Trabalhadores laboravam na colheita de batatas desde abril, na zona rural de São José dos Ausentes, e relataram ameaças de morte por se recusarem a continuar a trabalhar em condições degradantes
Com informações da Agência Gov | Via MTE
Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Polícia Federal, resgataram 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma plantação de batatas, em São José dos Ausentes, no interior do Rio Grande do Sul. A fiscalização ocorreu entre os dias 16 e 18 de maio, em Vila Silveira, onde as vítimas atuavam desde abril sem condições mínimas de trabalho.
Segundo os Auditores Fiscais, os trabalhadores foram aliciados por um intermediário, popularmente conhecido como "gato", que os atraiu com promessas de hospedagem gratuita, salário digno e alimentação. A maioria das vítimas era do Maranhão e encontrou uma realidade de exploração, sem registro em carteira e com pagamentos parciais feitos diretamente pelo aliciador, que ainda descontava valores com justificativas indevidas.
A fiscalização constatou que as condições nos alojamentos eram insalubres: não havia camas, roupas de cama ou qualquer estrutura mínima de abrigo. Em meio ao frio intenso da região, muitos dormiam com as mesmas roupas usadas no campo. Além disso, trabalhadores relataram ameaças de morte quando se recusaram a continuar os serviços. A fiscalização também constatou a ausência de equipamentos de proteção individual, o que os obrigava a trabalhar até descalços, mesmo com baixas temperaturas.
Após o resgate, os trabalhadores foram levados a uma pousada na cidade, onde permaneceram até receberem cerca de R$ 150 mil em verbas rescisórias. O empregador custeou o retorno aos estados de origem. Além disso, os resgatados receberam guias do seguro-desemprego e os responsáveis foram autuados por infrações.
Casos de trabalho escravo podem ser denunciados anonimamente no Sistema Ipê: https://ipe.sit.trabalho.gov.br.