aproximadamente um terço da categoria. Comerciárias mais maduras, com 40 anos ou mais, encontram-se em maior proporção em Belo Horizonte (19,3%) e têm menor representatividade no Distrito Federal (12,9%).

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