A Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE e o Grupo de Fiscalização Rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE-GO), resgataram 81 trabalhadores rurais em regime de escravidão em 14 carvoarias da zona rural de Jussara, distante 194 quilômetros de Goiânia. As irregularidades constam desde ausência de assinatura da carteira de trabalho à condições precárias de trabalho, falta de equipamentos de proteção individual e de moradia, entre outras.
Os trabalhadores realizavam atividades de desmatamento, retirada de lenha e produção de carvão em cinco fazendas na região norte do município de Jussara, local conhecido como “Vale do Araguaia”, localizado próximo a Britânia, às margens da GO-528.
De acordo com o coordenador de Fiscalização Rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás, Roberto Mendes, os trabalhadores das carvoarias foram encontrados em situações desumanas. “Não havia fornecimento de água potável; os fogões a lenha eram improvisados e construídos dentro dos barracos, com riscos de incêndio; não havia local para tomar banho - tendo os trabalhadores que usar copos para jogar água sobre o corpo- e nem iluminação.”
Informações completas na matéria abaixo.
Operação flagra 81 em regime de escravidão em Jussara
Maria José Sá
Foram resgatados 81 trabalhadores rurais em regime de escravidão em 14 carvoarias da zona rural de Jussara (região noroeste do Estado, a 194 km de Goiânia). A operação foi realizada pela Secretaria de Inspeção do Trabalho de Brasília, juntamente com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE-GO), Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, entre os dias 22 de fevereiro e 10 de março.
Tais trabalhadores realizavam atividades de desmatamento, retirada de lenha e produção de carvão em cinco fazendas na região norte do município de Jussara, local conhecido como “Vale do Araguaia”, localizado próximo a Britânia, às margens da GO-528.
De acordo com o coordenador de Fiscalização Rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás, Roberto Mendes, “a maior parte dos trabalhadores não tinha suas carteiras de trabalho assinadas e encontrava-se em condições precárias de trabalho e moradia. Muitos barracos eram construídos em pau-a-pique e lona preta; alguns deles localizavam-se próximos a lamaçais; o piso era de chão batido e areia; as camas improvisadas com madeira roliça e pedaços de tocos; os colchões constituíam-se de pedaços de espumas velhas e sujas, totalmente imundos; não havia fornecimento de roupas de cama; não havia armários individuais; não havia instalações sanitárias.”
Roberto Mendes ressalta que os trabalhadores das carvoarias foram encontrados em situações desumanas. “Não havia fornecimento de água potável; os fogões a lenha eram improvisados e construídos dentro dos barracos, com riscos de incêndio; não havia local para tomar banho, tendo os trabalhadores que usar copos para jogar água sobre o corpo; não havia iluminação.”
O auditor-fiscal também relata a falta de equipamento de proteção individual. “E a maioria dos carvoeiros trabalhavam apenas de bermudas e chinelos, mesmo estando expostos ao calor intenso, à fumaça e fuligem produzidos pela produção e remoção do carvão. Nenhum dos operadores de motosserras e de tratores possuía capacitação para operação segura de tais máquinas; não havia material de primeiros socorros, dentre muitas outras irregularidades.”
A SRTE-GO diz que “além de viver e trabalhar em condições desumanas, muitos trabalhadores, principalmente os carbonizadores, trabalhavam de segunda a segunda, inclusive aos domingos, sem direito ao descanso semanal remunerado; também não tinham direito a 13º salário, férias, FGTS; contagem de tempo de serviço para aposentadoria, dentre outros direitos.”
FONTE: O Hoje