Posse 2017-2020: Cerimônia da nova direção do Sinait é marcada pelo tom de luta da categoria


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
23/11/2017



A cerimônia de posse da Diretoria Executiva Nacional do Sinait, dos Delegados Sindicais e dos integrantes dos Conselhos Fiscais Nacional e Locais para o Triênio 2017/2020 foi marcada pelo tom de muita emoção, reflexão sobre novos desafios ao movimento sindical e muita luta, nesta quarta-feira, 22 de novembro, realizada no Porto Vittória, em Brasília (DF). O evento demarca também uma nova fase da estrutura eletiva da entidade, em que ocorre o primeiro mandato de três anos, aprovado em Assembleia Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, seguindo uma tendência moderna do sindicalismo. Na ocasião, a presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN) do Sinait, Maria Cândida da Silva Carvalho, deu posse a nova direção para o Triênio 2017/2020.


O presidente do Sinait, Carlos Fernando da Silva Filho, reeleito para esta nova etapa, que alça a entidade, para o desafio de um novo ciclo dentro do sindicalismo moderno, alertou sobre os desafios e as lutas que permeiam os Auditores-Fiscais do Trabalho neste momento político brasileiro.      


Ele destacou os ataques que a categoria vem sofrendo por parte do próprio governo. “Somos atacados e difamados pelo governo, dentro de um projeto orquestrado que ampara o sucateamento geral do serviço público, de entreguismo e privatização, que afeta não só os servidores, mas toda a população, desenhando um desolador cenário de retrocesso sociais, previdenciários, trabalhistas e humanos”.


Carlos Silva enfatizou que os desafios são muitos e vislumbra extensas arenas de luta, que neste contexto, é vivenciado por meio de uma grave crise moral e ética. “Há uma crise, sim, moral e ética. Arriscamos dizer que seja muito mais grave que a crise econômica, posto que é muito mais difícil de ser extinta”. Ele analisa que esta situação contamina todos os ambientes e precisa ser combatida. “Esta é a erva daninha a ser extirpada, a raiz de todos os problemas, que se alastra e ameaça desfigurar nossa Constituição Cidadã e a Consolidação das Leis do Trabalho”.


Argumentou que a indignação não basta. Sem reação, ela é inócua. “Com essa percepção, fundamental para empreender uma luta que tenha possibilidade de êxito, o Sinait tece sua rede, exerce seu protagonismo. Juntos, somos mais fortes; no âmbito da categoria; dentro do serviço público; no movimento de trabalhadores. A união é a nossa única chance”.


Sucateamento


O presidente do Sinait destacou ainda que a situação geral de ataques e sucateamento imposta ao serviço público se reproduz no Ministério do Trabalho. “Ousamos dizer que o governo está sendo particularmente feroz contra a Auditoria Fiscal do Trabalho”.


Denunciou também que uma série de medidas vem tentando fragilizar e retirar poderes da fiscalização. “Atendem a interesses confessos da bancada empresarial no Congresso Nacional, de contumazes descumpridores da legislação trabalhistas, inimigos dos trabalhadores e eternos insatisfeitos com a Fiscalização do Trabalho”.


Em tom firme e de luta, sentenciou “os Auditores-Fiscais do Trabalho não abrirão mão da defesa diária das leis e normas que garantem o protegem direitos, que impedem a instalação da barbárie”. Ele continuou “Situação que está à espreita, sob o manto da reforma trabalhista, à qual fazemos declarada oposição e que tem muitos pontos flagrantemente inconstitucionais, como denunciamos durante a tramitação do projeto. A Constituição Federal, a primeira lei, será sempre o grande farol dos Auditores-Fiscais do Trabalho, pois abriga os princípios da dignidade da pessoa humana.


Citou ainda os desafios e os ataques enfrentados pela carreira, como, por exemplo, a reforma Previdenciária, a redução do conceito de trabalho escravo, a Medida Provisória 808 – complementação da reforma trabalhista -, a proposta de sustação da Norma Regulamentadora nº 12, entre outras medidas e ações perigosas e de desconstrução de direitos.


Carlos Silva finalizou dizendo que o chamado do Sinait é de luta e de resistência. “Precisamos nos unir para fazer frente às trágicas medidas contra a dignidade do ser humano, sejam servidores públicos, sejam trabalhadores da iniciativa privada”. Declarou que a entidade “defende a vida, o trabalho digno, a liberdade, o serviço gratuito e eficiente. Essas são bandeiras permanentes e universais, coerentes com a natureza da Auditoria Fiscal do Trabalho. Estamos convictos de estarmos do lado certo da história”.


Durante o pronunciamento, o presidente do Sinait foi muito aplaudido. Ele lembrou ainda e agradeceu a presença e a parceria de vários representantes e entidades que atuam na resistência e lutam ao lado do Sinait neste momento singular e difícil da política nacional brasileira.


Participaram da cerimônia, além de Auditores-Fiscais do Trabalho de todo o país, os representantes da Aner, Adailton Machado; Anfip, Floriano Martins, Valdenice Elvas, Aurora Maria Miranda Borges, Eucélia Agrizzi Mergár; ANPT, Ana Cláudia Monteiro e o procurador Regional do Trabalho Alessandro Santos de Miranda; Anamatra, Guilherme Feliciano; Confederação Nacional das Mulheres do Brasil (CMB), Glaucia Morelli e Tereza Delamare; Fenafisco, Celso Malhani de Souza e Francelino das Chagas Valença Junior; Pública Central do Servidor, Thiago Botelho; Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno, José Castelo Branco Bessa Filho, Nélia Cruvinel Resende; Sindireceita, Geraldo Seixas, Thales Freitas Alves, Ricardo Ramos e Sérgio Castro; CGTB, Ubiraci Oliveira (Bira), entre outros. Além dos parlamentares, senador Paulo Paim (PT/RS) e o deputado federal Lelo Coimbra (PMDB/ES).


Acesse aqui a íntegra do discurso do presidente do Sinait, Carlos Silva.


Acesse aqui a Composição do Triênio 2017/2020.

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