Os novos integrantes da Diretoria Executiva Nacional – DEN, do Conselho de Delegados Sindicais – CDS e do Conselho Fiscal Nacional do Sinait para o biênio 2015/2017 tomaram posse na noite desta quarta-feira, 2 de dezembro, em Brasília. Representantes de órgãos públicos e entidades sindicais, além do deputado federal Lelo Coimbra (PMDB/ES), participaram do evento. O Auditor-Fiscal do Trabalho Carlos Silva é o novo presidente do Sindicato e tem como vice-presidente Rosa Maria Campos Jorge, que presidiu a gestão anterior.
No início da solenidade, a cantora lírica Janete Dornelas interpretou o Hino Nacional e o Hino de Pernambuco, Estado natal de Carlos Silva. Depois, ela cantou músicas regionais como Asa Branca e Que nem jiló, ambas de Luiz Gonzaga, e o Hino do Elefante de Olinda, do pernambucano Alceu Valença. Estas foram uma homenagem surpresa ao presidente do Sinait e a seus familiares que vieram de Pernambuco para prestigiar a posse.
Em seu discurso, Carlos Silva agradeceu ao apoio da família e dos colegas e contou um pouco da sua trajetória. Formado em Ciências Econômicas, entrou na carreira de Auditor-Fiscal do Trabalho em 2007, mas antes de ingressar no Ministério do Trabalho, participou de movimentos sindicais no Poder Judiciário Federal e na categoria dos petroleiros. Também foi presidente da Associação dos Auditores-Fiscais do Trabalho de Pernambuco – Afitepe e da Delegacia Sindical do Sinait no Estado.
Ele afirmou que sua experiência na vice-presidência do Sinait foi enriquecedora. Pôde conhecer e entender as demandas da categoria e dos trabalhadores. “Nossos desafios são colossais, mas desafios me instigam, me estimulam à luta. Injustiças me tiram da zona de conforto. Não desisto daquilo em que acredito. Neste rol, está a Auditoria-Fiscal do Trabalho”.
Carlos pediu engajamento e união aos colegas diante do período político difícil que o país vive, que tem gerado instabilidade prejudicial às instituições. “É nesse ambiente que está inserido o desafio de garantir o devido reconhecimento e valor da Auditoria-Fiscal do Trabalho ante o Estado e a sociedade”, afirmou.
Ele completou que essas dificuldades estão refletidas nos nove meses de negociação salarial sem avanços e propostas do governo para a Auditoria-Fiscal do Trabalho e ressaltou que o governo já assinou acordo com os Advogados da União. “Esta diretoria do Sinait não abrirá mão e será firme em exigir na mesa de negociação o respeito e tratamento no mesmo patamar remuneratório destes servidores”.
O presidente falou também sobre a mobilização da categoria por valorização e trabalho digno. “Organizados podemos provocar o governo a atender nossos pleitos. Já demonstramos nossa importância e nossa participação expressiva na arrecadação de uma das maiores fontes de financiamentos para o país, o FGTS”.
Carlos citou vários pleitos que precisam ser conquistados como unificação dos cargos de Auditor-Fiscal do Trabalho e de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, a regulamentação da Indenização de Fronteira, o encaminhamento da Lei Orgânica do Fisco – LOF, a luta pela criação e funcionamento efetivo da Escola Nacional de Inspeção do Trabalho – Enit, a defesa da Norma Regulamentadora – NR 12, da erradicação do trabalho escravo, fortalecer o movimento contrário à terceirização sem limites e pela aprovação das Propostas de Emendas à Constituição – PECs 186/2007, 102/2015 e 555/2006.
“O Sinait está lutando para mudar tudo isso. Vai intensificar a luta. Vai continuar denunciando, cobrando, buscando soluções definitivas. Não nos interessam paliativos que em pouco tempo serão novos problemas”, disse o presidente.
Ele também deixou uma mensagem final aos colegas: “Confiem em seu Sindicato, apoiem seus dirigentes locais e nacionais, participem e se fortaleçam como categoria”.
Gratidão
Rosa Jorge fez um discurso de agradecimento a todos os companheiros de lutas sindicais, parceiros e amigos que cultivou ao longo do período em que esteve à frente da entidade. Ela falou sobre conquistas da categoria e das principais dificuldades enfrentadas pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, como o número insuficiente no efetivo, a falta de estrutura física do Ministério do Trabalho e Previdência Social e as matérias nocivas ao trabalhador e aos servidores públicos que tramitam no Congresso Nacional.
Para ela, mesmo com todas as dificuldades, as parcerias precisam ser fortalecidas para que sejam superados muitos desafios. “Separados, ninguém, nenhuma categoria, vai conseguir alcançar o mundo melhor que nós queremos. Apenas farão a festa os verdadeiros opositores e adversários que pregam a divisão. Os verdadeiros opositores vão usar a nossa divisão contra todos nós”, alertou.
Rosa destacou que são necessárias coragem, determinação, perseverança, lealdade, honestidade e responsabilidade para ultrapassar todos esses desafios e que Carlos Silva está preparado para enfrentá-los. “Ele já demonstrou, ao longo desses dois anos, ao meu lado, ser um guerreiro incansável na defesa dos direitos da Auditoria-Fiscal do Trabalho e dos trabalhadores”.
O julgamento dos mandantes da Chacina de Unaí teve um aspecto positivo na visão de Rosa Jorge. Ela ressaltou que as manifestações dos Auditores-Fiscais vão continuar porque os culpados responderam processo em liberdade, podem recorrer das sentenças em liberdade e precisam ser devidamente punidos e presos.
A vice-presidente considerou essencial a implantação de quase todas as Delegacias Sindicais do Sinait, um importante salto para o fortalecimento da categoria. Falou sobre a realização do 1º Congresso Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho – Conait. Segundo ela, mais uma etapa de implementação do estatuto do Sinait, uma instância de debate e democratização e valioso instrumento de aproximação entre o Sindicato e suas bases. “A exposição das convergências e divergências, a transparência às várias correntes de pensamento, amadurece a categoria. Foi uma experiência única e que será aperfeiçoada e consolidada daqui por diante”.
Referência
Rosa Jorge lembrou que o Sinait se tornou uma referência na abordagem de vários assuntos como trabalho escravo, trabalho infantil, inserção de pessoas com deficiência, terceirização entre outros que confere à entidade participação em audiências públicas, reuniões e Fóruns. “Deixamos muito claro o nosso lado. É ao lado do trabalhador e da sociedade”.