Uma das participações no painel “A Lei Orgânica do Fisco como instrumento de promoção de Justiça Social”, dentro do Seminário “Lei Orgânica do Fisco – boa para a sociedade, essencial para o Brasil”, foi da Secretária de Inspeção do Trabalho Ruth Beatriz Vasconcelos Vilela. Ela afirmou que os Auditores Fiscais do Trabalho – AFTs têm o apoio do Ministro do Trabalho e Emprego Carlos Lupi para a elaboração e aprovação da Lei Orgânica do Fisco e que ele dará encaminhamento à minuta que está sob exame de um Grupo de Trabalho e o fará, provavelmente, concomitantemente com a Secretaria da Receita Federal, pois o MTE defende uma única LOF para as duas carreiras.
A LOF, disse a Secretária, existe para dar organicidade e organização a um órgão, garantir maior eficiência, eficácia, legalidade, transparência e, ao mesmo tempo, a blindagem, a proteção, a autonomia de seus agentes quando a atividade, por suas peculiaridades, dependerem dessa proteção extra contra eventuais instabilidades, inclusive mudanças de governo.
A propósito dessa blindagem, da necessidade dela, no caso específico da Auditoria Fiscal do Trabalho, se encontra consubstanciada na Convenção 81 da OIT, reproduzida pelo Regulamento da Inspeção do Trabalho – RIT, em nível nacional. Um de seus itens se refere à necessidade de garantia dos agentes para exercer sua função.
Para a Secretária, além de pensar uma LOF tecnicamente bem elaborada, enxuta, referindo-se à natureza jurídica, direitos e deveres, blindagem e garantia de seus agentes, as entidades e os servidores devem se preocupar também com a questão de que, uma vez aprovada a LOF, a luta deve continuar por sua efetiva execução. “Existem formas muito sutis de retirar da norma legal a força que tinha na origem. Ainda que tenhamos a proteção da LOF, se não tivermos recursos orçamentários para executar a missão, garantir a recomposição da força de trabalho e a possibilidade de reciclagem e capacitação constante, para acompanhar mudanças dos mercados, mundo do trabalho, efeitos da globalização, já começaremos de forma vulnerável. Os donos do capital têm a possibilidade de acompanhar os avanços de forma mais veloz que o Estado. Queremos a LOF, sim, no mais curto prazo possível, mas devemos nos preparar para continuar a luta, porque ela não termina aqui, simplesmente na aprovação da lei”, disse Ruth Vilela.