A primeira semana de fevereiro foi marcada por acidentes de trabalho graves em São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro, alguns com morte. Foi um começo de ano difícil, vários acidentes também foram registrados em janeiro e noticiados pelo Sinait.
Em São Paulo, três trabalhadores da Eletropaulo ficaram feridos após a explosão de uma tubulação da Companhia de Gás – Comgas na região dos Jardins nesta quinta-feira, 6 de fevereiro. Uma das possíveis causas foi um vazamento. Dois deles foram encaminhados ao hospital em estado grave. A explosão provocou uma labareda de quatro metros que foi controlada pelos Bombeiros.
Também no dia 6, um operário morreu e quatro ficaram feridos porque uma adutora da construção de um viaduto se rompeu em Taguatinga, no Distrito Federal. As causas do acidente estão sendo investigadas. Outro trabalhador que estava junto com as vítimas conseguiu fugir e não foi atingido.
No Rio de Janeiro, um repórter cinematográfico foi atingido por uma espécie de rojão enquanto fazia imagens de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus. Ele perdeu parte da orelha e está internado em estado grave com afundamento do crânio. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo afirmou que a culpa pelo acidente é do Estado e cobrou a devida apuração do caso.
No Paraná, ocorreram quatro acidentes, todos com morte. Dois operários perderam a vida ao cavar um poço artesiano de uma casa em construção em um condomínio de luxo em Pinhais no dia 4 de fevereiro. Em Curitiba, no dia 5, em uma fábrica de peças automobilísticas, um trabalhador morreu ao ser prensado em uma máquina após escorregar no óleo. Outro também morreu atingido por uma parede enquanto varria um pequeno espaço entre duas casas.
O número reduzido de Auditores-Fiscais do Trabalho é uma das causas para a ocorrência de tantos acidentes. São mais 700 mil todos anos, de acordo com a Previdência Social, sendo cerca de 2.500 fatais. Por isso, a necessidade de realizar mais concursos públicos para o cargo, uma das reivindicações constantes do Sinait.
Leia as notícias abaixo.
7-2-2014 - UOL
Gustavo Basso e Carlos Oliveira - Do UOL, em São Paulo
Uma tubulação da Comgas explodiu por volta das 23h50 desta quinta-feira (6) durante obras da concessionária Eletropaulo na esquina entre a rua Augusta e a alameda Jaú, na região dos Jardins, zona oeste de São Paulo, de acordo com os bombeiros. O vazamento foi reparado às 2h41. Três funcionários da Eletropaulo foram socorridos com ferimentos, dois deles em estado grave.
A concessionária informou por meio de nota que "houve um acidente em uma caixa subterrânea da distribuidora" e que está apurando as causas do acidente. Segundo funcionários da Eletropaulo no local, a luz na metade da quadra da alameda Jaú mais afetada pela explosão deve ser restaurada somente após perícia feita pela polícia. A previsão é a volta da luz às 12h desta sexta-feira.
Uma labareda de até 4 metros saía do bueiro até por volta das 2h e a CET chegou a bloquear totalmente o cruzamento da alameda Jaú com a rua Augusta por volta das 2h30.
Para controlar as chamas, foi necessário abrir um buraco na alameda Jaú. Os bombeiros usaram jatos de água para resfriar os prédios vizinhos, evitando que também se incendiassem. Dezesseis veículos dos bombeiros foram mobilizadas para atender a ocorrência.
Bombeiros foram chamados à tarde por relato de cheiro de queimado
Os bombeiros foram chamados ao local por volta das 15h30 desta quinta-feira. O morador da região Ivan Bertolozzi, que foi uma das pessoas a contatar os bombeiros, relata que um forte cheiro de queimado exalava de um equipamento subterrâneo da rede elétrica conhecido como box.
Quando verificaram o superaquecimento no equipamento, os bombeiros isolaram a área, e, segundo o sargento Anderson, chamaram Eletropaulo e Comgas para que fizessem o reparo. Os funcionários da Eletropaulo usaram maçaricos para efetuar a troca do mecanismo durante a noite e é possível que tenham atingido o cano que explodiu, segundo os bombeiros.
