Catar é acusado de trabalho escravo em obras da Copa 2022


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
12/01/2015



O Catar, responsável pela realização da Copa do Mundo de 2022, é acusado pela Confederação Sindical Internacional (ITUC) de promover trabalho escravo nas obras do evento. A organização do Mundial responde as acusações tratando-as como agressivas e questionáveis.


Segundo reportagem, veiculada em vários sites de países do Oriente, as revelações da ITUC não merecem respeito e seriedade. A matéria, além de defender a condição dos trabalhadores, atacou a entidade, expondo um caso que ocorreu recentemente, quando a confederação sindical demitiu cerca de 600 empregados para cortar custos – mantendo assim, seu financiamento. Os salários baixos a empregados subalternos e a vida luxuosa de membros da alta cúpula também foram salientadas.


No entanto, as acusações contra o Catar não são novas. Em 2013, as obras da Copa de 2022 realizadas por imigrantes estrangeiros de países como Nepal, Índia e Sri Lanka foram responsáveis pelas mortes de 182 trabalhadores, que não foram esclarecidas. Quando somados os últimos dois anos, esse número sobe para 382.


Os 182 trabalhadores mortos em 2013 no Catar eram do Nepal, pequeno país ao Sul da China e principal fornecedor de mão de obra barata para os empreendimentos catarianos. As causas das mortes são diversas, como ataques cardíacos, suicídios, quedas e acidentes de trânsito.


De acordo com relatos apurados, os trabalhadores enfrentam condições precárias de trabalho e subsistência, com jornadas que superam 12 horas diárias e moradia em alojamentos superlotados. Além disso, há uma condição próxima à escravidão. Os passaportes são confiscados e os salários, retidos pelos chefes durante meses, são expedientes usados para evitar que os operários abandonem os empregos.


Como comparação, o Brasil teve seis mortes em obras para a Copa do Mundo de 2014 – três em Manaus (AM), duas em São Paulo (SP) e uma em Brasília (DF), apesar da intensa atuação dos Auditores-Fiscais do Trabalho para impedi-las. As falhas de segurança e excesso de carga horária foram as principais causas dos acidentes apontadas pela Fiscalização do Trabalho, em 2013, nos canteiros da Copa.


Nas ações fiscais realizadas pelas 12 arenas no país, Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), São Paulo (SP) e Salvador (BA), os Auditores-Fiscais do Trabalho reiteravam a importância da jornada de trabalho salutar como medida preventiva para a queda no número de acidentes. Apesar do número reduzido de Auditores, atualmente, com cerca de mil cargos vagos, para atender 7 milhões de empresas e 44 milhões de empregados, representantes da categoria agiram intensamente para impedir novos acidentes nos locais de trabalho.


Para o Sinait, uma das formas de fortalecer a atuação da categoria, é por meio da realização de um novo concurso público. O Sinait reivindica um certame com mais de 800 vagas, que não irá suprir a demanda crescente de cargos vagos, no entanto, irá minimizar a sobrecarga vivida presentemente pelos profissionais. Uma vez que, os Auditores-Fiscais atuam em várias frentes, realizam operações complexas como o combate ao trabalho escravo e infantil, além das ações de prevenção nas áreas de construção civil, setor elétrico, entre outros segmentos em todo o Brasil.  


Os trabalhadores sofrem com as péssimas condições de trabalho em todos os países do mundo. É necessário que os governos tomem providências para garantir o respeito à dignidade humana dos trabalhadores.


Com informações da Gazeta Esportiva e da Uol Copa.


 

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