PE: Auditor-Fiscal faz palestra sobre deficiências intelectual e mental


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
17/11/2014



A quebra de paradigmas é importante para promover a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho 


A questão dos estudantes com deficiências intelectual e mental, bem como a transição para a vida ativa profissional, foi abordada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho Fernando André Sampaio, no III Seminário do Núcleo de Educação para o Trabalho promovido pelo Centro de Formação de Professores Paulo Freire, em Recife (PE), no dia 12 de novembro. 


Ele explicou que a deficiência intelectual representa um atraso no desenvolvimento, o que gera dificuldades de aprendizado e na realização de tarefas simples do cotidiano. Neste caso, há um comprometimento cognitivo, que ocorre antes dos 18 anos de idade. 


A deficiência intelectual costuma ser resultado de uma alteração no cérebro causada por condições genéticas. Mas uma pessoa com necessidades especiais também pode ter sofrido com distúrbios na gestação, problemas no parto e até mesmo após o nascimento. Dentre os principais tipos de deficiência intelectual estão as síndromes de Down, X-Frágil, Prader-Willi, Angelman e Williams. 


Já a doença mental é, na verdade, um transtorno psiquiátrico que engloba uma série de alterações que modificam o humor e o comportamento da pessoa, podendo afetar seu desempenho, a exemplo das esquizofrenias e psicoses. Segundo ele, tal distúrbio deve ser tratado com psiquiatras e o uso controlado de medicamentos para que o problema não cause dificuldade de participação na vida social e profissional. 


O Auditor-Fiscal, que é coordenador estadual do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência e Reabilitados no Mercado de Trabalho da Superintendência Regional Trabalho e Emprego em Pernambuco – SRTE/PE, destacou que nenhum dos dois problemas deve ser motivo para impedir que as pessoas trabalhem e levem uma normal. 


A violação dos direitos foi criticada pelo Auditor-Fiscal. Segundo ele, a exclusão, a marginalização e outras barreiras sociais têm sua transformação a partir do convívio em família. “A família que acredita no mito de que uma pessoa com deficiência deve viver em uma redoma e o trata como um bebê prejudica o rendimento social e profissional desta pessoa.  Ninguém pode ser tratado como um eterno bebê”. 


De acordo com Fernando, as pessoas com este tipo de deficiência tendem a ter mais êxito na vida profissional quando o ambiente familiar em que ela cresceu exigiu mais dela, sempre o colocando como uma pessoa capaz de fazer as tarefas do cotidiano. 


Ele entende que o melhor é inserir estas pessoas na sociedade em todos os aspectos. Logo, cabe a elas também a questão das cotas. “Precisamos mudar esta visão de que essas pessoas são um eterno bebê porque, para muitas, o trabalho é tão importante quanto o uso de medicamentos. Há casos em que o trabalho é mais eficiente para o convívio social do que o uso de remédios. Eleva a autoestima e faz com que essas pessoas diminuam o uso de remédios prescritos pelo médico”, argumentou. 


Para Fernando também é importante a quebra de paradigmas para promover a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Segundo ele, as empresas justificam a não contratação deste tipo de mão de obra alegando falta de qualificação. No entanto, “o mais importante nestes casos é empregar para depois qualificar, ou seja, contrata esta mão de obra como aprendiz e depois qualifica”, finalizou. 


Participaram do seminário profissionais da prefeitura de Recife, como professores da Secretaria de Educação, servidores das secretarias do Trabalho, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e de Recursos Humanos do setor de Qualificação Profissional, Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, além de profissionais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.

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