O futuro do convênio da GEAP com dezenas de órgãos públicos volta a ser discutido na pauta do Supremo Tribunal Federal. A questão é decidir se os convênios firmados sem licitação com órgãos que não são fundadores da GEAP podem continuar ou não.
No caso do Ministério do Trabalho e Emprego, a tese defendida é de que à época da fundação, o órgão estava fundido com a Previdência Social e, portanto, o convênio deve continuar.
As opiniões na Corte estão divididas e, caso a decisão seja pela suspensão dos convênios, cerca de 700 mil servidores podem perder a assistência à saúde. Existem milhares de pessoas idosas que dependem deste convênio, que tem as melhores condições de adesão do mercado.
A este assunto o jornal Correio Braziliense dedicou matéria especial na edição de hoje, veja a seguir:
1º-2-1010 – Correio Braziliense
STF decide futuro da Geap
Supremo retoma julgamento do plano de saúde que ameaça desligar 250 mil servidores
Luciano Pires e Ricardo Allan
Na volta do recesso do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF) incluiu na sessão de julgamentos de hoje o processo que analisa a legalidade dos convênios firmados entre a Fundação de Seguridade Social (Geap) e órgãos públicos. O caso é polêmico. A entidade é a maior operadora de planos de saúde(1) voltados ao funcionalismo, tem 90 patrocinadores e cerca de 700 mil associados. Interrompido em outubro do ano passado por um pedido de vista do ministro Ricardo Lewandowski, o julgamento divide a Suprema Corte. O relator, ministro Carlos Ayres Britto, votou pela manutenção do atual modelo. Já a ministra Cármen Lúcia votou contra o relatório.
A ação que está no STF teve como origem um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) e questiona as parcerias firmadas sem licitação pela Geap com órgãos diferentes daqueles que a i nstituíram. Para o Tribunal de Contas, os instituidores originais da Geap são apenas os ministérios da Previdência, da Saúde, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DataPrev) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Se o entendimento dos ministros do STF for o mesmo que o do TCU, 250 mil pessoas terão de optar por outro plano de saúde.
Embora criticada por sindicatos e parte dos servidores, a cobertura prestada pela Geap é a única e a mais barata para a maioria dos associados. Nas últimas vezes em que o STF discutiu o assunto, grupos de servidores de várias partes do país se mobilizaram em Brasília para pedir pela manutenção de todos os convênios, sem exceção. O ministro Carlos Ayres Britto sustenta que o direito constitucional “líquido e certo” de acesso à assistência por meio de saúde suplementar e stá configurado na forma como a Geap atua. A tese, no entanto, é combatida.