MG: Túnel de estrada que liga mina desaba e mata trabalhador

Auditores-Fiscais estão fazendo a análise do acidente

Um operário morreu após o desabamento de um túnel na estrada que liga a Mina do Pico a outra do Complexo Vagem Grande, em Itabirito, na região Central de Minas Gerais. As duas minas são de propriedade da Vale e a execução do túnel estava sendo feita por uma empreiteira.

Outro trabalhador que estava dentro de um caminhão, estacionado embaixo do túnel, ficou preso por causa da terra que soterrou o veículo, mas consegui ser retirado horas depois pelo corpo de bombeiros de Ouro Preto, sem ferimentos.  

Os trabalhadores estavam fazendo o aterramento do túnel de metal, semelhante a uma manilha, quando a estrutura cedeu. O operário que estava na parte de cima caiu e foi soterrado, indo a óbito.

O túnel tem aproximadamente sete metros de diâmetro e estava sendo construído para atender a normas ambientais. A parte de cima é destinada à passagem de animais e a de baixo para o tráfego de veículos.

Auditores-Fiscais do Trabalho, especialistas em engenharia de segurança do trabalho, foram ao local para começar a análise do acidente. De acordo com o chefe substituto da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador-SEGUR, da Superintendência Regional do Trabalho  e Emprego de Minas Gerais - SRTE/MG, Mário Parreira, a fiscalização trabalhista ainda não tem dados suficientes para determinar as causas do acidente. Mas as investigações apontam para problemas na compactação da terra.

“Ao que parece teve uma diferença de pressão que desestabilizou o tubo metálico levando ao seu desabamento. Pesos diferentes na estrutura redonda têm que ser pressionados uniformemente”, avaliou.

Os Auditores–Fiscais estão verificando o projeto de construção e pediram o estudo do maciço/rocha onde o túnel está sendo construído.     

O acidente aconteceu por volta das 9h, da terça-feira 26 de agosto, e os bombeiros começaram as buscas cerca de uma hora depois. Foram mais de oito horas de buscas e, somente no início da noite de terça-feira foi possível chegar ao ponto indicado pelas testemunhas. Os operários eram terceirizados e estavam ali trabalhando apenas na obra. 

A perícia da Polícia Civil também esteve no local. Além disso, uma equipe de brigadistas e outros trabalhadores da Vale também acompanham todo o processo. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o operário morto foi coberto por pelo menos 3 metros de terra e escombros, o que dificultou a retirada do corpo.

Com informações da SRTE/MG e do Jornal O Tempo.