Funcionário ferido sofreu convulsão, diz morador
Dois funcionários da Eletropaulo sofreram queimaduras e foram encaminhados ao Hospital das Clínicas. O recepcionista de um flat vizinho ao acidente Bruno Dutra relata que, após a explosão, os dois homens entraram correndo no prédio, procurando alívio das queimaduras no ar-condicionado. Um deles chegou a ter convulsões durante o tratamento feito pelos bombeiros. O terceiro técnico teve ferimentos leves e foi levado a um pronto-socorro.
Uma senhora foi evacuada de um restaurante nas proximidades - quando ouviu a explosão, ela se abrigou nos fundos do estabelecimento.
6-2-2014 – G1
'Todos os cuidados técnicos foram tomados', afirmou presidente. Seis técnicos trabalhavam em reparos - um deles morreu.
O presidente da Caesb, Oto Silvério Guimarães, afirmou nesta quinta-feira (6) que vai abrir investigação interna para investigar as circunstâncias em que a adutora do viaduto da EPTG que dá acesso ao Jóquei de Brasília se rompeu pela segunda vez em 14 horas, deixando um operário morto e quatro feridos. Diferentemente da avaliação feita pela Defesa Civil, de que houve “erro operacional”, Guimarães negou falta de cuidados por parte da companhia.
“Nós entendíamos que a adutora estava em completas condições de operação”, disse Guimarães. “Todos os cuidados técnicos foram tomados para que não acontecesse nada, não se repetisse. Infelizmente aconteceu essa segunda fatalidade.”
Seis técnicos trabalhavam nos reparos na manhã desta quinta. Um deles conseguiu fugir da corrente, mas os outros cinco foram atingidos. Um dos homens ficou preso na tubulação por mais de 15 minutos e precisou ser levado de helicóptero para o Hospital de Base, com parada cardiopulmonar. Ele morreu pouco tempo depois.
O presidente da Caesb disse ainda que os operários passaram a noite de plantão, trabalhando no conserto da adutora, mas que tiveram os descansos previstos. "Não era uma pessoa que estava estafada [o operário morto], nem ele nem os outros cinco que estavam no local", afirmou.
Mais cedo, o subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, afirmou que as obras de reparo da adutora podem continuar normalmente. A autorização foi dada duas horas após a nova ruptura e poucos instantes depois da confirmação da morte do trabalhador.
“Estruturalmente não há risco nenhum. O viaduto aqui desabar, não há risco Não há risco para trabalho”, afirmou.
De acordo com Bezerra, o acidente não ocorreu por um problema operação e, por isso, não será necessário interditar a região. “A morte foi em risco de um acidente de trabalho, não tem correlação nenhuma com a estrutura. Foi em função de um erro operacional”, disse. “Pode dar continuidade. A pressão da água não afetou a estrutura do viaduto.”
O Departamento de Estradas de Rodagem liberou a faixa exclusiva para ônibus para todos os veículos. Segundo DER, a liberação é em todos os 12 quilômetros da EPTG, nos dois sentidos, até as 23h59.
A causa da morte será apurada pela necropsia do IML. "Pode ser que as vítimas tenham perdido a consciência, ou morrido por asfixia, afogamento, queda, mal súbito", disse Rocha.
7-2-2014 - Uol
O cinegrafista da "Band" que foi atingido por um artefato explosivo enquanto filmava o protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (6) está em coma, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde. Ele foi internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, onde foi submetido a cirurgia. A vítima perdeu parte da orelha e teve um afundamento de crânio. Outras seis pessoas ficaram feridas no episódio, e 28 manifestantes acabaram presos.
A emissora comunicou que espera no hospital, junto à família, os resultados da cirurgia. Ele foi atingido pelo artefato na Central do Brasil, durante um confronto entre policiais militares e manifestantes, socorrido e levado para a unidade de saúde por PMs do Batalhão de Choque. Não se sabe quem lançou o artefato que atingiu o profissional.
