Auditores-Fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho de Pernambuco - SRT/PE realizaram fiscalização na sede do Instituto de Criminalística Professor Armando Samico, com sede em Recife, e concluíram pela interdição do prédio por situação de grave e iminente risco. O Termo de Interdição foi entregue nesta segunda-feira, 16 de janeiro.
A fiscalização foi realizada nos meses de novembro e dezembro de 2016, no térreo, primeiro e segundo andares do prédio, nas salas dos plantonistas, dormitórios, banheiros e nas salas de documentação, arquivo e nos laboratórios de balística, informática e fonética.
De acordo com a equipe de Auditores-Fiscais do Trabalho, formada por médicos do trabalho e engenheiros de segurança do trabalho, a situação no local é de grave e iminente risco à saúde e integridade física dos trabalhadores.
O Auditor-Fiscal do Trabalho Marcos Miranda afirma que o prédio está em precárias condições de conservação. “Existe umidade em excesso, decorrente das infiltrações nos tetos e paredes, o que leva à proliferação de microorganismos, como fungos e bactérias, que causam, principalmente, doenças respiratórias, além de propiciar riscos de acidentes, potencialmente fatais, como choque elétrico”.
Ele acrescenta, que o sistema de refrigeração está sem manutenção preventiva, como a limpeza de dutos e filtros. O prédio apresenta infestação de animais sinantrópicos, em especial os pombos. “Encontramos muita sujeira. No forro do teto tem muito lixo acumulado com dejetos e excreções dos animais o que torna o ambiente colonizado por patógenos, como fungos e bactérias, que podem se propagar através do ar ambiente e infectar as pessoas, tornando o local impróprio para o trabalho”.
Os trabalhadores entrevistados pelos Auditores-Fiscais informaram a ocorrência de diversos casos de infecções, principalmente por fungos. Houve casos graves, com necessidade de internação hospitalar. Foram constatadas doenças como Aspergilose - doença pulmonar causada por fungos, tuberculose pulmonar, infecção nos olhos, além de uma morte por infecção generalizada.
Foram detectados, também, riscos químicos. Os peritos criminais que lidam com produtos químicos, alguns comprovadamente cancerígenos, estão sem proteção coletiva, ou seja, sistema de exaustão e Equipamento de Proteção Individual, como máscaras respiratórias. Além disso, a iluminação no local é precária, com lâmpadas e calhas quebradas e mobiliário sucateado.
Em decorrência da fiscalização foi solicitado ao Departamento de Micologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE um estudo técnico do material colhido nas dependências do Instituto de Criminalística. O estudo comprovou a proliferação incontrolável de fungos de várias espécies no ambiente.
Com informações da SRT/PE.