Trabalho escravo: Número de trabalhadores em situação degradante em 2018 praticamente dobrou em relação a 2017


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
19/10/2018



Por Dâmares Vaz, com informações do MTb e da Agência Brasil


Edição: Nilza Murari


Um levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério do Trabalho – MTb aponta que o número de pessoas encontradas em situação análoga à de escravos em 2018 praticamente dobrou em relação a 2017. De janeiro até a primeira quinzena de outubro de 2018, os Auditores-Fiscais do Trabalho descobriram 1.246 pessoas em condições degradantes, contra 645 no ano passado – um crescimento de 93%.


Os dados dão conta de 620 trabalhadores resgatados, 159 estabelecimentos fiscalizados, 651 trabalhadores formalizados, 601 guias de Seguro-Desemprego emitidas e R$ 1,7 milhão pagos em verbas rescisórias aos resgatados. O meio urbano foi onde os Auditores-Fiscais do Trabalho mais encontraram situações de trabalhadores em situações degradantes – 869; no rural foram 377 casos registrados.


De acordo com o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo – Detrae, Maurício Krepsky, o crescimento do número de trabalhadores encontrados em situação análoga à de escravos está ligado ao planejamento eficiente das ações de combate ao crime. “Foi dada prioridade ao planejamento prévio das ações, com incursão de Auditores-Fiscais de Trabalho em operações de inteligência fiscal, a fim de delimitar espaço e tempo precisos para flagrar os ilícitos”, comenta.


Em Minas Gerais foi encontrado o maior número de trabalhadores em situação de trabalho escravo – 754, seguido do Pará – 129, e do Mato Grosso – 128. As três atividades que mais registraram casos escravidão contemporânea foram a criação de bovinos, o cultivo de café e a produção florestal – plantio de florestas.


O aumento brusco do número de trabalhadores escravizados em Minas Gerais, que tinha uma média de 10 a 20 pessoas encontradas em condições degradantes de trabalho, foi causado pela descoberta de 565 trabalhadores aliciados pela seita religiosa Traduzindo o Verbo, com atuação em Minas Gerais, Bahia e São Paulo. A facção foi o alvo da operação “Canaã: A Colheita Final”, deflagrada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho e Polícia Federal em fevereiro deste ano.


Consulta pública


As informações sobre o combate ao trabalho análogo à escravidão constam do Radar do Trabalho Escravo, da Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, uma ferramenta de consulta pública aos resultados consolidados da Inspeção do Trabalho no Brasil, que pode ser acessada pelo endereço https://sit.trabalho.gov.br/radar/.


O Radar possui ainda informações sobre o combate à informalidade, sonegação de FGTS, inserção de aprendizes e pessoas com deficiência no mercado de trabalho, acidentes de trabalho e ações fiscais de prevenção a acidentes e doenças do trabalho, autos de infração lavrados pelos Auditores-Fiscais do Trabalho e política pública de combate ao trabalho escravo.

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