Frente Mista: Sinait denuncia ataques contra o presidente da entidade


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
09/03/2017



A vice-presidente do Sinait, Rosa Maria Campos Jorge, denunciou nesta quinta-feira, 9 de março, os ataques desferidos contra o presidente da entidade, Carlos Silva, pelo deputado federal Júlio Lopes (PP/RJ) durante audiência pública para debater a Proposta de Emenda à Constituição - PEC nº 287/2016, reforma da Previdência, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 7 de março. Em repúdio ao ataque, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social aprovou Moção contra o parlamentar.


De acordo com Rosa Jorge, o presidente do Sinait foi convidado pela Comissão Especial para contribuir com o debate sobre a reforma da Previdência. Na ocasião, ele se colocou contra a reforma, expôs o descaso do governo com a fiscalização do cumprimento da legislação previdenciária, destacou que a proposta se torna ainda mais danosa se for considerado que vem atrelada à Emenda Constitucional nº 95/2016, que congelou os investimentos públicos por 20 anos, entre outras ponderações. “Todos os argumentos apresentados tiveram como base dados e informações oficiais de vários órgãos e instituições”.


Segundo a vice-presidente, Carlos Silva fez uma apresentação técnica e importante para o debate. Por isso, ela disse que não entende o motivo da agressão virulenta do parlamentar ao presidente do Sinait. “Foi um ataque desrespeitoso e incompreensível. Estávamos discutindo o tema e não sabemos o porquê da postura do parlamentar”. Ela disse ainda que o deputado expôs o contracheque do presidente de uma forma intimidadora.


Rosa Jorge insistiu que, apesar da maneira desrespeitosa como o presidente do Sinait, Carlos Silva, foi tratado na audiência, “ele respondeu à altura e não fugiu ao tema da matéria”.


Ao final da exposição da vice-presidente sobre o ocorrido na audiência, o senador Paulo Paim (PT/RS) e o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) consideraram a postura do parlamentar desrespeitosa e comprometeram-se a expor o caso nas tribunas das respectivas Casas Legislativas.


Representantes de várias entidades demonstraram solidariedade à entidade.


As reformas


A vice-presidente do Sinait disse que o debate das reformas da Previdência – PEC nº 287/2016 – e a Trabalhista – Projeto de Lei nº 6.787/2016 precisa ser unificado. “Os temas estão interligados e precisamos tratá-los juntos”.


Ela ainda argumentou que o governo quer acabar com os dois maiores institutos de proteção social no país, que são a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e a Previdência Social Pública. “São eixos fundamentais de proteção ao trabalhador no país e não podemos deixar que seja desmontado pelo governo”.


Concurso público


Ainda durante a reunião da Frente Parlamentar Mista, a vice-presidente aproveitou para informar os desafios que estão enfrentando os Auditores-Fiscais do Trabalho por todo o país. Segundo ela, a categoria possui o menor número de profissionais dos últimos 20 anos. “A carreira tem 3.644 cargos e estamos com apenas 2.462 Auditores-Fiscais na ativa; com 1.182 cargos vagos; sem previsão de concurso público”.


São números preocupantes explicou Rosa Jorge, uma vez que uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2012, afirmou que seria necessário 8 mil Auditores-Fiscais do Trabalho para dar conta de cobrir a demanda crescente no mercado de trabalho no Brasil.  


No encerramento da reunião, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social aprovou Moção de Desagravo pelo ataque do deputado Júlio Lopes contra o presidente do Sinait, Carlos Silva, na audiência para debater a reforma da Previdência.


CPI


Na ocasião, o senador Paulo Paim informou que continua recolhendo assinaturas para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação financeira da Previdência Social. Segundo o senador, 42 parlamentares já assinaram o pedido de instalação da CPI. “Pretendemos continuar recolhendo as assinaturas e esperamos conseguir criar a Comissão o mais breve possível”.


Deliberações


Foram aprovadas na reunião as seguintes atividades:


Dia 14 de março  Ato na sede da OAB Nacional, em Brasília


Dia 15 de março – Greve Geral por tempo indeterminado


Dia 21 de março – Dia Internacional contra a Discriminação Racial


Dia 24 de março – Ato público em Natal (RN), no período da manhã, e em João Pessoa (PB), no período da tarde, ambos no dia 24 de março.


31 de março – Ato público em Curitiba (PR).


Audiências públicas nas Câmaras de Vereadores para mobilização e aprovação de moções contra as reformas, entre outras iniciativas. As datas ainda não foram definidas.

Categorias


Versão para impressão




Assine nossa lista de transmissão para receber notícias de interesse da categoria.