RS: Interditadas operações de distribuidora de combustíveis de Cruz Alta

Grave e iminente risco de acidentes de trabalho e de adoecimento por exposição a agentes químicos embasou a determinação da fiscalização do trabalho.

Auditores-Fiscais do Trabalho da Gerência Regional de Santo Ângelo (RS) interditaram, nesta quarta-feira, 21 de setembro, três modalidades de operações executadas em terminal de distribuição de combustíveis do Grupo Ipiranga, localizado na Vila Abegay, em Cruz Alta. A medida determina a paralisação de atividades em altura sobre vagões-tanque e das medições e coletas de amostras realizadas no desvio ferroviário e no laboratório de controle de qualidade.

De acordo com a fiscalização, a ausência de projetos para a atuação segura dos operadores em alturas superiores a 3 metros, junto às escotilhas dos vagões-tanque, pode causar acidentes graves no estabelecimento. As omissões no controle da exposição dos funcionários do terminal a agentes tóxicos que integram os combustíveis, a exemplo do benzeno - de reconhecido efeito cancerígeno para humanos, presente na gasolina –, a imprecisão dos programas de segurança do trabalho sobre os contaminantes emitidos nas operações, a desatualização de capacitações e o não fornecimento de equipamentos de proteção individual foram outras irregularidades apontadas no relatório técnico da interdição.

A suspensão da interdição está condicionada à comprovação da adoção das medidas de saúde e de segurança do trabalho exigidas pelos Auditores-Fiscais. “Com a implementação dos ajustes e adequações necessários para garantir o trabalho seguro na unidade, aliado à demonstração de que existe um monitoramento efetivo e o controle da exposição dos operadores a vapores altamente tóxicos, deve ser permitida a retomada das atividades”, observa o Auditor-Fiscal do Trabalho Rudy Allan Silva.

Força-Tarefa de Combate ao Adoecimento pelo Trabalho

No último mês, ações de fiscalização semelhantes foram realizadas por equipes de Auditores-Fiscais do Trabalho em terminais localizados em Canoas e Ijuí (RS). Fazem parte da programação de uma Força-Tarefa de Combate ao Adoecimento pelo Trabalho, composta por Auditores-Fiscais, procuradores do Trabalho e profissionais de outras áreas fiscalizadas.

As inspeções avaliaram a existência de controles de engenharia para a emissão de vapores tóxicos nas plataformas de carregamento e de descarregamento de combustíveis e apontaram inconsistências nos documentos de saúde do trabalho formulados pelas distribuidoras. Em todas as ações, as irregularidades determinaram a paralisação de atividades, já tendo ocorrido a liberação dos serviços na base distribuidora de Canoas, sob responsabilidade da Petrobrás.