Mapa Social – Crescimento da fronteira agrícola e casos de trabalho escravo marcam a situação do Centro-Oeste


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
24/05/2012



Na década de 70, em plena Ditadura Militar, o religioso Dom Pedro Casaldáliga levou a público as primeiras denúncias referentes a trabalho análogo a escravidão em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Após mais de 40 anos, a situação do Estado ainda é semelhante. É o segundo em número de trabalhadores resgatados da escravidão contemporânea. Mais de 5,8 mil pessoas foram retiradas dessas condições pelos Auditores-Fiscais do Trabalho nos últimos 16 anos. 


O Mapa Social, uma série de reportagens da ONG Repórter Brasil sobre todas as regiões do país, demonstra mazelas socioeconômicas que levam à ocorrência de trabalho escravo e outros casos de desrespeito aos Direitos Humanos no Mato Grosso, o maior Estado do Centro-Oeste.  

 

De toda a faixa territorial, apenas 13,38% são de áreas com menos de dez hectares. Além da alta concentração de terras, outra característica do Estado é a economia voltada quase que exclusivamente para o agronegócio: 70% do Produto Interno Bruto – PIB que, no interior, chega a 90%. As empresas locais têm travado disputa com as concorrentes internacionais, expoentes no ramo da soja, que se instalaram no Estado. 

 

Porém, segundo as reportagens, junto ao crescimento desenfreado do setor, aumenta o desrespeito às leis ambientais e aos direitos de índios - como os que vivem na tribo Maraiwatsede. O trabalho escravo constatado pelos Auditores-Fiscais ocorre, na maioria das vezes, na zona rural. Grande parte dos trabalhadores se submete a condições degradantes por causa do corte de árvores para ampliação da fronteira agropecuária. A população do Estado também sofre com diversos problemas sociais. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2009, 11,1% dos moradores não têm acesso a esgoto sanitário e a pobreza atinge mais de 1,07 milhão de matogrossenses.  

 

As matérias também destacam denúncias sobre ameaças de morte e assassinatos contra líderes sindicais que defendem os trabalhadores e pequenos produtores rurais. Dom Pedro Casaldáliga, por exemplo, é um dos ameaçados até hoje.  

 

Para acessar o site do Mapa Social íntegra clique aqui.

 

Clique nos links abaixo e confira as matérias sobre a região Centro-Oeste. 

 

Contradições marcam avanço do agronegócio (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=7

 

Nacionalismo ruralista não resiste à chance de lucro (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=407

 

Presença estrangeira se combina com especulação (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=404

 

Rastreamento mostra alta concentração no setor (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=409

 

Maraiwatsede simboliza poderio da “lei do mais forte” (http://reporterbrasil.org.br/mapasocial/?p=413)

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