PEC propõe profissionalização do serviço público


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
13/01/2010



A Proposta de Emenda á Constituição – PEC 26/09 que tramita na Comissão de Justiça e Cidadania do Senado Federal está entre as matérias que serão trabalhadas pelo SINAIT. A matéria dispõe sobre a redução de cargos comissionados e estabelece critérios para a ocupação desses cargos.


O exercício do cargo de superintendente por AFTs, por exemplo, é um pleito constante do Sindicato Nacional apresentado sistematicamente ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e ao Ministério do Planejamento. Além disso, a entidade  defende uma remuneração digna para os servidores que ocuparem esses cargos e que sejam condizentes com as exigências e responsabilidades assumidas pelos servidores. A presidente Rosângela Rassy destaca que a medida é muito importante para a valorização dos servidores de carreira e evita que indivíduos sem capacitação e que desconhecem o funcionamento da máquina pública ocupem cargos de destaque dentro dos órgãos. Por outro lado, é preciso mudar a atual situação em que há total desinteresse por cargos de muita responsabilidade e que oferecem remunerações irrisórias que, dependendo da situação, o servidor paga para trabalhar.


Em todo o Brasil, apenas sete estados possuem AFTs exercendo o cargo de superintendente (AC, GO, MA, MT, PE, PI e SE), cuja natureza é estritamente técnica e não política. Um exemplo bem próximo e que deve ser seguido é o da Receita Federal, onde os titulares das Delegacias Regionais são todos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.


A matéria do Jornal de Brasília informa sobre o interesse do senador Garibaldi Alves em aprovar a PEC 26/09, que em seu inciso V do artigo 37 determina que apenas aos cargos de direção, chefia e assessoramento serão destinadas as funções comissionadas, cujos detentores deverão ser exclusivamente servidores públicos ocupantes de cargo efetivo.


No caso dos cargos em comissão, a PEC determina que a metade deles deverá também ser preenchida por servidores ocupantes de cargos efetivos do respectivo órgão ou entidade, exceto aqueles de assessoramento direto aos detentores de mandato eletivo (ministros e secretários de estado, secretários municipais e outros).


Segundo o senador, o principal objetivo é imprimir mais qualidade ao serviço público, reconhecendo que os servidores concursados conhecem profundamente o funcionamento da máquina pública e as necessidades do atendimento ao público. 


 


IN nº 2 do Planejamento vem na contramão da PEC


 


Publicada no último dia 7, a Instrução Normativa nº 2 do Ministério do Planejamento, no entanto, vem na contramão da PEC. Ela estabelece que servidores considerados de carreira são todos aqueles oriundos de órgão ou entidade de qualquer Poder da União, Estado, Distrito Federal e dos Municípios, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista. Dessa forma, a IN continua a imprimir a natureza política aos cargos e é uma ferramenta que facilitará as tradicionais indicações políticas em um ano eleitoral como este.


As entidades que integram o Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), entre elas o SINAIT, já estão mobilizadas e, assim que o Congresso retornar aos trabalhos, após o recesso, realizarão trabalho parlamentar em busca da aprovação da PEC 26/09.


 


Abaixo, os link de acesso às íntegra da PEC 26/09, da IN nº2 e matéria do Jornal de Brasília sobre o assunto:


Texto da PEC: http://legis.senado.gov.br/mate-pdf/60220.pdf


Texto da IN:  instrução normativa 2 - 2010.pdf


 


7-1-2010 – Jornal de Brasília


Coluna Ponto do Sevidor - Proposta de Garibaldi busca profissionalizar serviço público


"Preocupado" com a falta de capacidade gerencial da administração pública, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN, foto) quer aprovar uma emenda constitucional reduzindo a quantidade de cargos em comissão e estabelecendo critérios para que a maioria desses cargos seja ocupada por servidores de carreira. "A ideia é resgatar o conceito de cargo em comissão", afirma o parlamentar.


A proposta (PEC 26/09) encontra-se na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) onde será relatada pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). De acordo com Garibaldi Alves, a falta de capacidade gerencial no serviço público é grave na União e nos grandes estados e municípios, mas consiste em uma "verdadeira tragédia nos pequenos".


Em defesa do projeto, ele argumenta: "Essa questão somente poderá ser resolvida com a garantia da profissionalização do serviço público, mediante a instituição de um corpo dirigente permanente. Tenho certeza que a aprovação da proposta nos permitirá superar a conjuntura em que vivemos, de grave deficiência na gerência no serviço público, dando condições para que o princípio constitucional da eficiência possa ser, de fato implantado em nosso País", justifica.


Regras tratam da quantidade de cargos. Se aprovada, serão as seguintes as regras para o preenchimento das funções de confiança e cargos em comissão.


a) a quantidade de cargos em comissão não poderá superar um décimo dos cargos efetivos de cada órgão, excetuados os casos de assessoramento direto aos detentores de mandato eletivo, ministros de Estado, secretários de Estado e secretários municipais;


b) observada a norma que autoriza a acumulação de dois cargos de professor, no mínimo a metade dos cargos em comissão deverá ser preenchida por servidores ocupantes de cargo efetivo do respectivo órgão; e


c) os critérios de acesso dos servidores aos cargos em comissão considerarão as atribuições e os requisitos de ingresso do respectivo cargo efetivo e sua posição na carreira.


 

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