Produção de cana é criticada pelos Estados Unidos


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
15/03/2010



O Departamento de Estado americano faz quatro menções negativas à produção de cana-de-açúcar no Brasil em seu relatório anual sobre direitos humanos, o que prejudica a exportação do etanol aos EUA.


 


A produção de cana aparece associada ao trabalho escravo, trabalho infantil e à repressão ao movimento sindical. São duas menções ao problema do trabalho escravo, uma de forma genérica e uma referência indireta, sem citar o nome, à Cosan. As produções de café e de algodão desapareceram do relatório.


 


O SINAIT defende a produção limpa dos biocombustíveis, sem a utilização de mão-de-obra escrava. A cada ano o Grupo Móvel de Fiscalização, coordenado por AFTs, resgata centenas de trabalhadores encontrados em situação de escravidão. A situação nos canaviais não é diferente, pois o Grupo Móvel encontra desde irregularidades trabalhistas a trabalhadores em estado de exaustão.


 


Mais informações na matéria, abaixo, do Valor Econômico.


 


 


EUA ampliam críticas à produção de cana no Brasil


 


 


O Departamento de Estado americano faz quatro menções negativas à produção de cana-de-açúcar no Brasil em seu relatório anual sobre direitos humanos, o que tende a prejudicar os esforços da indústria de etanol para derrubar as barreiras tarifárias para exportar o produto aos EUA. A produção de cana aparece associada ao trabalho escravo, trabalho infantil e à repressão ao movimento sindical. São duas menções ao problema do trabalho escravo, uma de forma genérica e uma referência indireta, sem citar o nome, à Cosan. A produção de café e de algodão desapareceram do relatório.


 


O Departamento de Estado americano faz quatro menções negativas àprodução de cana-de-açúcar no Brasil em seu relatório anual sobre direitos humanos, o que tende a prejudicar os esforços da indústriabrasileira de etanol para derrubar as barreiras tarifárias paraexportar o produto aos Estados Unidos.


 


A produção de cana-de-açúcar aparece associada ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e à repressão do movimento sindical. No ano passado,havia duas menções negativas ao setor e, neste ano, aparecem quatro. Aprodução de café e de algodão, por outro lado, desapareceu do relatório.


 


Todos os anos, o Departamento de Estado produz um relatório detalhando asviolações dos direitos humanos em todos os países do mundo, exceto nos Estados Unidos. O material é encaminhado ao Congresso e, muitas vezes, é usado como uma referência quando são tomadas medidas comerciaisimportantes.


 


Os americanos impõem uma tarifa de 14 centavos de dólar sobre cada litrode etanol importado. A derrubada da barreira depende de decisão doCongresso. Os lobbies contrários aos interesses brasileiros, sobretudo produtores locais de etanol feito de milho, costumam citar violações aos direitos humanos como um motivo a mais para barrar as importações.


 


No relatório, há uma referência indireta, sem citar o nome, à Cosan."Em dezembro, o Ministério do Trabalho incluiu em sua "lista negra" 165 empregadores em 17 Estados que usaram mão-de-obra em situação análoga àde trabalho escravo", afirma o documento do Departamento de Estado. "Emum caso envolvendo o maior produtor mundial de cana-de-açucar, suainclusão na lista gerou uma ação judicial que continuava em curso."


 


A Cosan foi incluída na lista do Ministério do Trabalho devido a um casode 2007, que, segundo a companhia, já foi resolvido. A empresa foiconsiderada responsável solidária em trabalho escravo cometido por umaterceira empresa, que atuava de forma indireta na sua cadeia produtiva.Em janeiro, a Cosan obteve uma liminar que obrigou o Ministério doTrabalho a retirá-la do cadastro.


 


Ao longo dos últimos anos, o relatório citou, de forma genérica, o setorde cana-de-açucar como uma das atividades em que o trabalho escravo ocorre com maior frequência, ao lado da produção de café e de algodão.Neste ano, foi excluída a menção ao café e ao algodão.


O setor também é relacionado ao trabalho infantil. "Crianças foram envolvidas em produção pecuária, plantio de cana e na produção decerâmica, tijolos, carvão, sisal e calçados."


 


Em um outro trecho que trata da liberdade sindical, o Departamento de Estado relata que no dia 23 de agosto de 2009 dois homens mascarados atiraram e feriram Elio Neves, presidente da Federação dosTrabalhadores Assalariados do Estado de São Paulo, conhecido por representar os interesses dos trabalhadores do setor de cana-de-açúcarem Ribeirão Bonito. "Até o fim do ano não havia nenhuma prisão", afirma o relatório.

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