Confusão
A confusão teve início quando alguns policiais tentaram retirar os manifestantes que pulavam as catracas do local com golpes de cassetetes. Eles revidaram jogando pedras, e começou o confronto. Um repórter do UOL foi agredido enquanto estava parado no local. Quando os PMs se aproximaram, ele levantou as mãos e se identificou como jornalista, mas mesmo assim foi atingido com dois golpes nas pernas. Um repórter da "GloboNews" e fotógrafos de agências de notícias também relataram agressões policiais.
ENTENDA O BLACK BLOC
O "black bloc" ("bloco negro") não é um grupo específico de manifestantes, mas sim uma forma violenta de agir adotada por manifestantes que se dizem anarquistas. A tática "black bloc" consiste em "causar danos materiais às instituições opressivas". Na prática: depredar estabelecimentos privados --agências bancárias entre eles-- e pichar paredes.
Procurada, a Polícia Militar afirmou ainda não ter posicionamento sobre os fatos referentes ao protesto. Os policiais destacados para o protesto atuaram sem identificação. A corporação também não soube explicar se houve uma orientação específica a esse respeito.
O confronto assustou os comerciantes locais, que fecharam as portas. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral dentro da estação para conter o protesto. Com a confusão, muitas pessoas passaram mal e desmaiaram no local. Seis foram internadas com ferimentos, nenhuma em estado grave. O grupo de 28 manifestantes presos foi colocado em um micro-ônibus da PM e levado para a 19ª Delegacia de Polícia.
Abraji repudia agressão
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgou nota de repúdio à violência contra o cinegrafista. "Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista", diz o texto. A associação registrou que é o terceiro caso de agressão a jornalistas em 2014. Em 2013, 114 profissionais da área foram feridos em todo o país enquanto cobriam protestos, diz a Abraji.
Aumento das tarifas motivam protestos
O valor da passagem vai subir de R$ 2,75 para R$ 3 a partir de sábado (8). O aumento das tarifas foi o mote dos protestos de junho do ano passado, que contagiaram o país com esta e outras demandas. Naquele momento, Rio e São Paulo voltaram atrás e reduziram os valores das passagens.
(Com Agência Brasil)
4-2-2014 – Paraná on line
Pinhais/PR - Dois trabalhadores de uma casa em construção no Alphaville, condomínio fechado em Pinhais, morreram em um poço artesiano, por volta das 15h de terça-feira (04). Os bombeiros resgataram os operários, mas já não era possível fazer nada para salvar suas vidas.
De acordo com o tenente Rocha, do 6.º Grupamento do Corpo de Bombeiros, os operários não usavam equipamentos de segurança adequados ao serviço. O poço artesiano era perfurado no Residencial das Araucárias, parte do Alphaville, e já estava com 11 metros de profundidade, três preenchidos com água. Quando os bombeiros chegaram, segundo o tenente, os trabalhadores já estavam submersos há aproximadamente 20 minutos. "Fizemos um trabalho rápido de resgate, mas eles já estavam mortos", lamentou Rocha.
Segurança
De acordo com o tenente, os trabalhadores não usavam equipamentos de segurança para a entrada em poços artesianos. "Esses ambientes têm atmosfera perigosa à saúde, porque possuem baixa taxa de oxigênio. É necessário usar a proteção respiratória", explica. Os dois homens, ainda não identificados, tinham entre 30 e 40 anos. Eles usavam uniforme da empresa para qual prestavam serviço. Um deles, no Instituto Médico-Legal, recebeu nome extraoficial de Paulo Sérgio Andrade Ribas.
5-2-2014 - Redação Bonde
Dois operários morreram em acidentes de trabalho registrados durante a manhã desta quarta-feira (5) na Grande Curitiba. O primeiro caso aconteceu no Contorno Leste, em São José dos Pinhais, no início da manhã. Um trabalhador de uma fábrica de peças de automóveis, que ainda não foi identificado, fazia a manutenção hidráulica de uma prensa quando escorregou em um óleo da máquina. Ele ficou prensado pelo pescoço e morreu antes da chegada do Siate. Uma hora depois, Josea Ederson Manoel, de 38 anos, também morreu enquanto limpava um espaço pequeno que dividia duas lojas no calçadão do centro de São José dos Pinhais. Uma parede caiu sobre o operário enquanto ele trabalhava. O homem morreu na hora. (com informações da rádio Banda B)